Rita Hayworth, foi a primeira atriz de Hollywood que se tornou princesa (casando-se com Ali Khan)

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Rita Hayworth, de arquétipo da beleza latina ao mito explosivo de ‘Gilda’

 

 

Atriz Rita Hayworth com o vestido que usou no filme 'Gilda' (1946) Foto: Reuters

A atriz Rita Hayworth é mostrada no vestido que usou no filme “Gilda”, de 1946, em foto divulgada para a Reuters em 9 de abril de 2009. (Foto: Reuters)

 

 

Nunca houve uma mulher como Rita Hayworth: a eterna ‘Gilda’

 

Atriz se transformou em uma lenda do cinema usando como base a sensualidade e musicais

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Rita Hayworth (Brooklyn, Nova York, 17 de outubro de 1918 – Manhattan, Nova York, 14 de maio de 1987), atriz se transformou em uma lenda do cinema usando como base a sensualidade e musicais.

 

 

Filha de um dançarino espanhol, Margarita Demorado deixou de ser uma simples dançarina de Tijuana para se transformar em mito como Rita Hayworth, a atriz que erotizou Hollywood

 

 

Sua carreira artística – conduzida pelos patrões do “star system”, fórmula maquiavélica da indústria de cinema para fabricar estrelas -, começou de maneira forçada pelo seu pai e foi moldada pelos estúdios cinematográficos até começar a dar frutos na década de 1940.

 

 

O filme Ao Compasso do Amor (1941), marcado pela parceria com Fred Astaire, deu muita fama e reconhecimento a atriz, que, por sua vez, chegou a virar capa da revista Time. Mas, somente em 1946, com Gilda, a atriz começou a se transformar em uma lenda a base de sensualidade e números musicais, a chamada “deusa do amor”.

 

 

Filha de Volga Haworth e Eduardo Demorado, que tinha chegado aos EUA em busca de melhores condições cinco anos antes, a atriz nasceu em Nova York, no dia 17 de Outubro de 1918. A jovem de origem hispânica estreou como dançarina aos 12 anos no grupo fundado por seu pai, The Dancing Demorados. Com este, a atriz se mudou para Tijuana (México) com a intenção de se aproximar do florescente mundo da sétimo arte.

 

 

Aos 16 anos, a então Margarita fez sua primeira aparição nas telas com o filme mexicano Cruz Diablo e conseguiu atrair a atenção de um executivo da Fox que a conduziu em direção às grandes produções com Dante’s Inferno (1935).

 

 

Até 1937, Margarita ainda não havia mudado seu nome de Demorado para Hayworth, uma decisão que chegaria depois que seu primeiro marido, Edward Judson, alcançasse um contrato com a Columbia Pictures. A partir do acordo com o produtor Harry Cohn, a atriz se transformou em Rita Hayworth.

 

 

Desta forma, a nova Rita se desfez de suas referências latinas para deixar a imagem de exótica e poder receber papéis principais, incorporou uma “y” no sobrenome de sua mãe por motivos comerciais e mudou todo seu visual, tingindo seus cabelos de ruivo.

 

 

A atriz também que teve que perder muito peso para se enquadrar no perfil de Hollywood, onde suas curvas marcariam os padrões de beleza por mais de uma década.

 

 

Após o êxito de Ao Compasso do Amor, Rita se divorciou de Judson e casou mais quatro vezes: o seguinte foi com o gênio cinematográfico Orson Welles, que se obcecou com ela, o mesmo que o príncipe Ali Khan com quem a intérprete tratou de fugir do mundo do cinema. Mais tarde, ele ainda se casaria com James Hill e Dick Haymes.

 

 

No entanto, nenhum dos maridos esteve por mais de 5 anos ao lado de Rita, que teve homens infiéis e não teve sorte, apesar de toda sua popularidade. “Se isto é o que chama felicidade, a verdade é que não sei o que pensar da felicidade”, comentou Welles sobre a vida da atriz após o divórcio.

 

 

Antes de se tornar um dos maiores mitos da história do cinema com a explosiva ruiva Gilda, Rita Hayworth (1918-1987) já havia filmado mais de dois terços de seus filmes, muitos deles filmes de segunda categoria que exploraram o estereótipo da beleza exótica e latina.

 

 

Com um punhado de imagens e palavras se faz um mito do cinema. Tirar sensualmente as luvas negras num cabaré, cantando “Put the Blame on Mame”, levar um tapa de Glenn Ford, arrastar-se aos pés dele languidamente e a frase “Nunca houve uma mulher como Gilda” foi o suficiente para fazer de Rita Hayworth uma das divas mais cobiçadas das telas. Essas cenas e frases, apresentadas no filme Gilda, de 1946, fizeram com que a atriz fosse chamada de “a deusa do amor”, que se tornasse um ícone para os soldados americanos no final da II Guerra Mundial e com que sua fotografia fosse colada na bomba atômica que foi lançada sobre Nagasaki. Poucas atrizes americanas, com tão pouco, viveram tão a fundo esse papel complexo, misto de fantasia e realidade, cálculo industrial e talento verdadeiro – o papel de estrela de Hollywood.

 

Rita Hayworth não nasceu talhada para representar esse papel. Para começar, tinha um nome complicado – e intoleravelmente hispânico, Margarita Carmem Cansino -, media apenas 1,60 metro, os cabelos escuros nasciam logo acima das sobrancelhas, diminuindo-lhe a testa, e os braços estavam mais para roliços que esguios. Filha de um casal de bailarinos, Margarita se apresentava com os pais, dançando em cabarés mexicanos, quando foi descoberta, aos 17 anos, por um executivo da Fox que a levou para Hollywood. Ali, mudou de nome, emagreceu, fez eletrólise para tirar os cabelos da testa e tingiu-os de ruivo. Estava então pronta para ser uma estrela. Tinha um rosto americano, sabia cantar e dançar e, sobretudo, tinha talento – uma graciosidade sensual inata, um poder de insinuação de efeito devastador no imaginário do público. Por ter talento, pôde entrar na engrenagem hollywoodiana de promoção de estrelas. Se não o tivesse, seria apenas mais uma entre os milhares de moças que procuravam os estúdios cinematográficos e não conseguiam nada.

 

Foi dançando com Fred Astaire em Ao Compasso do Amor e em Bonita como Nunca e com Gene Kelly em Modelos que a atriz se projetou internacionalmente. A consagração viria com Gilda, um filme antológico graças a sua interpretação do papel-título. No filme, são de Rita a sensualidade de mulher fatal, os gestos felinos com que despe as luvas negras. A voz com que canta Put the Blame on Mame, porém, só é sua no refrão da música (foi dublada pela cantora Anita Ellis nos outros trechos). Nos anos seguinte, Rita contracenou com o mesmo Glenn Ford em outros quatro filmes, mas a misteriosa química erótica de Gilda não se repetiu.

 

Fora da telas, a atriz também desempenhou a contento o papel de estrela de Hollywood. Casou e se divorciou quetro vezes, teve incontáveis casos amorosos, brigou com os estúdios e terminou de maneira triste os seus dias. Seus casamentos com o diretor Orson Welles e com o príncipe paquistanês Ali Khan lhe deram duas filhas, Rebecca e Yasmin. Desde 1972, Rita não filmava. A princípio seu nome só aparecia nos jornais por causa de seu alcoolismo. Depois, se soube que ela padecia do mal de Alzheimer, doença que ataca as células cerebrais e provoca o envelhecimento precoce. Cuidada pela filha Yasmin, a atriz passou os últimos anos sem falar, sem se lembrar de nada do passado glorioso.

 

 

A trajetória da atriz, filme por filme, e episódios de sua vida, foi uma autêntica corrida de fundo, condicionada e muitas vezes manipulada pelos homens que amou. A começar pelo seu pai, o dançarino espanhol Eduardo Cansino, que a colocou para dançar com apenas três anos, a explorou no trabalho e, segundo contou seu segundo marido, Orson Welles, chegou a abusar sexualmente dela.

 

 

A vida de Hayworth foi marcada por acontecimentos extremos: foi a mais desejada, mas na privacidade rejeitou o rótulo de ícone erótico e sonhava em deixar o cinema; também foi a primeira atriz de Hollywood que se tornou princesa “casando-se com Ali Khan (1911-1960)” e a primeira celebridade a sofrer de doença de Alzheimer, com a infelicidade acrescida do fato de a doença ter levado 20 anos para ser diagnosticada.

 

 

Ainda adolescente, Rita Cansino – seu nome original era Margarita Carmen Cansado, morena com o cabelo repartido ao meio, mostrou suas habilidades como dançarina nos primeiros títulos de sua carreira, como Sob o Luar dos Pampas (1935), Charlie Chan no Egito ou Carga Humana (1936).

 

 

Seu primeiro marido, Edward Judson, com quem se casou com apenas 18 anos para escapar do pai, encarregou-se de sua primeira mudança de imagem, incluindo um doloroso processo de eletrólise para modificar a área de crescimento de seu cabelo, ampliando sua testa.

 

 

Ele moveu céus e terras para transformá-la em uma estrela e foi quem conseguiu seu primeiro contrato com a Columbia. Apesar disso, quase a deixou falida quando ela pediu o divórcio.

 

 

O primeiro filme que começou a mudar tudo para Hayworth foi O Paraíso Infernal(1939), um clássico dos filmes de aventura de Howard Hawks. A atriz só aparece 50 minutos depois de iniciado o filme 50, mas ela o faz de uma forma tão espetacular que fez o mundo inteiro fixar-se nela.

 

 

Em Protegida do Papai (1940), Charles Vidor explorou pela primeira vez seu grande magnetismo ao lado de Glenn Ford, embora com leves resultados que ficaram a anos luz de distância de Gilda.

 

 

O filme que finalmente a lançou à fama veio um ano depois, Sangue e Areia (1941). Na adaptação do romance de Blasco Ibanez (1867-1928), Rouben Mamoulian (1897-1987) tira proveito da volta à sua origem hispânica para torná-la a “femme fatale” que é Sol e que bebeu no mito de Carmen.

 

 

Mas a atriz dizia que os únicos papéis com os quais ela se identificou foram os dos filmes que ela fez com Fred Astaire, nos quais ela interpreta garotas ingênuas. Ao Compasso do Amor (1941) e Bonita Como Nunca (1942) deram-lhe mais satisfação pessoal do que Gilda ou A Dama de Shangai.

 

 

Mas foi definitivamente Gilda (1946) o título que a consagrou como uma estrela de Hollywood, deixando para a posteridade cenas como o mais breve e sensual “strip-tease” e o tapa mais sonoro da história do cinema.

 

 

Seu impacto foi tal que até o exército americano batizou com seu nome e imagem a bomba atômica lançada em 1º de julho de 1946 no Atol de Bikini. Welles contou que Rita Hayworth sofreu um verdadeiro ataque de raiva, mas não pôde se opor porque fora uma decisão do ‘capo’ da Columbia, Harry Cohn.

 

 

A Dama de Shanghai (1947), uma obra-prima do cinema noir e outro de seus filmes mais memoráveis, foi filmado quando Welles e Hayworth estiveram separados por dois anos. O filme, no qual ela surpreendeu com um loiro platinado espetacular, não foi um sucesso comercial na época. Hayworth teve que lutar duro para superar sua imagem frívola de símbolo sexual e ser respeitada como atriz, e o conseguiu graças a performances como A Mulher de Satã (1953), uma adaptação da obra W. Somerset Maugham ou Vidas Separadas (1958), onde ela interpreta uma altiva ex-modelo em maus momentos. Segundo ela disse, foi o papel pelo qual estava esperando em toda a sua vida.

 

 

Rita Hayworth protagonizou títulos como Minha Namorada Favorita (1942), Seis destinos (1942), Modelos (1944), Tonight and Every Night (1945), embora sua paixão com Glenn Ford em Gilda (1946) foi o que a transformou em símbolo sexual.

 

Após a morte da atriz, Ford reconheceu que se relacionou com Rita durante as filmagens porque “era impossível não voltar louco por ela”, qualificando sua companheira de trabalho como a atriz mais sensual da história de Hollywood.

“Eles se vão para cama com Gilda e acordam comigo”, disse Rita ao comentar sobre como seu personagem estava relacionado com sua pessoa.

 

Em sua filmografia posterior a “Gilda” figura filmes como A Dama de Shangai (1947), com Orson Welles; Meus Dois Carinhos (1957), com Frank Sinatra, e O Mundo do Circo(1964), com John Wayne. Apesar do grande número de títulos, a carreira da atriz foi apagando lentamente à medida que o Alzheimer se desenvolvia.

 

Rita Hayworth morreu dia 14 de maio de 1987, na mesma Nova York em que nasceu, aos 68 anos.

 

Em 1979, Rita já se encontrava com a saúde bastante debilitada, ainda mais com o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Antes de sua morte em 1987, sua filha Yasmin Aga Khan cuidou muito da mãe, que, por sua vez, só “gritava e insultava” a filha por causa de sua visível deterioração.

 

(Fonte: Veja, 20 de maio de 1987 – Edição 976 – DATAS – Pág; 95)

(Fonte:https://www.terra.com.br/diversao/cinema – DIVERSÃO – CINEMA / Por Magdalena Tsanis – Madri, EFE (Tradução de Claudia Bozzo) – 16 OUT 2018)

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema – NOTÍCIAS / CINEMA / CULTURA / Por Magdalena Tsanis, O Estado de S.Paulo – Madri, EFE (Tradução de Claudia Bozzo) – 17 Outubro 2018)

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/cinema – NOTÍCIAS / CINEMA / CULTURA / Por EFE – 15 Maio 2012)

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