Vida Alves, a atriz do primeiro beijo na TV brasileira

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Vida Alves, a atriz do primeiro beijo na TV brasileira

A atriz Vida Alves na festa dos 65 anos da TV no Brasil, em 2015 no Memorial da América Latina, em SP (Greg Salibian/Folhapress)

A atriz Vida Alves na festa dos 65 anos da TV no Brasil, em 2015 no Memorial da América Latina, em SP (Greg Salibian/Folhapress)

 

Vida Alves, atriz do 1º beijo e do 1º beijo gay da TV brasileira

Pioneira, Vida criou em 1995 e presidia a Pró-TV, entidade para preservar a memória da TV brasileira.

Vida Alves atuando ainda jovem, em foto não datada (Foto: Divulgação)

Vida Alves atuando ainda jovem, em foto não datada (Foto: Divulgação)

Vida Amélia Guedes Alves (Itanhandu, 15 de abril de 1928 – São Paulo, 3 de janeiro de 2017), atriz e escritora, foi uma das pioneiras de televisão brasileira, deu o primeiro beijo da TV brasileira, na novela “Sua vida me pertence”, de 1951, e o primeiro beijo gay, no início dos anos 1960. 

Em 1951 ela foi responsável pelo primeiro beijo na TV, junto com o ator Wálter Forster, na novela ‘Sua Vida Me Pertence’, transmitida pela antiga rede Tupi.

 

Vida Alves e Walter Forster na novela 'Sua vida me pertence', de 1951; eles protagonizaram o primeiro beijo da TV brasileira (Foto: Divulgação)

Vida Alves e Walter Forster na novela ‘Sua vida me pertence’, de 1951; eles protagonizaram o primeiro beijo da TV brasileira (Foto: Divulgação)

Vida Amélia Guedes Alves nasceu em Itanhandu (MG) em 15 de abril de 1928. Vida Alves, teve uma carreira que durou mais de mais de 70 anos. Começou no rádio e depois atuou em telenovelas, contracenando com grandes nomes, como Tarcísio Meira, Glória Menezes, Eva Wilma e Aracy Balabanian. Trabalhou ainda no cinema, apresentou programas na TV e escreveu novelas.

Nos anos 60, ela também deu aquele que foi considerado o primeiro beijo gay em uma telenovela brasileira.

Vida Alves teve uma carreira de mais de 70 anos. Começou no rádio, seguiu nas telenovelas e passou pelo cinema. Além disso, foi apresentadora de programas e escreveu novelas.

Em 2014, Vida lançou o livro ‘Televisão Brasileira: O Primeiro Beijo e Outras Curiosidades’, contando também sobre os primeiros passos da televisão brasileira e como eram produzidas as primeiras novelas.

Em 1995, ela criou junto com outros artistas a Associação dos Pioneiros Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira, conhecida como Pró-TV, que busca preservar a memória da TV brasileira e da qual era presidente.

Vida Alves colecionava itens raros do período do lançamento da TV no Brasil e tinha um museu na própria casa onde morava. Sua trajetória é contada na biografia “Vida Alves – Sem medo de viver” (Imprensa Oficial), de Nelson Natalino, lançada em 2013.

Primeiro beijo

O primeiro beijo da TV brasileira foi na novela “Sua Vida me Pertence”, de 1951, na Tupi. O par romântico dela era Walter Forster (1917-1996), também diretor da trama. Gravada ao vivo, a cena era uma ousadia para a época. O pudor era tão grande, lembrou Vida, que o fotógrafo da Tupi não registrou o momento do beijo – ela dizia que o profissional considerou que a imagem não seria publicada na imprensa.

Walter Foster e Vida Alves na novela 'Sua vida me pertence', de 1951; atores protagonizaram o primeiro beijo da história da TV brasileira (Foto: Divulgação)

Walter Foster e Vida Alves na novela ‘Sua vida me pertence’, de 1951; atores protagonizaram o primeiro beijo da história da TV brasileira (Foto: Divulgação)

“Foi um ano após a inauguração da TV. Foi um beijo técnico, não poderia ser diferente. Walter Forster era dez anos mais velho que eu. Era o diretor artístico, de certa forma meu chefe”, lembrou a atriz.

“Eu fui escolhida para fazer um par romântico pois havia me casado um ano antes, tido um filho, então estava fora da TV. Ele achou que eu era certa pois não tinha uma cara muito ‘gasta’ na TV. Ele explicou ao meu marido, numa visita à minha casa, como seria. Absolutamente marcado. ‘Tal postura, tal olhar, a boca ligeiramente aberta, me aproximo e fico uns segundinhos’. Assim foi feito, sem ensaio, tudo ao vivo.”

 

Primeiro beijo gay

Vida Alves foi pioneira novamente no teleteatro “A calúnia”, em que protagonizou um beijo gay, com a atriz Geórgia Gomide (1937-2011). Vida contava que o beijo aconteceu em 1964. Outros registros do beijo dizem que ele foi apresentado em dezembro de 1963.

“São coisas que existem, e se bem focadas e realizadas, contribuem para uma sociedade mais aberta e mais consciente”, afirmou. Ela se lembrou da gravação: “As duas moças, eu e a Geórgia Gomide, (…) sentaram-se uma perto da outra. Deram as mãos e disseram que se amavam. Deram um beijo, também de uma forma mais romântica que erótica”.

Questionada se a repercussão do beijo gay foi maior do que a do beijo hétero, respondeu afirmativamente. “Era 1964. Já havia videotape. Já procurei essa fita, mas não achei. Eu me lembro dos comentários. Diziam que ‘estamos ficando extravagantes’. Mas não foram tão exagerados”.

Para ela, o evento teve importância social. “São coisas que existem, e se bem focadas e realizadas, contribuem para uma sociedade mais aberta e mais consciente”, disse. Em entrevista à TV Globo, completou: “Sinto orgulho de ser elemento formador da TV”.

A atriz Vida Alves entrega homenagem a Octávio Florisbal, então diretor-geral da TV Globo, no evento de lançamento da exposição '60 anos da Telenovela Brasileira' na TV Globo em São Paulo, em setembro de 2011 (Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)

A atriz Vida Alves entrega homenagem a Octávio Florisbal, então diretor-geral da TV Globo, no evento de lançamento da exposição ’60 anos da Telenovela Brasileira’ na TV Globo em São Paulo, em setembro de 2011 (Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)

 

Vida Alves morreu aos 88 anos, em São Paulo, em 3 de janeiro de 2017. Ela estava internada desde o último dia 28 de dezembro e a morte foi diagnosticada por falência múltipla de órgãos.

Uma das filhas de Vida, Taís, falou sobre o legado da mãe. “Vida foi uma inovadora, uma beijoqueira. E eu ainda brincava: ‘Vidinha, ainda bem que você não deu o segundo beijo [da história da TV], porque do segundo beijo ninguém fala. Ela foi a primeira beijoqueira”.

(Fonte: http://veja.abril.com.br/brasil – BRASIL – ENTRETENIMENTO/ Por Da Redação – 4 jan 2017)

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia – POP & ARTE/ Por G1, São Paulo – 04/01/2017)

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