Richard H. Kirk, músico e produtor cuja banda Cabaret Voltaire foi pioneira na música eletrônica e industrial nas décadas de 1970 e 80

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Richard H. Kirk, fundador do grupo Cabaret Voltaire

Nunca foram sucesso de massas, mas os Cabaret Voltaire do prolífico Kirk, influenciaram muitos dos caminhos da música popular.

Richard Harold Kirk (Sheffield, Yorkshire, Inglaterra, 21 de março de 1956 – 21 de setembro de 2021), músico e produtor inglês, ficou conhecido por ser o último membro da banda inglesa Cabaret Voltaire, pioneira na música eletrônica e industrial nas décadas de 1970 e 80.

Fundador do influente grupo Cabaret Voltaire, e também com uma vasta produção a solo (em nome próprio, ou como Sandoz, Electronic Eye ou Sweet Exorcist), utilizando o uso experimental de sintetizadores e loops de fita pela banda de Sheffield foi uma grande influência em uma geração de artistas pop, house, techno e art-rock.

Kirk formou o grupo em 1973 com Stephen Mallinder e Chris Watson, na Sheffield University, e eles se chamaram em homenagem à boate de Zurique que foi o berço do movimento de arte Dada.

Os Cabaret Voltaire nunca foram um sucesso de massas, mas tornaram-se num dos projetos mais influentes da história da música electrónica (eletro, house ou tecno) ou das correntes industriais, combinando o absurdo do movimento Dada (o nome do grupo era uma evocação do clube noturno que era o centro do movimento dadaísta em Zurique), as dinâmicas do pós-punk, o pulsar do funk e influências dos Can, Suicide, Kraftwerk ou Eno.

Formados em Sheffield, a meio dos anos 1970, eram inicialmente constituídos por Kirk, Stephen Mallinder e Chris Watson, começando por dar nas vistas na transição dos anos 1970 para os 1980, graças a singles como Nag, nag, nag (1979) ou álbuns como Red Mecca (1981), improvisando com caixas de ritmo, técnicas de corte-e-colagem e uma electrónica rugosa e primitiva.

A meio dos anos 1980 foram ensaiando uma sonoridade mais dançante em álbuns como The Crackdown (1983) conseguindo uma certa projeção popular com temas como James Brown ou Sensoria, ao mesmo tempo que também se transformavam numa referência para uma série de grupos da mesma altura, dos New Order aos Depeche Mode ou Human League.

Ou seja, depois de uma fase industrial, foram adoptando outras colorações, perfilhando um som mais funky e físico na segunda metade dos anos 1980, e abraçando vertentes mais próximas do house e do tecno ambiental já nos anos 1990. No início dessa década viajaram até Chicago para gravarem Groovy, Laidback & Nasty (1990) com Marshall Jefferson, um dos mestres da música house, que começava a rebentar na Europa, seguindo-se no ano seguinte, Body and Soul (1991), e uma série de outros registos, que não evitariam o final do grupo a meio dos anos 1990.

O grupo desmembrou-se, mas Kirk manteve-se prolífico, concretizado inúmeros álbuns em editoras como a Warp, Touch, Blast First ou na sua própria, Intone. Durante os anos 2000 e nos primórdios dos 2010, o grupo voltaria a ser mencionado, e Kirk acabaria por promover a edição de uma série de gravações ao vivo dos Cabaret Voltaire, ao mesmo tempo que reeditou vários discos, tendo inclusive apresentado novo material ao vivo (com o nome do grupo) em alguns festivais, a partir do ano 2014, exatamente duas décadas depois de se terem dissolvido. Em 2016 apresentou-se no festival Forte, em Montemor-o-Velho.

Ou seja, manteve-se como o único membro contínuo do grupo, tendo lançado em novembro de 2020 um novo álbum de estúdio — Shadow of Fear — com o nome Cabaret Voltaire e já em 2021, mais dois registos. Os álbuns Dekadrone e BN9Drone.

Kirk faleceu em 21 de setembro de 2021, influenciaram muitos dos caminhos da música popular. Kirk tinha 65 anos.
A notícia foi confirmada pela sua última editora, a Mute Records.

(Fonte: https://www.publico.pt/2021/09/21/culturaipsilon/noticia – CULTURA ÍPSILON / NOTÍCIA / MÚSICA / por Vítor Belanciano – 21 de setembro de 2021)

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