Tornou-se a primeira mulher e a primeira pessoa negra a tentar obter a candidatura à presidência por um grande partido político

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Shirley Chisholm: a 1ª mulher negra a concorrer à presidência dos EUA

 

Em 1972, as eleições dos Estados Unidos tiveram a primeira pré-candidata negra da história: Shirley Chisholm concorreu ao cargo pelo Partido Democrata. Durante a campanha, recebeu pelo menos três ameaças de morte e precisou lutar para que sua candidatura fosse levada a sério.

 

A candidatura de Shirley nos anos 70 mostra sua força ao concorrer ao cargo poucos anos após a eclosão do movimento pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

 

Shirley Chisholm tornou-se a primeira mulher e a primeira pessoa negra a tentar obter a candidatura à presidência por um grande partido político

Shirley Chisholm tornou-se a primeira mulher e a primeira pessoa negra a tentar obter a candidatura à presidência por um grande partido político

 

Tornou-se a primeira mulher e a primeira pessoa negra a tentar obter a candidatura à presidência por um grande partido político

Shirley Chisholm (Brooklyn, Nova York, 30 de novembro de 1924 – Ormond Beach, Flórida, 1º de janeiro de 2005), deputada federal eleita em 1968, a primeira mulher negra a ser eleita para o Congresso.

Pessoas negras só conquistaram o direito ao voto no país em 1965, sete anos antes que o nome de Shirley surgisse como aspirante à presidência.

Ela também foi a primeira mulher negra no congresso estadunidense. O cargo permitiu que lutasse pela igualdade racial e de gênero no país.

Shirley pressionou para que o governo expandisse o programa de auxílio alimentação para pessoas de baixa renda, fez campanha pela adoção do salário mínimo e se opôs à Guerra do Vietnã.

A candidata sentiu o preconceito duplamente em sua trajetória política. Seus poucos colegas negros, em quem ela esperava poder confiar, preferiram apoiar homens brancos a ajudar uma mulher que lutava contra a segregação racial.

Com a falta de apoio, Shirley perdeu as primárias para George McGovern, que concorreu à presidência (e perdeu) contra Richard Nixon.

Em 1972, a deputada federal Shirley Chisholm tornou-se a primeira mulher e a primeira pessoa negra a tentar obter a candidatura à presidência por um grande partido político.

Quando anunciou a sua decisão, em 25 de janeiro de 1972, ela já era uma figura histórica devido à sua eleição para a Câmara Federal em 1968, representando o 12° Distrito Congressual do Brooklyn. Aquela eleição fez dela a primeira mulher negra a ser eleita para o Congresso.

O seu slogan de campanha, e o título do seu primeiro livro, foi “Unbought and Unbossed” (literalmente algo como “Não Comprada e Sem Patrões”), e a sua noção de quem era tornou-se bem evidente quando, após tomar posse, ela declarou ao “Washington Post”: “Neste momento sou uma pessoa histórica, e estou bastante consciente disso”.


Chisholm também não perdeu tempo em exibir a sua franqueza e destemor quando desafiou o sistema de cargos baseado na antiguidade na Câmara, após ter sido colocada no Comitê de Agricultura, um grupo que pouco fazia pelo seu distrito urbano. Ela exigiu que fosse transferida e acabou recebendo uma cadeira no Comitê de Assuntos de Veteranos.

Filha de imigrantes, o seu pai veio da então Guiana Britânica e a mãe de Barbados, o orgulho de Chisholm pelo seu sexo e a sua etnia ficou evidente quando ela tornou-se um dos membros fundadores do Congressional Black Caucus (grupo parlamentar de negros no Congresso dos Estados Unidos) e da Organização Nacional para as Mulheres.

A sua independência refletiu-se no seu apoio a um parlamentar branco, Hale Boggs, para a liderança da Câmara, e não a John Conyers, que era negro.

A decisão de Chisholm de disputar a presidência não foi recebida com o entusiasmo festivo que tem marcado as campanhas de Hillary Clinton e de Barack Obama. 

Desprezada pelo establishment político, incluindo a maioria dos seus colegas negros do sexo masculino, Chisholm embarcou em uma campanha heróica e idealista de inclusão que exibiu o intelecto, a paixão, a sagacidade e a grande habilidade oratória que a caracterizavam. 

George McGovern conquistou a candidatura, mas Chisholm chegou até a Convenção Nacional Democrata em Miami, tendo obtido 152 delegados. 

Chisholm era uma liberal declarada que defendia os direitos das mulheres e das pessoas negras, e foi uma feroz oponente da Guerra do Vietnã. Mas a essência do seu caráter foi revelada quando um dos seus oponentes na campanha pela candidatura democrata, o racista governador do Alabama, George Wallace, foi vítima de uma tentativa de assassinato em Maryland, um ataque que o deixou paralisado da cintura para baixo.

Chisholm o visitou no hospital e devido a isso foi criticada pela comunidade negra. Ela contou que quando Wallace a viu, perguntou: “O que o seu povo vai dizer?”. A sua resposta a ele foi: “Eu sei o que eles dirão. Mas eu não gostaria que o que aconteceu com você acontecesse com mais ninguém”. Wallace chorou.

No seu livro “The Good Fight” (“A Boa Luta”), Chisholm explicou porque disputou a presidência. “Disputei a presidência, apesar de não ter chances, para demonstrar a vontade pura e a recusa em aceitar o status quo”, escreveu ela. “Da próxima vez que uma mulher, ou um negro, ou um judeu, ou qualquer pessoa oriunda de um grupo que o país “não está pronto” para eleger para o seu cargo mais importante, disputar a presidência, acredito que ele ou ela será levado a sério desde o início”.

Chisholm morreu no Ano Novo de 2005 aos 80 anos de idade. Naquele ano, a cineasta Shola Lynch apresentou um notável documentário sobre a sua campanha, chamado “Chisholm 72: Unbought and Unbossed”. Nele, Chisholm diz que não queria ser lembrada apenas por ter sido a primeira congressista do sexo feminino ou a primeira mulher a tentar obter a candidatura à presidência por um grande partido político.

Ela afirmou: “Quero ser lembrada como uma mulher que lutou por mudanças no século 20. É isso o que desejo”.

 

Gravações de 1974 divulgadas pelo US National Archives mostram que a pioneira era também uma visionária. Em um clipe, ela diz que não ficaria surpresa se os Estados Unidos não tivessem uma presidente mulher nos próximos 20 ou 25 anos.

Apesar disso, a congressista soube deixar sua marca até nas coisas mais sutis. Uma das atitudes foi contratar uma equipe composta apenas por mulheres, metade delas negras.

Sua luta continou até 1982, quando se aposentou da vida política. Em 2015, sua atuação foi reconhecida com a Medalha Presidencial da Liberdade, considerada a maior condecoração civil dos Estados Unidos.

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/ultnot/especial/2008/eleicaoeua/noticias/2008/02/27 – ELEIÇÃO AMERICANA 2008 / ESPECIAL / por Hearst Newspapers / Cary Clack, do San Antonio Express-News – Em San Antonio, no Texas – 27/02/2008)

(Fonte: https://www.hypeness.com.br/2020/04 – DIVERSIDADE / por: Redação Hypeness)

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