Walter Jobim, ex-governador gaúcho (1946/51). Ex-membro do Partido Libertador e revolucionário

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Walter Jobim (Porto Alegre, 26 de agosto de 1892 – Porto Alegre, 17 de fevereiro de 1974), ex-governador gaúcho (1946/51). Ex-membro do Partido Libertador e revolucionário em 1930 e 1932, tornou-se governador do Rio Grande do Sul pelo PSD. Walter Jobim morreu dia 17 de fevereiro de 1974, aos 81 anos, em Porto Alegre.
(Fonte: Veja, 27 de fevereiro, 1974 – Edição 286 – DATAS – Pág; 41)

Válter Sá Jobim nasceu em Porto Alegre no dia 26 de agosto de 1892, filho de Labieno Jobim e de Alzira Sá Jobim.

Diplomado pela Faculdade de Direito de Porto Alegre em 1913, logo em seguida foi nomeado promotor público em Passo Fundo (RS). Em 1916 deixou a promotoria para dedicar-se à advocacia, profissão que viria a exercer em quase todo o Rio Grande do Sul.

Adversário político do presidente do estado Antônio Augusto Borges de Medeiros e ao Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) por ele chefiado, Jobim filiou-se em 1928 ao Partido Libertador (PL), agremiação liderada por Assis Brasil.

Em 1929, o PL apoiou a candidatura de Getúlio Vargas, à presidência da República, lançada pela Aliança Liberal, e articulou-se com o PRR na Frente Única Gaúcha. Após a derrota dos aliancistas no pleito de março de 1930, Jobim participou do movimento revolucionário deflagrado em outubro, que depôs Washington Luís e levou Vargas ao poder.

Em 1932, São Paulo e o Rio Grande do Sul intensificaram junto a Vargas as pressões pela reconstitucionalização do país. No dia 9 de julho eclodiu em São Paulo a Revolução Constitucionalista. No Rio Grande, Jobim participou de um movimento solidário com a causa constitucionalista.

O levante gaúcho foi esmagado em 20 de setembro e no dia 2 de outubro os paulistas reconheceram a vitória das forças federais. Posteriormente, com o processo de normalização da vida política do país, Jobim elegeu-se deputado federal pelo PL em outubro de 1934.

Foi um dos cinco libertadores eleitos, os quais, somados a um deputado republicano, constituíram a bancada da FUG. Contudo, a direção da frente decidiu alterar sua representação, buscando o equilíbrio de forças entre o PL e o PRR. Assim, em 9 de maio de 1935, quatro dias após o início da legislatura, Jobim e mais dois deputados do PL renunciaram aos mandatos.

Em 1938 – pouco depois do golpe do Estado Novo (10/11/1937) que deu a Vargas poderes ditatoriais –, Válter Jobim, atendendo a convite do general Manuel Daltro Filho interventor no Rio Grande do Sul, tornou-se secretário de Obras Públicas. Permaneceu no cargo até 1939, retornando em 1943, na interventoria de Ernesto Dornelles.

Após a deposição de Vargas (29/10/1945), Dornelles, a exemplo dos demais interventores, foi afastado do governo e Jobim deixou a secretaria. Nas eleições presidenciais de 2 de dezembro, o general Eurico Gaspar Dutra, lançado pelo Partido Social Democrático (PSD), saiu vitorioso. Empossado em 31 de janeiro de 1946, Dutra nomeou Cilon Rosa interventor no Rio Grande do Sul. Jobim voltou ao governo gaúcho, dessa vez para ocupar a Secretaria do Interior.

Deixou a pasta em maio, para poder concorrer, pelo PSD, ao governo estadual. Eleito em janeiro de 1947, conferiu atenção especial ao setor industrial e à ampliação da infra-estrutura econômica do estado.

No plano político, participou ativamente dos debates relativos à sucessão presidencial. Em junho de 1949, apresentou uma proposta ao presidente Dutra, que ficaria conhecida como “fórmula Jobim”. Favorável à formação de uma ampla frente democrática, base para a formação de um futuro governo de coalizão, ele defendia a consulta a todos os partidos registrados a respeito da sucessão de Dutra, incluindo aí Getúlio Vargas, líder do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e Ademar de Barros, líder do Partido Social Progressista (PSP).

Embora tenha tido boa receptividade, a proposta de Jobim acabou sendo suplantada pela chamada “fórmula mineira”, apresentada em novembro, e que consistia em deixar a escolha final a cargo do presidente da República, desde que o candidato fosse de Minas. Porém, quem ganhou o pleito de 3 de outubro de 1950 foi Getúlio Vargas, lançado pela coligação PTB-PSP.

Válter Jobim governou o Rio Grande do Sul até o final do mandato, em 31 de janeiro de 1951. Em setembro foi nomeado embaixador no Uruguai, onde permaneceu até dezembro de 1954.

(Fonte: www.cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/biografias/valter_jobim)
[Fonte: Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001]

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