Stálin, transformou-se no chefe de uma poderosa máquina que jamais parou de crescer.

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Stálin: construiu a máquina do terror

Josef Stálin (Gori, 18 de dezembro de 1879 — Moscou, 5 de março de 1953), secretário-geral do Partido Comunista, um destacado bolchevique, transformou-se no chefe de uma poderosa máquina que jamais parou de crescer e que sobrevive após a morte do criador.

Alguns o acusam pura e simplesmente de criminoso. Outros, pura e simplesmente o defendem.

Stálin no poder simplesmente deixa de existir como homem para transformar-se num ditador que construiu a máquina do terror, e longo período de mortes e perseguições na União Soviética, a partir dos anos 30, “porque o partido único soviético é que decide sobre todas as esferas da vida”.

O estalinismo se identifica como o próprio Estado, mesmo quando Kruschev passava a atacar o ditador morto (década de 50). Mais ainda: longe de ter sido um “acidente histórico” na vida do socialismo (como quer o filósofo marxista húngaro Gyorgy Lukács), Stálin esteve sempre plenamente consciente de seus atos. Era um criminoso sem paixão, quase burocrático, e que “poucas vezes foi forçado a agir sob pressão das circunstâncias.”

O começo – No entanto é difícil admitir que o assassinato de um líder autênticamente bolchevique como Kirov, que teve forma absolutamente criminosa, tenha sido realizado pela vontade isolada de um homem.

Sergei Mironovich Kirov (1886-1934), personagem e vítima do chamado “crime do século”, chamado pelos amigos de “maravilhoso leninista”, pela sua fidelidade ao fundador do Estado Soviético, queria limitar os poderes de Stálin, abrandando a forma ditatorial do governo.

Mesmo sendo secretário do Comitê Central, membro do Politburo, primeiro secretário do Partido de Leningrado e desfrutando de grande popularidade, Kirov foi julgado e executado em outubro de 1934.

Sua morte desencadeou os processos-monstros que caracterizaram a década, quase todos encerrados com atestados de óbito altamente discutíveis. Kuibyshev sofreu “ataque cardíaco” (janeiro de 1936); Gorki (Os inimigos de Stálin afirmaram que foi envenenado, mas isso não pode ser comprovado); Zimoiev, após seu julgamento, lembrava a Stálin, aos gritos, a sua “promessa” (não se sabe qual); Yamenev tombou fuzilado por um “soldado neurótico”; e Ordzhonikdze, inimigo do policial Beria, “suicidou-se” (embora oficialmente tenha morrido de espasmos nas coronárias).

O auge – A máquina, a essa altura, ganhava um fôlego que a acompanharia até os nossos dias. Em junho de 1937, os altos comandos do Exército Vermelho foram acusados de traição. Com os expurgos que se seguiram, e mais os de agosto do mesmo ano, encerrava-se a fase de repressão aos membros mais diretamente ligados ao Partido. Solta, a máquina criada por Stálin continuou agindo – mesmo quando não parecia haver nenhum alvo à vista.

O ano de 1937, é o verdadeiro ano do terror: prisões em massa, campos de concentração, penitenciárias superlotadas, torturas, “confissões voluntárias”. Kaganovich, brilhante e cínico; Yezhov, o anão sanguinário e repelente; Parkrebyshev, vulgar; e sobretudo Andrei Vyshinski, inteligente, velhaco e oportunista (só aderira ao bolchevismo depois que este trinufara).

Quando estourou a Segunda Guerra Mundial (setembro de 1939), os sobreviventes estavam calados e atemorizados. Entre 1945 e 1946, novos expurgos, menos violentos, e dessa vez atingindo pessoas que pensavam ou tinham hábitos diferentes dos de Stálin.

Ficando apenas nesses grandes expurgos, principalmente por considerá-los obra pessoal do chefe. Stálin no fundo não acreditava na Revolução e se valia dela egoísticamente para ser o “Homem de Aço”, o “Pai do Povo”. Ou, em outras palavras, que um tirano é um fenômeno que sempre pode repetir-se na História.

(Fonte: Veja, 1° de julho de 1970 – Edição 95 – LIVROS – Robert Conquest – Pág; 70)

Josef Stalin faz 50 anos e é proclamado líder absoluto do Partido Comunista da União Soviética, em 21 de dezembro de 1929.

(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – N.° 17. 605 – 21 de dezembro de 2013 – Hoje na História – ALMANAQUE GAÚCHO/ Por Ricardo Chaves – Pág; 46)

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