Wilhelm Worringer, historiador da arte alemão, publicou Abstração e Empatia

0
Powered by Rock Convert

 

 

 

WILHELM WORRINGER E A PSICOLOGIA DOS ESTILOS

Wilhelm Worringer (Aquisgrão, 1881 – Munique, 1965), crítico, historiador e teórico da arte alemã. Foi o discípulo mais brilhante de Alois Riegl.

Criou o termo “expressionismo” em 1911, para designar o conjunto de tendências que, a partir do Die Brücke, do Blaue Reiter e de numerosos artistas independentes, formaria toda uma cauda da expressão artística alemã daqueles anos.

Wilhelm Worringer foi um historiador da arte alemão nascido em 1881, e em sua publicação mais conhecida, Abstraktion und Einfühlung (Abstração e Empatia – 1908), procurou explicar porque, em dado período histórico, um estilo artístico destaca-se em detrimento de outro.

De acordo com ele, toda a arte poderia ser resumida em apenas dois conceitos opostos: arte abstrata e arte realista. Era a um desses dois polos que determinada sociedade recorreria, de acordo com os aspectos naturais da época e do local.

Funciona mais ou menos assim: em sociedades turbulentas, que careciam de segurança, lei, moral ou conforto espiritual, a arte abstrata – impregnada de harmonia, ritmo e tranquilidade – tendeu a se instaurar. Ela nasceria da perplexidade humana frente a situações que fugiam de seu controle, despertando o desejo de retirar os objetos de seu contexto natural, isolando-o e transformando-o, para que fosse possível, então, conhecer a seu absoluto.

 

Já a arte realista atrairia aquelas sociedades que, após terem atingido altos níveis de desenvolvimento, prosperidade, ordem ou harmonia sentiriam a necessidade de fugir da sensação de sufocamento provocado pela rotina, de modo a tentar recuperar, por meio da arte, um amplo espectro de sensações intensas, difíceis de captar em meio à ordem, como a excitação, o perigo e a criatividade. No domínio da arte realista, os esforços se concentram em reproduzir o mais fielmente possível aspectos interessantes da natureza, como a textura do sangue, a morbidez de um pântano, a liberdade de um campo aberto.

 

Esta linha de pensamento nos leva a crer que a transitoriedade dos gostos e estilos tem uma relação íntima com a noção de valores. Tendemos a achar belas as criações que personificam os valores que, em dado momento, faltam em nós mesmos, como uma promessa de reequilíbrio espiritual.

Faz todo o sentido que, na Grécia e Roma antigas, sociedades tão perfeitamente harmônicas e plenas, a arte realista tenha prevalecido, assim como na elite europeia de parte do século 19, que começava a experimentar as comodidades da revolução industrial.

Também parece clara a razão pela qual a arte abstrata é historicamente predominante no Congo – país marcado por conflitos sangrentos, incertezas políticas e fome –, ou porque, desde o século passado, ela tornou a ser proeminente no ocidente.

A publicação de Wilhelm Worringer, embora um tanto generalista, é válida no sentido de nos abrir a mente para os vários estilos artísticos porque, mesmo que não passemos a nos encantar com todos, os respeitaremos por saber o contexto e as deficiências espaciais, sociais e psicológicas que deram origem a eles.

(Fonte: Veja, 5 de outubro de 1983 – Edição 787 – Arte – Pág: 148/149)

(Fonte: http://portalarquitetonico.com.br/wilhelm-worringer-e-a-psicologia-dos-estilos – ARTE/ Por Alex Mendes – 11 de março de 2011)

 

 

 

 

 

 

 

 

Powered by Rock Convert
Share.