Thomas Merton, monge trapista que falou do mundo do silêncio para milhões de indagadores que buscavam a Deus, era um dos maiores escritores místicos do século XX

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Thomas Merton: tranquilo e isento

 

Thomas Merton

Thomas Merton autor da obra A Montanha dos Sete Patamares

 

Thomas Merton; Monge escreveu sobre a busca por Deus

 

Thomas Merton (Prades, França, 31 de janeiro de 1915 – Bangcoc, Tailândia, 10 de dezembro de 1968), monge trapista que falou do mundo do silêncio para milhões de indagadores que buscavam a Deus, era um dos maiores escritores místicos do século XX.

É autor da obra A Montanha dos Sete Patamares e de mais 70 livros, metade deles traduzidos para o português.

Nascido em 31 de janeiro de 1915, na cidade medieval de Prades, nos Pirineus do sul da França, Merton era filho de pai neozelandês e mãe norte-americana, que em 1916 se mudaram para Long Island, nos Estados Unidos. Foi para a Inglaterra com o pai e o irmão mais novo, John Paul, após a morte da mãe, quando ele tinha 6 anos.

O pai morreu em Londres em 1931 e John Paul, piloto da Real Força Aérea (FAF), foi abatido pelos alemães no Canal da Mancha, na 2.ª Guerra Mundial. Voltou para os Estados Unidos em 1933 e dois anos depois entrou na Universidade Columbia.

Merton formou-se em literatura inglesa, foi professor no City College de Nova York e crítico literário dos jornais The New York Times e do Ney York Herald Tribune.

Por influência de seu amigo Robert Lax, judeu convertido ao catolicismo, se interessou pelo estudo de São João da Cruz e começou a pensar em ser padre.

Tentou ingressar na Ordem dos Franciscanos, mas desistiu quando lhe disseram que não tinha vocação. Levou vida quase monástica nos dois anos em que foi professor na Faculdade Franciscana de São Boaventura e escreveu seus primeiros livros – um diário e três romances – nenhum deles aceito por editoras.

Um retiro espiritual com os trapistas em Gethsemani, no Kentucky, apontou-lhe o caminho para o claustro. Tomou a decisão ao voltar ao mosteiro, depois de trabalhar algum tempo entre a população negra do Harlem, em Nova York.

Rasgou os três romances, deu suas roupas aos negros e enviou o que restava – seus poemas, o diário e o manuscrito da novela Journal o My Escape from the Nazis – para um amigo. Com uma maleta na mão, Merton chegou sozinho à Abadia de Gethsemani no dia 10 de dezembro de 1941. Tinha 27 anos.

O monge trapista se tornou conhecido internacionalmente com o lançamento de A Montanha dos Sete Patamares, em 1948. Thomas Merton escreveu sobre as mais relevantes questões de seu tempo, como segregação racial, não violência, diálogo ecumênico, consciência ecológica e resco de uma hecatombe nuclear.

Pelo menos 24 livros de Merton foram traduzidos no Mosteiro da Virgem, em Petrópolis, pela irmã beneditina Maria Emmanuel de Souza e Silva, amiga do autor, com quem se correspondia com frequência. Outro contato do monge trapista no Brasil foi Alceu de Amoroso Lima, que lhe escrevia sempre.

Thomas Merton gostava do Brasil e, por causa de escritores brasileiros como Jorge de Lima, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, fez questão de estudar português, uma das seis línguas que falava e de que mais gostava.

Silêncio, oração e trabalhos manuais no mosteiro, uma rotina de solidão querida, marcaram os 27 anos seguintes, até a morte por acidente num hotel de Bangcoc, na Tailândia, quando levou um choque ao pisar num fio desencapado de um ventilador ao sair do banho.

“And now I will desappear” (Agora eu vou desaparecer), essas tinham sido as últimas palavras da conferência feita pouco antes num encontro com líderes religiosos asiáticos. O diálogo com as crenças do Oriente foi uma das paixões de Thomas Merton.

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/noticias/literatura – NOTÍCIAS / CULTURA – LITERATURA/ Por José Maria Mayrink – 31 Janeiro 2015)

 

 

 

 

 

 

(Fonte: https://www.nytimes.com/1968/12/11/archives – New York Times Company / ARQUIVOS / Por Israel Shenker – 11 de dezembro de 1968)

 

 

 

 

 

(Fonte: Veja, 25 de outubro de 1978 – Edição 529 – LIVROS/ Por Edgar da Mata Machado – Pág: 154)

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