Vilson Pedro Kleinübing, senador e ex-governador de Santa Catarina, foi um dos maiores destaques da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado

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Vilson Pedro Kleinübing, Vice-líder do governo no Senado

Técnico impressiona “caciques”

Senador Vilson Kleinubing, pefelista foi governador de SC e se destacou na CPI dos Precatórios

Vilson Pedro Kleinübing (Montenegro, 9 de setembro de 1944 – Florianópolis, 23 de outubro de 1998), senador e ex-governador de Santa Catarina, foi um dos maiores destaques da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.

Gaúcho, senador eleito em 1994, Vilson Kleinubing nasceu em 9 de setembro de 1944, em Montenegro (72 km de Porto Alegre).

Engenheiro mecânico pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, fez a pós-graduação em engenharia econômica na Universidade Federal de Santa Catarina. Kleinubing foi eleito deputado federal pelo PDS em 1982.

Foi secretário de Agricultura e Abastecimento no governo Esperidião Amin (1983 a 1986) e eleito, em 1988, pelo PFL, prefeito de Blumenau, de onde saiu para disputar e ganhar o governo de Santa Catarina, em 1990.

Conquistou uma cadeira no Senado na eleição de 1994, para o mandato de 1995 a 2003. Seu suplente é o médico e ex-vereador de Tubarão Geraldo Althoff.

Kleinubing foi membro-titular da Comissão de Assuntos Econômicos e da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura no Senado.

Destacou-se, em 1997, ao fazer denúncias de irregularidades e participar da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Precatórios, que investigou a emissão e venda de títulos públicos para pagamento de dívidas judiciais dos governos de Santa Catarina, Alagoas e Pernambuco e da Prefeitura de São Paulo.

Foi cotado pelo PFL para assumir um ministério no segundo mandato de FHC. “Se Santa Catarina tiver um ministro, este será Vilson Kleinubing”, disse Bornhausen, há um mês.

Kleinubing foi o principal articulador na reaproximação de Amin e Bornhausen, antigos adversários, para formar a coligação que venceu as eleições majoritárias de 1998 no Estado de Santa Catarina.

Blumenau

A história de um dos mais proeminentes líderes da atualidade na política catarinense começou em Montenegro, no Rio Grande do Sul. Foi lá que nasceu Vilson Pedro Kleinübing, que migrou para Videira com a família ainda criança. Seu Waldemar, o pai, acabou elegendo-se vereador, e mais tarde prefeito pela UDN. Apesar dessa influência, Kleinübing não planejava, mas não demorou para pavimentar sua própria trajetória, que o levou ao posto de senador da República (com mandato de 1995/2003), depois de ter sido eleito deputado federal, prefeito de Blumenau e governador de Santa Catarina.

Aos 16 anos, em 1960, Kleinübing foi fazer o ginasial no Colégio Catarinense, em Florianópolis. Mais tarde cursou engenharia mecânica na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1963/68). De volta ao Estado, fez pós-graduação em engenharia econômica na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em paralelo aos estudos, ele sempre trabalhou. Foi auxiliar de escritório em um banco em Videira no final dos anos 50, depois, já como acadêmico de engenharia, arrumou emprego na Ipesul, em Porto Alegre, na qual chegou a chefe de planejamento e produção.

Aos 25 anos, em Florianópolis, o recém-formado foi assistente da gerência da Ineal, empresa de engenharia e arquitetura, que trocou por uma vaga na Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), onde ingressou em 1970, concursado para a vaga de analista de sistemas. Paralelamente, Kleinübing lecionava. Foi professor titular de processamento de dados da Escola Superior de Administração e Gerência da Udesc no período de 1970/78.

Foi na Celesc que o jovem Kleinübing chamou a atenção dos caciques da política catarinense. Do cargo de analista de sistemas, ele passou a assessor administrativo em 1972. Em 1973, assumiu a função de chefe de departamento de processamento de dados. Quando chegou a diretor de distribuição, em 1979, notabilizou-se ao gerenciar um programa de eletrificação rural, que beneficiou 35 mil famílias.

O senador e ex-governador de Santa Catarina Vilson Kleinubing (PFL), 54, morreu em 23 de outubro de 1998, no hospital de Caridade, em Florianópolis, devido a insuficiência respiratória provocada por um câncer no pulmão.

Segundo o médico oncologista Marcelo Collaço Paulo, o tumor tomou os dois pulmões, o esôfago, a traqueia e a pleura. Kleinubing fora internado às pressas no último sábado com dificuldades respiratórias.

O corpo do senador foi velado no plenário da Assembleia Legislativa, que foi aberto ao público por volta das 18h.

Às 15h, o presidente do Congresso, senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), chegou a Florianópolis vindo de São Paulo. Emocionado, ACM ficou ao lado da família por cerca de 20 minutos.

“O Brasil perde um grande homem público. O senador foi um dos maiores destaques da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado”, disse ACM, que voltou às 17h para São Paulo.

Ele travava havia dois anos uma batalha contra o câncer e, doente, não pôde votar em 4 de outubro. Fumante que não gostava de ser fotografado com o cigarro na mão, Kleinubing foi diagnosticado portador de um tumor do pulmão e operado em 1996.

O presidente do PFL, senador eleito por Santa Catarina Jorge Bornhausen, acompanhou a família de Kleinubing desde o hospital e permaneceu no velório. “Santa Catarina perde um dos políticos de maior expressão”, disse.

O presidente Fernando Henrique Cardoso foi representado no enterro pelo vice-presidente, Marco Maciel, que chegou a Florianópolis às 8h40.

(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil – FOLHA DE S.PAULO – BRASIL – PERSONALIDADE / POR ESTANISLAU MARIA da Agência Folha, em Florianópolis – São Paulo, 24 de outubro de 1998)

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