Simin Behbahani, defensora dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão dos iranianos

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A escritora era ferrenha defensora dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão

Indicada ao Nobel de Literatura, escritora versou sobre as esperanças e decepções dos iranianos

Simin Behbahani (20 de junho de 1927 – Teerã, 19 de agosto de 2014), poeta, defensora dos direitos das mulheres e da liberdade de expressão cujos versos captaram as esperanças e decepções dos iranianos desde a revolução de 1979.

Filha de escritores, Simin aprendeu em casa a amar a literatura e o jornalismo, e começou a escrever poesia aos 12 anos.

Seu primeiro livro de poemas foi publicado quando ela tinha apenas 14.

Sua mãe, Fakhr Ozma Arghon, foi uma destacada feminista, professora, escritora, editora de jornal e poeta, e seu pai, Abbas Jalili, também foi um renomado escritor e editor de jornal.

Ao longo de sua vida publicou mais de 600 poemas, reunidos em 19 livros de poesia, duas coleções de contos curtos, uma biografia de seu segundo marido, o falecido Manouchehr Koushiar, e vários artigos literários, ensaios e entrevistas.

Também compôs mais de 300 canções para alguns dos mais famosos cantores iranianos.

Livro após livro, um poema profundo após outro, Behbahani pintou retratos em miniatura de seu país ao longo das décadas. Deu voz aos desejos do povo iraniano, escreveu uma crônica de suas esperanças e desilusões e documentou com orgulho e precisão a heroica resistência e subversão criativa de sua nação e dela mesma.

Behbahani foi uma das vozes defensoras da liberdade de expressão em seu país, o que lhe valeu diversos prêmios internacionais, como o Prêmio de Direitos Humanos Hellman/Hammett (em 1998), o Carl Von Ossietzky de Direitos Humanos (1999) e o Prêmio à Liberdade de Expressão da União de Escritores da Noruega (2007).

Também obteve o prêmio literário Bita Daryabari da Universidade de Stanford (2008) e o Latifeh Yarshater Book Award (2004).

Em 2010 a polícia a impediu de sair do país e confiscou seu passaporte quando se preparava para viajar à França para dar uma conferência sobre feminismo.

Entre suas obras poéticas mais conehcidas estão “Tar-e Shekasteh” (O Luto Quebrado), “Jay-e Pa” (A Marca de Seu Pé), “Chelcheragh” (40 Lâmpadas) e “Marmar” (Mármore).

A poetisa conciliou durante três décadas seu trabalho literário com a de professora de uma escola de ensino médio, e também foi durante vários anos editora do “Yandeye Irã” (Futuro do Irã), além de ter presidido a Associação de Escritores do Irã.

A escritora expressou uma oposição ferrenha à prática do apedrejamento, forma de pena capital raramente utilizada. Behbahani acrescentou sua voz aos manifestantes que foram às ruas após a polêmica eleição presidencial de 2009 para protestar contra uma suposta fraude eleitoral ao escrever o poema “Parem de atirar meu país aos quatro ventos”.

Ela verbalizou os ânimos esperançosos, e depois desconsolados, do Irã contemporâneo pós-revolução, usando a forma poética conhecida como gazel, existente há 1,1 mil anos.

Indicada ao prêmio Nobel de literatura, ela foi agraciada com o título informal de “Leoa do Irã” pela coragem que mostrou diante da censura oficial, segundo seus admiradores.

“Até agora eu disse o que tinha a dizer, sempre disse que sou contra a morte, contra a matança e contra o aprisionamento”, declarou ela ao serviço persa da rede BBC, em 2012.

Simin Behbahani morreu em 19 de agosto de 2014, aos 87 anos, no hospital Tehran Pars, em decorrência de problemas cardíacos e respiratórios, em Teerã.

 

(Fonte: http://www.publishnews.com.br/telas/clipping – 78355 – Reuters – Michelle Moghtader – 20/08/2014 )

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/livros – 13663336 – CULTURA – LIVROS – POR REUTERS – 19/08/2014)

(Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias – Arte/ Por Romissa Mofidi/Wikimedia Commons – Teerã – 19/08/2014)

 

 

 

 

 

 

 

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