Thomaz Farkas, fotógrafo, professor, produtor e diretor de cinema

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Fundou a primeira loja a vender material fotográfico no país

 

Fotógrafo que registrou São Paulo

 

 

Thomaz Farkas (Budapeste, Hungria, 17 de outubro de 1924 – São Paulo, 25 de março de 2011), fotógrafo, professor, produtor e diretor de cinema, Farkas vivia no Brasil desde a década de 30. Seu pai, Desidério, foi um dos pioneiros da fotografia e fundou a rede de lojas Fotoptica – a primeira a vender material fotográfico no país.

 

 

O fotógrafo, produtor de cinema e diretor Thomaz Farkas, que na década de 1940 foi um dos fundadores do Foto Cine Clube Bandeirantes, em São Paulo, iniciativa que foi um marco da fotografia moderna brasileira, emigrou para o Brasil em 1930 – naturalizou-se brasileiro em 1949.

 

Nascido em Budapeste, na Hungria, em 17 de outubro de 1924, Farkas veio morar no Brasil aos seis anos. Aos oito, ganhou do pai sua primeira câmera fotográfica.

 

Dez anos depois, o que parecia hobby virou profissão. Influenciado por fotógrafos como Ansel Adams e Edward Weston, Farkas passou a fazer parte do Foto Cine Clube Bandeirantes – grupo que redefiniu o jeito de se fazer fotografia no país. No clube, foram formados nomes como Geraldo de Barros (1923-1998), Chico Albuquerque (1917-2000) e German Lorca.

 

 

Os fotógrafos dessa geração se especializaram em produzir imagens que tinham influências do movimento surrealista, que detalhava a arquitetura e cenas urbanas. Farkas tinham como cenários preferidos São Paulo e o Rio de Janeiro.

 

 

Seu pai foi sócio-fundador da loja Fotóptica, em São Paulo, uma pioneira no ramo fotográfico no Brasil, levada adiante por Thomaz. Em janeiro, ele inaugurou no Instituto Moreira Salles de São Paulo a mostra Uma Antologia Pessoal, reunindo 40 anos de sua produção fotográfica. Afirmava que a fotografia era, para ele, “o melhor jeito de aproveitar a vida”.

 

 

A entrada para o Foto Cine Clube Bandeirantes, em 1942, foi importante para Farkas, pois foi nas décadas de 1940 e 50 que ele se dedicou a um período de experimentações com o preto e branco, criando uma nova linguagem de investigação formal “sintonizada com as vanguardas históricas”, como já definiu o crítico Rubens Fernandes Junior.

 

 

Mas, apesar de uma vasta produção fotográfica (são emblemáticas imagens que realizou da construção de Brasília) e de um denso trabalho de incentivo à fotografia – ele projetou em 1950 o laboratório fotográfico do Masp, além de ter participado dos primórdios da fundação do Museu de Arte Moderna de São Paulo e de ter tido a Galeria Fotóptica; apenas na década de 1990 ele teve um devido reconhecimento como criador de imagens.

 

Thomaz Farkas foi também um grande produtor de documentários. Em 1968, ele criou a Caravana Farkas, com o intuito de percorrer regiões distantes do Brasil ao lado de outros profissionais e fazer filmes sobre culturas populares brasileiras. A empreitada originou uma série de curtas e médias-metragens. É histórica a viagem que realizou em 1975, pelo Rio Negro, ao lado do compositor Paulo Vanzolini e do cineasta Geraldo Sarno. O grupo preparava na ocasião material para a realização do que seria primeiro longa-metragem da caravana.

 

 

A Videofilmes lançou uma caixa com sete deles produzidos pelo fotógrafo nas décadas de 1960 e 1970, que trazem entrevistas e curtas com sua participação. A caixa reúne documentários raros, como a estreia do diretor Paulo Gil Soares, Memória do Cangaço, produção que ganhou o prêmio Gaivota de Ouro do Festival Internacional do Filme, em 1965. Outros realizadores produzidos por Farkas que estão na caixa são Geraldo Sarno e Maurice Capovilla, além do próprio, que assina a fotografia de filmes como Trio Elétrico, de Miguel Rio Branco.

 

 

Na década de 70 o fotógrafo organizou expedições para o Norte e Nordeste do país ao lado de cineastas como Eduardo Escorel, Maurice Capovilla e Paulo Gil Soares, no que foi chamada a “Caravana Farkas”. O objetivo era produzir suas primeiras imagens coloridas fora da região Sudeste.

 

 

Obras em exposição

É no Instituto Moreira Salles, em São Paulo, que se encontra grande parte da obra do artista – cerca de 34 mil imagens.

 

A exposição Thomaz Farkas: Uma Antologia Pessoal, que ficou em cartaz até 3 de abril, é uma boa introdução ao universo fotográfico do fotógrafo. Muitas das imagens da mostra são inéditas e foram escolhidas pela equipe do IMS e os filhos do fotógrafo, João e Kiko, entre as 34 mil fotos que integram em comodato o acervo do instituto. Elas estão no livro que dá título à mostra.

 

Desde o dia 27 de janeiro a instituição promove a exposição “Uma antologia pessoal”, uma retrospectiva da obra de Farkas, com cerca de cem imagens clicadas entre as décadas de 40 e 70. A abertura da mostra foi acompanhada pelo lançamento de um livro, com 150 fotografias, organizadas pelo próprio fotógrafo com a ajuda dos filhos, João e Kiko Farkas.

“Ele será lembrado como o grande nome da fotografia moderna brasileira e também deixará um legado importantíssimo para o cinema nacional”, diz Sergio Burgi, um dos curadores da exposição. “Farkas participou ativamente desta mostra, revisou e escolheu cada fotograma e ainda selecionou imagens inéditas”.

Artista húngaro estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo.

O fotógrafo húngaro Thomaz Farkas morreu em 25 de março de 2011 aos 86 anos, em São Paulo. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês havia 20 dias e teve falência múltipla dos órgãos.

(Fonte: www.g1.globo.com – Do G1, em São Paulo – 25 de março de 2011)

(Fonte: https://www.estadao.com.br/noticias/geral – NOTÍCIAS / GERAL / CULTURA / Por Camila Molina, O Estado de S.Paulo – / COLABOROU ANTONIO GONÇALVES FILHO – 26 Março 2011)

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