Vicente Salles, pesquisador paraense era tido como um dos maiores intelectuais do século 20.

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Vicente Salles dedicou toda uma vida à pesquisa sobre as manifestações culturais da Amazônia.

Vicente Salles (Igarapé- Miri, 27 de novembro de 1931 – Rio de Janeiro, 7 de março de 2013), pesquisador, historiador, folclorista e musicólogo paraense.

Natural de Igarapé- Miri, no nordeste paraense, Salles era tido como um dos maiores intelectuais do século XX.

Uma vida dedicada à pesquisa

Em nota à imprensa, a Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém, manifestou condolências pela morte do doutor Honoris Causa da instituição desde 2011 e que contribuiu intensamente com a universidade e com a produção de conhecimento durante toda sua vida.

O pesquisador, historiador, folclorista e musicólogo é um dos mais importantes intelectuais do século XX, da Amazônia e do Brasil, e com mais de 80 anos continuava produzindo e colaborando com diversas áreas. Entre os trabalhos mais importantes de Vicente Salles, estão os livros “História do Teatro do Pará”, “Vida do maestro Gama Malcher”, “Negro do Pará – sob o regime da escravidão” e “Santarém: uma oferenda musical”.

Além de receber o título doutor Honoris Causa, que é o mais alto dos graus universitários, normalmente concedido a personalidades que tenham se destacado pelo saber ou pela atuação em prol das Artes, das Ciências, da Filosofia, das Letras ou do melhor entendimento entre os povos, Salles também doou a parte de sua coleção pessoal e material utilizado em pesquisas sobre negros, cultura, artes e folclore da Amazônia ao Museu da UFPA.

O Acervo Vicente Salles reúne mais de quatro mil documentos e 70 mil recortes de jornais sobre temas como música, folclore, negro, artes cênicas e literatura, além de uma coleção de cartuns, fotografias de época, cordéis, peças de teatro do repertório regional e nacional, teses, folhetos e cartazes.

O intelectual paraense Vicente Salles morreu na madrugada de 7 de março de 2013, em um hospital particular da capital carioca. Ele faleceu aos 81 anos, de parada cardiorrespiratória. Salles estava internado desde o último dia 27 de fevereiro e, de acordo com a família, estava bastante debilitado por conta de uma anemia profunda e uma pequena hemorragia.

“Perda irreparável”

Para o historiador da Universidade Federal do Pará, Aldrin Figueiredo, a morte de Vicente Salles representa o fim de uma era marcada por grandes nomes da intelectualidade do século XX. “A perda do homem Vicente Salles é irreparável. O que nos consola é o legado que ele deixa pra história e pra cultura no nosso estado. Nomes como o dele e o de Benedito Nunes, grandes intelectuais da primeira metade do século passado, certamente nunca irão se perder na memória da humanidade”, comenta.

Figueiredo revelou à reportagem que a relação com o pesquisador começou dentro de sala de aula, no curso de História, da UFPA, mas se estendeu além dos muros da academia. “A influência do professor Salles na minha formação como profissional é muito profunda. Começou quando eu ainda dava os primeiros passos na graduação. Depois seguiu com o meu caminhar na pós-graduação. O apoio dele foi tamanho que ele chegou a escrever o prefácio do meu livro “A cidade dos encantados”, detalha.

“A característica mais marcante da personalidade dele certamente era a generosidade. Ele não se importava em partilhar o conhecimento, em dedicar tempo a todos que dele precisavam, fosse um aluno da interior do estado ou um intelectual celebrado. Prova disso é o próprio arquivo que ele doou à universidade, expandindo as fronteiras e o acesso de sua produção”, relembra o historiador.
(Fonte: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/03 – PARÁ – Do G1 PA – 7 de março de 2013)

Nascido no município paraense de Igarapé-açú, em 27 de novembro de 1931, Vicente Salles foi poeta, musicólogo, folclorista, Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Pará.

Seus primeiros trabalhos como escritor iniciaram no jornal “A Provincia do Pará” onde estabeleceu uma relação de amor com a música, a literatura, o fólclore e a pesquisa.

Considerado um dos intelectuais mais ativos da Amazônia, escreveu várias obras que falaram sobre a política e biografou vários políticos paraenses como Magalhães Barata e Antônio Lemos.

Professor publicou um total de 25 livros, entre eles o clássico O Negro no Pará sob o Regime da Escravidão, e 50 microedições impressas.

(Fonte: www.diarioonline.com.br/noticia-238295- NOTÍCIAS – PARÁ/ Por Kleberson Santos/DOL – 7 de março de 2013)

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