Valêncio Xavier, foi expoente na literatura experimental brasileira

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Um escritor de livros que pediam para ser assimilados como filmes

ILUSTRE DESCONHECIDO

Valêncio Xavier (São Paulo, 21 de março de 1933 – Curitiba, 5 de dezembro de 2008), escritor paulistano radicado em Curitiba, foi expoente na literatura experimental brasileira

Nenhuma outra experiência de aliar imagem e texto foi tão contundente na literatura brasileira quanto a de Valêncio Xavier. O autor de O Mez da Grippe (1981) e de várias outras histórias, conheceu o sucesso de crítica e de público no final dos anos 1990, quando teve parte de sua obra publicada pela Companhia das Letras, depois de uma indicação da crítica literária Flora Süssekind. E ganhou projeção nacional ao ser elogiado pelo escritor Décio Pignatari.

Autor de “O Mez da Grippe” (1998), Maciste no Inferno (1983) e O Minotauro (1985), acabou vencendo o Prêmio Jabuti 1999 de melhor produção editorial.

Escrito em 1981, O Mez da Grippe é uma colagem engenhosa de gravuras, publicidades, manchetes e reportagens dos jornais curitibanos de 1918, durante a epidemia de gripe espanhola. Três enredos vão sendo entretecidos. Em primeiro plano, há episódios da cidade doente. Depois, menções à I Guerra Mundial, que chegava ao término. Além disso, existe uma espécie de historieta oculta, com elementos eróticos e macabros.

Valêncio Xavier Niculitcheff, nasceu em São Paulo, em março de 1933. Passou a viver no Paraná em 1954. Foi colaborador dos jornais Gazeta do Povo, de Curitiba, e Folha de S. Paulo. Escreveu para vários jornais e revistas, trabalhou na TV Paranaense (hoje RPC TV) e na TV Paraná (da rede Tupi), escreveu dramas para a televisão e chegou a dirigir episódios do Globo Repórter.

Niculitcheff se estabeleceu em Curitiba, onde atuava como consultor de imagem em cinema e roteirista e diretor de TV.

Como cineasta, recebeu o prêmio de Melhor Filme de Ficção na 9º Jornada Brasileira de curta-metragem, por Caro Signore Feline.

Ele dirigiu, entre outros vídeos, “O Pão Negro – Um Episódio da Colônia Cecília” (1993) e “Os 11 de Curitiba, Todos Nós”.

Um dos nomes mais reconhecidos da literatura experimental brasileira, escreveu grande número de narrativas em jornais e revistas. Alguns de seus textos foram publicanos na “Nicolau”, na “Revista USP” e no caderno Mais! da Folha de S.Paulo.

Ele também publicou “Meu 7º Dia” (1998), “Minha Mãe Morrendo e o Menino Mentido” (2001) e os contos “Minha História Dele” (1998) e “Meu Nome É José”, na coletânea “A Alegria” (2002).

Niculitcheff traduziu “Conversa na Sicília” (2002), de Elio Vittorini, com Maria Helena Arrigucci.

Ele realizou vários trabalhos atrás das câmeras, atuando como diretor, assistente de direção, montador, roteirista e consultor. O seu Caro Signore Feline (1980) venceu o prêmio de melhor filme de ficção na 9ª Jornada Brasileira de Curtas-Metragens. Neste ano, seus livros inspiraram peças de teatro – duas montagens feitas pela Pausa Companhia – e filmes – Beto Carminatti e Pedro Merege estrearam no 3º Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino o longa-metragem de ficção Mystérios e finalizam o documentário As Muitas Vidas de Valêncio Xavier.

Criou a Cinemateca do Museu Guido Viaro em 1975 – que se tornaria a Cinemateca de Curitiba 23 anos mais tarde –, espaço responsável pela formação de vários cineastas paranaenses, identificados como a Geração Cinemateca, da qual fazem parte Carminatti, Fernando Severo e Berenice Mendes.

Depois de 2002, escreveu apenas mais um texto, “Coisas da Noite Escura”, parte do livroRremembranças da Menina de Rua Morta Nua (2006), o último publicado pela Companhia das Letras.

Valêncio Xavier morreu em 5 de dezembro de 2008, aos 75 anos e passou 82 dias internado no Hospital São Lucas em Curitiba.

 

 

(Fonte: Veja, 16 de setembro de 1998 – ANO 31 – Nº 37 – Edição 1564 – LIVROS/ Por Carlos Graieb – Pág: 153/154)

(Fonte:  http://noticias.bol.uol.com.br/entretenimento/2008/12/05 – NOTÍCIAS – ENTRETENIMENTO – 05/12/2008)

(Fonte:   http://www.gazetadopovo.com.br/caderno-g -bbb7c6b99558m16oj3bhi4mz2 – CADERNO G – LITERATURA – Irinêo Netto – 05/12/2008)

 

 

 

 

 

 

 

 

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