Ultra Violet, atriz francesa que foi musa de Andy Warhol (1928-1987)

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Livro retratou arrependimento por abuso de drogas e ‘orgias sexuais’

 

Super estrelas. Isabelle à esquerda, ao lado de Andy Warhol e Viva, em 1968 - (Sam Falk/The New York Times)

Super estrelas. Isabelle à esquerda, ao lado de Andy Warhol e Viva, em 1968 – (Sam Falk/The New York Times)

 

Ultra Violet (Grenoble, na França, 6 de setembro de 1935 – Manhattan, Nova York, 14 de junho de 2014), atriz francesa que foi musa de Andy Warhol (1928-1987). Nascida Isabelle Collin Dufresne, ela deixou a França para se tornar uma estrela da Factory. Isabelle foi uma das mais talentosas e belas superstars do ícone pop Andy Warhol.

De destaca beleza, Ultra Violet foi “uma das estrelas dos dias de glória de Andy Warhol no estúdio dele, a Factory”. Ícone da pop arte, o pintor e cineasta era uma das figuras centrais da cultura nova-iorquina, sobretudo nos anos 1960.

Nascida Isabelle Collin Dufresne, em 6 de setembro de 1935, em Grenoble, na França, Ultra Violet estava tomando chá com Salvador Dalí (1904-1989), seu amante e mentor, quando conheceu Andy Warhol. Eles estavam no hotel St. Regis, em Nova York, e Warhol imediatamente demonstrou desejo de tê-la em algum de seus filmes.

A estreia como atriz foi em “The life of Juanita Castro” (1965), ainda com o nome de Isabelle Collin Dufresne. Ultra Violet surgiu no filme seguinte, “I, a man” (1967), também estrelado por Nico, vocalista da banda Velvet Underground, e Valerie Solanas (que depois atirou em Andy Warhol e quase o matou).

A personagem tinha como marca registrada os cabelos, batons e sombras roxos. Esteve em 17 produções da Factory, sem contar documentários. Por outro lado, lembra o “New York Times”, por trás das câmeras a atriz parecia uma típica “rainha do baile”. Era uma morena esguia, “de feições delicadas e que usava no máximo cílios postiços”. Tinha ainda um sotaque francês.

Em 1973, ela passou perto da morte, e atribuiu o fato aos seus excessos da década anterior. Nos anos 1980, condenou o uso abusivo de drogas, as orgias sexuais e culto ao ego que havia na Factory. Ultra Violet dizia se arrepender daquele estilo de vida e se tornou membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Em 1988, ela lançou o livro autobiográfio “Famous for 15 minutes: My years with Andy Warhol” (“15 minutos de fama: “Meus anos com Andy Warhol”. Na obra, informa o “New York Times”, Ultra Violet aborda sua conversão depois de um colapso. Autocrítica, admite que na época era “uma exibicionista sem limites à caça de manchetes”.

Ultra Violet tinha 28 anos quando foi apresentada a Andy Warhol, por intermédio de Salvador Dalí, seu mentor intelectual e artístico no começo da carreira, e também um de seus muitos casos amorosos. O ano era 1964, e logo Warhol a convidou para o seu próximo filme, a comédia política “The life of Juanita Castro” (1965). Foi dois anos mais tarde, que Isabelle aposentou o nome de batismo e transformou-se na musa Ultra Violet do filme “I, a man” (1967), em que aparecia montada por adereços roxeados — peruca, batom, rímel… — em cenas ao lado de Nico e Valerie Solanas.

Nascida numa família de classe média alta, Isabelle manifestou desde cedo suas tendências rebeldes, e não foi só uma vez que seus pais, católicos, pediram auxílio a um padre e seus rituais de exorcismo na tentativa de aplacar o comportamento irascível de Isabelle. Sem o resultado esperado, os pais a enviaram a um reformatório e, de lá, Isabelle teve uma curta passagem pela escola de artes de Grenoble, antes de ser “enviada pelo correio”, como dizia, aos Estados Unidos.

Ao longo da carreira, Ultra Violet participou de cerca de 20 filmes, sem contar os inúmeros documentários feitos poteriormente ao período áureo da Facotry de Warhol. Mesmo em obras não dirigidas por Warhol e Paul Morrissey, Ultra Violet parecia como indissociável à ideia de contracultura, servindo à tela um cardápio de cenas envolvendo drogas, sexo, fantasia e elementos de horror.

Entre os filmes de maior destque estão obras famosas como “Midnight Cowboy” (1969), em que contracena com outros habitués da Factory, como Viva, International Velvet e Mr. Morrissey. Ultra Violet também aparece em participações especiais nos longas “Taking off” (1971), de Milos Forman; “An unmarried woman” (1978), de Paul Mazursky, e faz sua última aparição nas telas em “Blackout” (1994), dirigido por Paulita Sedgwick, prima da famosa Edie Sedgwick, uma das maiores estrelas da Factory.

Muitos anos depois, já em 2011, em entrevista ao jornal “USA Today”, ela comentou que o período foi na verdade “emocionante, havia uma revolução cultural em curso”.

Ultra Violet faleceu em 14 de junho de 2014, aos 78 anos, em um hospital em Manhattan, Nova York, e tinha câncer.

(Fonte:  http://oglobo.globo.com/cultura/teatro – CULTURA – ARTES CÊNICAS – POR O GLOBO – 16/06/2014)

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2014/06/ POP & ARTE – Do G1, em São Paulo – 16/06/2014)

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