Salah Eddin Bittar, ex-vice-primeiro-ministro sírio da República Árabe Unida.

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Terror oficial – Aumentam os atentados que beneficiam governos

Salah Eddin Bittar, ex-vice-primeiro-ministro sírio da República Árabe Unida. Antes predominavam os atentados promovidos por organizações extremistas. Agora , o terrorismo de Estado – ou, pelo menos, servindo a interesses de Estado – ameaça roubar o espetáculo de sangue que assola o planeta desde a década de 60. Somente em julho de 1980, ocorreram dois atentados, que mataram, em Paris, o ex-primeiro-ministro sírio Bittar e, em Washington, o exilado iraniano Ali Tabatabai. Bittar era considerado o mais autorizado opositor do presidente sírio Hafez Assad.

Até então, as atenções do FBI estavam voltadas principalmente para a representação diplomática de outro país árabe que pratica o banditismo de Estado – a Líbia, cujas embaixadas em todo o mundo receberam em junho a incumbência expressa de, simplesmente, eliminar opositores do seu governo no exterior.

SANTUÁRIO – No atentado de Paris, o ex-primeiro-ministro sírio Salah Bittar, há anos exilado em Paris, preparava-se para abrir a porta do escritório parisiense de sua revista Renovação, num prédio comercial, quando recebeu um tiro na nuca e morreu na hora. O assassino fugiu sem deixar rastro – mas, seja ou não assalariado do regime sírio, prestou um grande favor ao contestado regime de Hafez Assad A França, terra de asilo por excelência, e que por isso era considerada um santuário, transformou-se nos últimos anos num campo de batalha predileto para as diversas facções inimigas do Oriente Médio.

As vítimas mais frequentes costumavam ser os palestinos, mas a matança atinge gente de toda a região. Geralmente, os terroristas escapam ou, quando são presos, o governo da França faz o possível para expulsá-los, temendo complicações com os países árabes. Em 1977, Abu Daud, acusado de ter organizado o massacre da Olimpíada de Munique, foi preso por acaso no aeroporto de Orly – mas despachado quatro dias depois para Argel. Salah Bittar morreu no dia 21 de julho de 1980, em Paris, na França.

(Fonte: Veja, 30 de julho, 1980 – Edição n.° 621 – Datas – Pág; 79 – ATENTADOS – Pág; 37/38)

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