Sidney Rittenberg, viveu 35 anos na China após a II Guerra Mundial e foi conselheiro do líder chinês Mao Tsé-Tung, anos depois, tornou-se consultor de capitalistas como os magnatas da informática Bill Gates e Michael Dell

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Sidney Rittenberg, americano que foi conselheiro de líder chinês Mao

 

 

Sidney Rittenberg com Mao Zedong durante uma reunião de líderes do Partido Comunista. Rittenberg foi um assessor dedicado a Mao como propagandista do partido, mas se deparou com as suspeitas de Mao, ofendeu a esposa de Mao e passou 16 anos na prisão. (Crédito: Coleção pessoal de Sidney Rittenberg)

 

 

 

Sidney Rittenberg (Charleston, Carolina do Sul, 14 de agosto de 1921 – Arizona, 24 de agosto de 2019), foi um americano que viveu 35 anos na China após a Segunda Guerra Mundial e foi conselheiro do líder chinês Mao Tsé-Tung.

 

 

A vida de Rittenberg foi marcada por viradas radicais. Filho rebelde de uma família abastada da Carolina do Sul, abraçou em sua juventude os ideais marxista-leninistas para, anos depois, tornar-se consultor de capitalistas como os magnatas da informática Bill Gates e Michael Dell.

 

 

Ele chegou à China como soldado do Exército americano sobre o final da guerra e, em 1946, filiou-se ao Partido Comunista Chinês. Por seu domínio do mandarim, tornou-se intérprete e viajou com Mao e com o Exército Vermelho. Na China, era conhecido pelo nome Li Dunbai.

 

 

Rittenberg foi testemunha direta da guerra civil que levou em 1949 à fundação da República Popular da China e teve acesso ao círculo íntimo de Mao, onde também cultivou uma relação com o chefe de governo Chou Enlai.

 

 

Sua fidelidade foi recompensada com responsabilidades no governo chinês, onde era praticamente o único estrangeiro conhecido em meio aos correligionários.

 

 

Esse estreito vínculo com a cúpula governante não o salvou de ser preso durante dois períodos, acusado de espionagem.

 

 

Na primeira ocasião, passou seis anos na prisão. Quando foi solto, recuperou seus privilégios dentro do partido, em 1955, e seu apoio à causa comunista se manteve intacto.

 

 

Ficou encarregado da propaganda em língua inglesa do regime, o que incluiu o período conhecido como o “Grande Salto para Frente” (1958-1961), campanha de coletivização forçada que gerou fome e deixou pelo menos 20 milhões de mortos.

 

 

Ele manteve seu apoio durante a Revolução Cultural (1966-1976), outro período obscuro em que Mao intensificou culto à sua pessoa e eliminou brutalmente seus opositores.

 

Em 1968, a esposa de Mao ordenou sua prisão, e o americano passou dez anos atrás das grades. Wang Yulin, mulher de Rittenberg, foi enviada para um campo de trabalho. Libertado em 1977, voltou para os Estados Unidos em 1979 com sua família.

 

 

Rittenberg se tornou intermediário procurado por grandes companhias americanas que buscavam fazer negócios na China. Continuou viajando com regularidade para Pequim e era consultado com frequência como assessor.

 

Sidney Rittenberg faleceu em 24 de agosto de 2019, no Arizona, aos 98 anos.

(Fonte: Zero Hora – ANO 56 – N° 19.490 – 29 de AGOSTO de 2019 – TRIBUTO /MEMÓRIA – Pág: 37)

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