Samuel Wainer (1912-1980), jornalista e protagonista da história política do país.

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Wainer fundou jornais e revistas, tornou-se amigo de Jango e foi cassado em 1964

Viveu cinquenta anos de jornalismo

Samuel Wainer (1912-1980), jornalista e eventualmente protagonista de quem viveu cinquenta anos da história política do país. Nascido no bairro judeu do Bom Retiro, em São Paulo, no dia 19 de dezembro de 1912. Menino, Wainer desejava ser farmacêutico. Mas, aos 18 anos, depois de um curto período numa publicação judia em São Paulo, ele começou como repórter no falecido Diário de Notícias do Rio de Janeiro. Aos 26, fundou Diretrizes, revista mensal de orientação antifascista, fechada em 1944 pelo ditador Getúlio Vargas. Wainer sofreu nessa época sua primeira prisão – sofreria mais duas depois, em 1955 e em 1964, quando seus direitos políticos foram cassados. Em 1949, ele fez uma histórica entrevista com Getúlio Vargas. De seu exílio voluntário em São Borja, Vargas aproveitou a conversa para anunciar sua candidatura à sucessão do presidente Eurico Dutra. Eleito, ajudou Wainer a fundar, em 1951, o jornal Última Hora, imediatamente transformado em poderoso porta-voz do getulismo.

Wainer conheceu alternativamente a planície e as alturas. Foi íntimo de presidentes, como Getúlio Vargas e João Goulart, e comandou redações em que brilharam alguns dos melhores repórteres do país. Nos anos 50, uma violenta campanha movida por Carlos Lacerda, que trabalhara com Wainer em Diretrizes, acusou-o de ter recebido favores financeiros e fiscais do governo Vargas. Endividado, punido pelo movimento de 1964, exilou-se na Europa até 1967. De volta ao Brasil, foi empregado do jornal que fundara, criou duas publicações de vida curta e desde 1977 era editorialista do jornal Folha de S. Paulo. Foi o único jornalista brasileiro a cobrir o Julgamento de Nuremberg.

Wainer viveu seus últimos dias como quem pressente a morte. Desde julho, acelerou o trabalho de gravar suas memórias – a autobiografia de um homem que foi testemunha e, eventualmente protagonista de anos na história política brasileira. Em agosto vendeu seu carro e acabou de pagar o apartamento que deu a Bruno, o terceiro filho de seu casamento com Danusa Leão. No dia 30 de agosto, Wainer fez um nostálgico passeio pelo bairro que nasceu, e que não revia há vinte anos. Na noite do dia 1.° de setembro, aos 68 anos de idade, ele passou mal, foi hospitalizado e morreu no dia seguinte, dia 2 de setembro, vítima de parada cardíaca provocada por uma aguda insuficiência respiratória. O velório foi simples, não atraiu os políticos cortejaram Wainer em seus tempos de conviva do poder. Morreu sem ter acabado de ditar suas memórias, que já ocupavam setenta fitas gravadas e o tinham obrigado a tomar um empréstimo bancário para pagar a quem as transcrevesse.
(Fonte: Veja, 10 de setembro, 1980 – Edição n.° 627 – Datas – Pág; 130 – MEMÓRIA – Pág; 28)

Em 12 de junho de 1951 – O jornal Última Hora, do jornalista Samuel Wainer, foi fundado no Rio de Janeiro.
(Fonte: http://www.guiadoscuriosos.com.br/fatos_dia – 12 de junho)

Morre no dia 2 de setembro de 1980, o jornalista Samuel Wainer, fundador do jornal brasileiro “Última Hora”.
(Fonte: Correio do Povo – Ano 113 – Nº 338 – Cronologia – DIRCEU CHIRIVINO – Geral – 2 de setembro de 2008 – Pág; 23)

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