Yves Saint Laurent, estilista responsável por muitas inovações no guarda-roupa feminino

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Foi o primeiro criador de moda vivo a expor seus trabalhos no Metropolitan Museum of Art em Nova York

O soberano da alta costura

Yves Saint Laurent (Oran, 1º de agosto de 1936 – Paris, 1º de junho de 2008), o estilista foi responsável por muitas inovações e boas ideias para o guarda-roupa feminino usadas e recicladas até hoje. É um dos estilistas mais festejados nas coleções de verão.
Os temas étnicos reinventados por ele com muita elegância tiveram múltiplas interpretações nas passarelas da moda.
Uma parte dos looks foi apresentado em janeiro de 2002, na retrospectiva dos 40 anos de carreira de Yves Saint Laurent, no Centro Georges Pompidou, em Paris, na exposição Yves Saint Laurent – Viagens Extraordinárias.

Em 1958, lançou o estilo trapézio: ombros estreitos e saia evasê.

Em 1960, assinou jaquetas de couro preto, suéter de gola rulê e bainhas adornadas com pele.

Em 1962, com o sócio Pierre Bergé, abriu a sua Maison. Na primeira coleção, sugeriu japonas marinho com botões dourados e túnicas com cinto, confeccionadas em jérsei ou cetim.

Em 1963, lançou as botas até as coxas, mundialmente copiadas.

No inverno de 1965, homenageou a arte com desenhos de Mondrian nos vestidos.

Em 1966, desfilou na passarela o smoking feminino, uma das inovações de maior sucesso, e impôs as calças como peça fundamental para as mulheres. Abriu a rede de boutiques Rive Gauche, incenticando o prêt-a-porter.
Também neste ano criou a coleção Pop Art, inspirado por Andy Warhol e pelos artistas e movimentos da época.

Em 1967, o prestígio de lançador de tendências foi reforçado com o sucesso das Knickers (bombachinhas com comprimento abaixo do joelho) em veludo inspiradas no pequeno Lord Fauntleroy.

No verão de 1967, a coleção Africana trazia pela primeira vez roupas feitas de ráfia, bambu e linho bordado com contas de madeira e vidro.

Em 1968, apresentou blusas transparentes, bermudas, saias calças e o clássico Saharienne (estilo safári).

No inverno de 1968, colocou na passarela vestidos totalmente transparentes (alguns com busto aparente) associando a escultura com a alta-costura. O estilo foi batizado pelos jornalistas americanos de See Through Dress. Também lançou a sua primeira coleção masculina.

Em 1969, lançou o terninho e popularizou o patchwork na moda.

Em 1971, criou o blazer.

Em 1976 a coleção Ballet Russes se inspirou na Rússia para o estilo Cossaca, cheia de camponesas românticas.

No final da década de 1970, lançou ciganas sofisticadas em homenagem a Serge Diaghilev, e modelos de alta-costura inspirados em Pablo Picasso.

No inverno de 1981, desenhou uma noiva em negro inspirada em Velásquez.

No verão de 1988, criou a coleção Cubista com roupas que evocavam a arte cubista.

Nos anos 1980 e 1990, Saint Laurent continuou sendo o símbolo do luxo, mas não mais um inovador. Mesmo assim foi o primeiro criador de moda vivo a expor seus trabalhos no Metropolitan Museum of Art em Nova York.

Em 2000, a empresa Saint Laurent foi comprada pela Louis Vuitton, e Tom Ford (Ex-Gucci) assumiu a direção de arte da casa, promovendo uma virada de mercado.

Atualmente, o estilo de Saint Laurent é criado por Stefano Pilati, que mantém o estilo inovador, mas eternamente elegante do criador da marca.

(Fonte: Zero Hora -– N° 15.992 -– Ano 46 -– Donna ZH -– Xico Gonçalves – 14/06/09 -– Pág; 16)

 

 

 

Um rei em Nova York

Francês criado em Oran, na Argélia, e na profissão desde os 18 anos, quando estreou na Maison Dior, Saint Laurent pode-se permitir pérolas definitivas sobre a moda. “Elegância é muito diferente de esnobismo”, adverte. Ou então: “Moda só existe no corpo das pessoas.” 

Foi o único, porém, a mergulhar em referências históricas – quadros, óperas, temas folclóricos, livros famosos – e daí extrair um estilo que se foi confirmando inconfundível depois de 25 anos.

Sua primeira coleção foi a linha trapézio, em 1958, ainda para a casa Dior. Pouco depois, Saint Laurent conheceu Pierre Bergé, com quem dividiu os negócios e a vida privada – um gênio financeiro que rapidamente conseguiu um magnata americano, J. Mack Robinson (1923-2014), para lhes financiar sua própria maison, em 1961.

Logo depois surgia o inconfundível YSL, iniciais transformadas em valioso logotipo por um magnífico artista gráfico francês, Cassandre, autor dos cartazes dos musicais de Josephine Baker nos anos 20.

RETALHOS DE HISTÓRIA – Saint Laurent criou-se à sombra de Christian Dior (1905-1957), foi o mestre que depois da II Guerra Mundial mudou o mundo da moda ao criar o New Look, abaixando a saia das mulheres e colocando-lhes enchimentos nos ombros.

A constância é, na verdade, uma marca de sua roupa. Em 1968, aproveitou um smoking, traje tipicamente maculino, para criar um tailleur com saia-calça. Na nova coleção de 1983, apresentou exatamente uma nova versão do smoking, só que desta vez com calças compridas. Claro que sua referência também foi o smoking de Marlene Dietrich, ou o cinema dos anos 30. Mas ele sempre usou retalhos da história.

Sua intuição é, porém, muito especial. Ele usa ideias tanto dos trajes de rua como das telas dos museus. Quando os desenhistas rivais pensavam em coisas simples, estilizadas, ele mudou radicalmente de direção e criou trajes opulentos inspirados nos balés de Dhiaghilev.

Mais tarde, criou suas divas de ópera e as ricas camponesas russas. Estas foram mostradas num momento em que a crise econômica alastrava-se pelo mundo. Sua moda servia então de evasão escapista para silhuetas de sonhos.

O soberano da alta costura, também incluiu os trajes inspirados na pop art, que deram ao costureiro uma capa da revista Life, em 1966, e também as suntuosas camponesas russas que foram capa de Time, em 1976.

(Fonte: Veja, 21 de dezembro de 1983 – Edição 798 – MODA – Pág: 122/124)

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