Sérgio Hingst, ator de cinema paulista, atuou nos filmes de Walter Hugo Khouri e de Rubem Biáfora, como “O Quarto” (1966)

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Prolífico ator

 

Sérgio Hingst (Sorocaba, 13 de maio de 1924 – Sorocaba, 7 de novembro de 2004), ator de cinema paulista.

 

O ator, que chegou a cursar a Escola de Arte Dramática da USP, começou sua carreira no cinema em 1951 na Vera Cruz. Seu primeiro filme na companhia foi “Luz Apagada” (1953). Sua atuação pode ser vista em 102 filmes. Entre os mais importantes estão os de Walter Hugo Khouri e de Rubem Biáfora, como “O Quarto” (1966).

 

Ele não tinha physique du rôle para ser galã, mas Walter Hugo Khouri e Rubem Biáfora cruzaram seu caminho e Sérgio Hingst virou um dos atores mais importantes da história do cinema paulista.

 

Ele nasceu em maio de 1924 em Sorocaba, no bairro da Árvore Grande, zona leste da cidade que deixou para ir trabalhar na fábrica de massas de um tio em São Paulo, quando tinha 14 anos. Aos 20, tornou-se pequeno empresário e, simultaneamente, matriculou-se na EAD (Escola de Arte Dramática da USP). Não chegou a concluir o curso, mas descobriu sua vocação.

 

Hingst até tentou trabalhar no ramo, mas o apelo das artes dramáticas fez despertar sua verdadeira vocação. Esteve na segunda turma da EAD, que ajudou a fundar, onde estudou ao lado de nomes como Leonardo Villar, Monah Delacy e José Renato. Sob a direção deste estreou no teatro, com “Demorado Adeus”. Esteve, ainda, na montagem de “O Santo Inquérito”, de Dias Gomes.

 

Antes, porém, no começo da década de 50, conheceu o cinema. O marco inicial de sua trajetória remonta a “Angela”, produção dos estúdios Vera Cruz. Veio, na sequência, “Sai da Frente”, no qual foi assistente de direção de Mazzaropi. Como ator, lembra Máximo Barro, Hingst esteve nas principais realizações cinematográficas rodadas no Brasil, principalmente em São Paulo, nos 50, 60, 70 e 80. Foi essa divisão cronológica que o biógrafo usou no livro.

 

Como ator, passou pelo TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) antes de chegar à Cia. Cinematográfica Vera Cruz, em São Bernardo, em 1951. Fez figuração em Ângela (1951), de Abílio Pereira de Almeida e Tom Payne, e em Tico-tico no Fubá (1952) de Adolfo Celi, antes de se tornar segundo assistente de direção de Almeida em Nadando em Dinheiro (1952), comédia com Mazzaropi. Em Luz Apagada (1953), foi novamente assistente de direção, desta vez de Carlos Thiré, mas atuou como coadjuvante. Esteve no último filme da companhia em São Bernardo, Floradas na Serra (1954), como ator e como primeiro assistente de direção, ao lado de Luciano Salce.

 

Em 1957, faz seu primeiro filme com Khouri, Estranho Encontro e, no ano seguinte, o primeiro com Biáfora, Ravina. O resto é história. Sérgio Hingst filmou com Luiz Sérgio Person, Rogério Sganzerla, Maurice Capovilla. No total, foi coadjuvante de mais de 100 filmes de todos os estilos e gêneros, muitos de qualidade duvidosa. Ator prolífico, só perde para Wilson Grey. Mas foi com Khouri (Na Garganta do Diabo, Corpo Ardente, As Cariocas, O Palácio dos Anjos) e Biáfora (O Quarto) que estabeleceu a reputação de grande ator. Chegou a tentar a direção – em Alucinada pelo Desejo, baseado num conto de Guy de Maupassant, em 1978.

 

Entre outros, Hingst esteve em “Estranho Encontro”, de Walter Hugo Khoury, o cineasta com quem mais trabalhou; “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla; “O Caso dos Irmãos Nave”, de Luiz Sérgio Person; “Aleluia Gretchen”, de Sylvio Back; “O Pornógrafo” e “O Profeta da Fome”, de Maurice Capovilla, este um dos poucos longas em que José Mojica Marins, o Zé do Caixão, não encarnou a sombria figura que o tornou conhecido.

 

O divisor de águas na carreira viria com o advento da pornochanchada. Dentro do gênero que alguns preferem chamar de “comédias eróticas populares”, Sergio Hingst marcou presença nas principais produções, particularmente naquelas rodadas em São Paulo, na chamada “boca do lixo”. Alguns dos títulos dessa fase puderam e ainda podem ser conferidos no Canal Brasil, na programação de “Como era Gostoso nosso Cinema”. Máximo Barro lembra de uma outra curiosidade relacionada ao ator. Quase todos os papeis que desempenhou eram de pessoas mais velhas.

 

Mesmo quando jovem, Hingst incorporava personagens com essa característica e, curiosamente, não precisava se caracterizar como tal. “Ela tinha o tipo que os diretores consideravam ideal e não precisava de adaptações, maquiagem.” A relação com Sorocaba sempre foi muito intensa. “Ele visitava parentes com frequência e lembrava o tempo todo da cidade. Pediu, inclusive, para ser sepultado aí, no Cemitério da Saudade”, destacou Máximo Barro. A convite de Anselmo Duarte, natural de Salto, na região, Sergio Hingst integrou o elenco de “Quelé do Pajeú”, filme que teve algumas sequências rodadas no bairro de Aparecidinha. Foi, ainda, professor de interpretação do curso de Cinema da FAAP e dublador. Ganhou os prêmios Saci e Air France.

Hingst ganhou em 2004 uma biografia, escrita pelo professor de história do cinema Máximo Barro.

Sérgio Hingst faleceu em Sorocaba, cidade onde nasceu. Hingst, que tinha 80 anos, morreu em 7 de novembro de 2004, vítima de um derrame.

(Fonte: https://www.dgabc.com.br/Noticia – Cultura & Lazer / Do Diário do Grande ABC Com AE – 09/11/2004)

(Fonte: https://www2.jornalcruzeiro.com.br – CULTURA / por José Antônio Rosa – 19/07/11)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – ILUSTRADA / PANORÂMICA / CINEMA – São Paulo, 10 de novembro de 2004)

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