Coco Schumann, músico alemão, sobrevivente dos campos nazistas, foi um dos primeiros a introduzir a guitarra elétrica na Alemanha após a II Guerra Mundial

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Coco Schumann, músico sobrevivente dos campos nazistas

Artista foi um dos primeiros a introduzir a guitarra elétrica na Alemanha pós-Segunda Guerra Mundial

 

 

Coco Schumann, músico sobrevivente dos campos nazistas (Foto: Florian Frank / dpa / Arquivo AFP)

 

Lenda do jazz alemão

 

Coco Schumann, lenda do jazz alemão (Foto: U. Winkler)

 

Músico de origem judaica sobreviveu a três campos de concentração nazistas, onde era obrigado a tocar para os oficiais da SS. Sua vida foi retratada em um musical de sucesso em 2012.

Heinz Jakob “Coco” Schumann (Berlim, 14 de maio de 1924 – Berlim, 28 de janeiro de 2018), guitarrista de jazz alemão e sobrevivente do Holocausto. Sobrevivente dos campos de concentração nazistas, antes de fazer uma carreira como guitarrista de jazz.

Heinz Jakob Schumann nasceu em Berlim em maio de 1924, filho de mãe judia e pai convertido ao judaísmo. Foi preso em 1943 e enviado ao campo de concentração de Théresienstadt, nos Sudetes, anexado pelo Terceiro Reich, para tocar para os SS. Seu grupo recebeu o nome de “Ghetto Swingers”.

Ele começou a tocar em bandas de jazz e swing ainda adolescente. O músico ganhou o apelido de Coco de uma namorada francesa que não conseguia pronunciar seu nome corretamente.

O artista se distinguiu por ter sido um dos primeiros a introduzir a guitarra elétrica na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, bem como por uma infinidade de concertos com seu “Quarteto Coco Schumann”.

Mas foi especialmente por seu percurso e história pessoal dramática que ficou conhecido em seu país e no exterior.

Após a ascensão do nazismo e o início da Segunda Guerra Mundial, Coco foi deportado em 1943 para o campo de concentração Theresienstadt, onde se tornou membro de uma banda chamada Ghetto Swingers. Os músicos eram obrigados a tocar para os oficiais da SS que administravam o local.

No ano seguinte, os músicos do Ghetto Swingers foram transferidos para o campo de concentração de Auschwitz na Polônia ocupada, onde tinham que tocar para os prisioneiros recém-chegados e os que eram encaminhados para trabalhos forçados.

Schumann ainda sobreviveu a outro campo nas proximidades de Dachau e a uma das chamadas “marchas da morte”, enquanto os guardas nazistas fugiam do avanço das tropas aliadas. Ele uma vez declarou que sua vida foi salva pela música.

 

 

O musical “Der Ghetto Swinger”, que retrata a vida do guitarrista Coco Schumann (Foto: POP – EYE / Heinrich)

 

“Theresienstadt. Auschwitz. Dachau. Ninguém acredita que eu realmente estive nesses lugares”, diz. “Por um longo tempo, senti que ninguém entenderia o que eu vi. Eu mesmo não entendia.”

O guitarrista acabaria libertado por soldados americanos, permanecendo na Alemanha após a guerra. Sua carreira renasceu nos anos após a queda do nazismo. Schumann começou a escrever e compor música. Ele chegou a tocar com Ella Fitzgerald e Louis Armstrong.

Coco foi o primeiro guitarrista de jazz alemão a usar guitarra elétrica, se tornando um dos mais conhecidos e realizando diversos concertos na Alemanha e no exterior com o quarteto Coco Schumann.

Em 1950, exilou-se com sua família na Austrália, mas, por falta de sucesso, retornou quatro anos depois. Durante muito tempo, pouco falou sobre a deportação. “De qualquer forma, ninguém entenderia. Estava um pouco envergonhado de ter sobrevivido e queria ser reconhecido como músico, não como um sobrevivente de Auschwitz”, disse ele ao Le Monde.

O músico fez turnês pela Europa, tocou em navios de cruzeiro e ficou conhecido como o mais famoso guitarrista de swing da Alemanha.

Assim como muitos sobreviventes do Holocausto, ele evitava falar sobre o período em que passou nos campos de concentração, rompendo o silêncio apenas anos mais tarde.

“Sou um músico que foi preso em campos de concentração”, dizia, “e não um prisioneiro de campo de concentração que tocava música”. Em 1997, sua autobiografia se tornou um best-seller, sendo retratada como um musical de sucesso em Hamburgo em 2012.

Coco Schumann morreu em 28 de janeiro de 2018, aos 93 anos, após mais de sete décadas dedicadas à música. Ele faleceu em Berlim, após uma vida digna de romance.

(Fonte: Deutsche Welle – NOTÍCIAS – ALEMANHA – 29.01.2018)

(Fonte: https://istoe.com.br – Edição nº 2516 – COMPORTAMENTO / Por AFP – 29.01.18)

(Fonte: http://www.correiodopovo.com.br/ArteAgenda/Variedades/Gente/2018/1 – Arte & Agenda – Variedades – Gente – 29/01/2018)

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