Se tornou a primeira mulher a conquistar o posto de oficial-general da Força Aérea Brasileira (FAB)

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Brigadeiro Médica Carla Lyrio Martins é a primeira mulher promovida ao posto de oficial-general da FAB — (Foto: Sargento Johnson Barros / CECOMSAER-FAB)

 

 

 

Aos 55 anos, a brigadeiro médica Carla Lyrio Martins se tornou a primeira mulher a conquistar o posto de oficial-general da Força Aérea Brasileira (FAB), em 80 anos de história. A patente é a mais alta da carreira militar.

Às vésperas do Dia Internacional da Mulher – celebrado em 8 de março – a militar conversou com o G1 sobre a trajetória que inclui 30 anos de preparação e o pioneirismo de também fazer parte da primeira turma em que homens e mulheres concorreram em igualdade na FAB, em março de 1990.

“São conquistas recentes que precisam ser valorizadas. Relembrar o passado nos motiva a caminhar para frente, mas ainda tem muito a ser conquistado”, disse.

 

 

 

Natural de Minas Gerais, atualmente a oficial-general comanda o Hospital Central da Aeronáutica (HCA), no Rio de Janeiro. De personalidade firme, valores humanizados e, como contou à reportagem, com “muito trabalho em equipe”, Carla coordena 1,1 mil funcionários da unidade de saúde. “Nós não chegamos sozinhas a lugar nenhum”, disse.

“É muita responsabilidade. Me sinto servindo de inspiração e de exemplo. Com coragem, vontade e preparo é possível chegar a qualquer lugar.”

Valores femininos

Além da graduação, a militar acumula um currículo extenso, de especialista em medicina aeroespacial, em hematologia e hemoterapia, e possui ainda pós-graduação em vigilância sanitária e epidemiológica.

A formação, claro, contribuiu para conquistar o posto de oficial-general. A patente é dada por meio de indicação do Alto Comando da Aeronáutica e, a nomeação, assinada pelo presidente da República. A escolha, segundo a FAB, considera critérios como tempo de serviço, resultados apresentados e comprometimento com a instituição. Por outro lado, a oficial cita valores que também foram fundamentais para a promoção.

“As mulheres sabem muito bem trabalhar em equipe. A habilidade feminina de saber delegar tarefas, o aspecto de conseguir ter uma visão ampla e de se desdobrar em inúmeras atividades, ajudaram”, explica.

“O saber escutar faz parte da liderança legítima. Assim como carregar a humanidade da mulher, a sensibilidade maior para questões e escuta da vida. Isso me facilitou muito a construir bons caminhos.”

Conquistas e pioneirismo

Fundada em 1941, a FAB passou a admitir mulheres apenas em 1982. Menos de uma década depois, as portas da instituição se abriram para a oficial Carla. Ela é da primeira turma mista de militares.

“Para mim, durante essa trajetória, tudo ocorreu de forma muita natural e acompanha a evolução natural da sociedade”, diz. “Percebo que as mulheres vêm mostrando por meio da qualidade de trabalho, a importância na vida social, política, econômica e militar. Isso contribui para fazer um país melhor.”

“Os avanços são reflexo da sociedade, não só nas Forças Armadas. Temos observado a presença da mulher em esferas e postos com mais poder de decisão. Só assim a gente vai caminhar para a igualdade real.”

A inspiração para se tornar pioneira veio de casa. A avó, nascida nas primeiras décadas do século XX, em 1918, se tornou professora de crianças carentes aos 16 anos, no sul de Minas Gerais. Além disso, ela escreveu livros e foi precursora de um trabalho com filhos da mulheres diagnosticadas com hanseníase – doença infecciosa crônica que causa lesões na pele.

Com o exemplo em casa, a oficial também se dedicou aos estudos e foi aprovada, em 1990, como praça da Força Aérea. Desde então, os aprendizados e conquistas não pararam. Carla serviu no esquadrão aéreo de Santa Maria (RS), área que ela considera “o coração da FAB”. De lá, seguiu para o corpo clínico da Base Aérea de Fortaleza (CE), passou por São José dos Campos (SP) e, por fim, ocupa o cargo de diretora do Hospital Central da Aeronáutica, que atende militares e dependentes.

(Fonte: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2021/03/08 – DISTRITO FEDERAL / NOTÍCIA / Por Marília Marques, G1 DF – 

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