Yasunari Kawabata, escritor japonês, Prêmio Nobel de Literatura

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Yasunari Kawabata (Osaka, Japão, 11 de junho de 1899 – Zushi, Kanagawa, 16 de abril de 1972), escritor japonês, Prêmio Nobel de Literatura, escreveu romances publicados nos anos 70 no Brasil. As traduções eram do inglês. Demorou para que a profissionalização de tradutores no país atingisse um nível capaz de entregar uma versão direta do japonês a altura do autor.

Em suas histórias breves, elas são de uma suavidade traiçoeira, sobretudo para os ocidentais, acostumados ao ritmo como sinônimo de vertigem ou violência. Contos da Palma da Mão, é um templo, bem ao gosto da Terra do Sol Nascente: 122 narrativas em que se expõem, com leveza de linguagem e exuberância de imagens, amores fadados ao sacrifício do acaso ou das irreversíveis convenções orientais.

Nem só de amores vive o universo oscilante de Kawabata. A oscilação nos leva a matéria do sonho, com situações em que afeto e sobrevivência parecem lendas. Para o ficcionista, a Terra espera os passos de cada um para revelar um novo território. Mesmo em regiões remotas, despidas do que distrai a atenção, os compromissos foram antecipados por seus ancestrais. E, então, eventos movem o que é fato e memória, misturados.

Os parágrafos curtos não mudaram durante os 42 anos em que o escritor produziu essa “comédia humana” japonesa. Entre 1923, o conto mais antigo, e 1964, o mais recente, a trama se adensa mais. Mas a suavidade permanece. A organização dos contos em ordem cronológica permite que se acompanhe, como numa viagem, a trajetória feita de amadurecimento e gradual domínio de uma delicadeza que se quer preservar.

Kawabata sopra até mesmo sobre temas sombrios, como a solidão, ou, no conto inaugural, o neto carregando os ossos do avô.

(Fonte: Época –- N° 545 –- 27 de outubro de 2008 -– Editora Globo -– Livros/Paulo Bentancur -– Pág; 157)

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