Reyner Banham, foi um crítico e escritor de arquitetura inglesa mais conhecido por seu tratado teórico Teórico e Design na Idade da Primeira Máquina (1960)

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Reyner Banham publica “Los Angeles: The Architecture of Four Ecologies”

 

 

Peter Reyner Banham (2 de março de 1922 – 1988), foi um crítico e escritor de arquitetura inglesa mais conhecido por seu tratado teórico Teórico e Design na Idade da Primeira Máquina (1960) e pelo seu livro de 1971 Los Angeles: The Architecture of Four Ecologias.

nasceu em Norwich, na Inglaterra. Após uma formação inicial em engenheira aeronáutica, trabalhou para a Bristol Aeroplane Company e serviu na Segunda Guerra, montando e consertando aeronaves. Após o armistício, começa sua atuação como crítico, escrevendo resenhas sobre exposições de arte – inicialmente para dois jornais de sua cidade natal e, em seguida, para revistas em Londres, cidade para a qual se muda ao final dos anos 1940 e onde fixa residência até meados dos anos 1970.

Ingressa no Courtauld Institute of Art de Londres em 1949 e obtém o título de Bachelor of Architecture em 1952, mesmo ano em que começa a fazer parte da equipe da revista The Architectural Review e dá início ao doutorado, sob a orientação de Nikolaus Pevsner – àquela época um historiador já bastante consagrado e um dos motivos pelos quais Banham decide estudar História da Arte. A tese foi desenvolvida ao longo de seis anos, com Banham dividido entre as atividades na revista, o envolvimento com membros do Team X e do Independent Grup, além da complexa relação com o orientador. O estudo, centrado numa apreciação crítica do Futurismo italiano e suas relações com o Movimento Moderno, foi defendida em 1958 e publicada dois anos depois como o livro “Theory and Design in the First Machine Age” (ed. bras.: Teoria e projeto na primeira era da máquina. São Paulo: Perspectiva, 1975).

Com o livro de 1960, Banham se afirma no campo da historiografia da arquitetura moderna e, mesmo sem criar grandes rupturas do ponto de vista teórico, propõe uma revisão do que seu orientador tinha elaborado no clássico “Pioneers of the Modern Movement from William Morris to Walter Gropius”, publicado em 1936 e revisado em 1949 (ed. bras.: Os pioneiros do desenho moderno: de William Morris a Walter Gropius. São Paulo: Martins Fontes, 1980). A narrativa do livro de Banham é a de quem, encontrando-se na Segunda Era da Máquina, faz a história do período anterior, quando o processo de industrialização já trazia alterações definitivas para o espaço doméstico, mas ainda não estava na sua fase de grande abundância. O jovem historiador não apenas afirma a passagem para uma Segunda Era, como também amplia o recorte histórico de Pevsner e discute as origens academicistas da primeira geração de arquitetos modernos, muito embora lamente a persistência da tradição acadêmica como um fator que atrasou a definição de uma estética da máquina – o que lhe rendeu a conhecida crítica de Alan Colquhoun, em 1962.

O interesse por cultura de massas, progresso técnico, publicidade e design industrial, dentre outros assuntos correlatos, aproxima-o de Alison e Peter Smithson e de outros membros do Team X e do Independent Group, do qual Banham foi um grande entusiasta e que tiveram destaque, junto ao Archigram, no livro “The New Brutalism: ethic or aesthetic?” (1966). Em 1964, afasta-se do cargo de editor assistente de The Architectural Review para se dedicar à vida acadêmica como senior lecturer da Bartlett School of Architecture, vinculada à University College de Londres, onde trabalhou de 1969 até 1976. Este foi um período de intensa produção, quando publicou alguns de seus livros mais conhecidos, como “The architecture of the well-tempered environment” (1969), “Los Angeles: the architecture of four ecologies” (1971) (ed. bras.: Los Angeles: a arquitetura de quatro ecologias. São Paulo: Martins Fontes, 2013.) e “Megastructures: Urban Futures of the Recent Past” (1976), além do livro sobre o Novo Brutalismo.

Também ao longo dos anos 1960, Banham realiza um antigo sonho ao fazer suas primeiras viagens aos Estados Unidos. A primeira delas, em 1961, foi realizada a convite de Philip Johnson (dada a repercussão do livro “Teoria e projeto na primeira era da máquina”) para participar de um debate, em Nova York, sobre o Estilo Internacional. Retorna diversas vezes nos anos seguintes como pesquisador e para participar de edições do evento Aspen Design Conference. A partir deste envolvimento maior com a cultura arquitetônica e urbanística nos Estados Unidos, que resulta em livros e inúmeros artigos sobre Los Angeles, Las Vegas e Buffalo, passa a ser reconhecido como um grande entusiasta das cidades americanas,

Afasta-se da Bartlett School em 1976 para coordenar o Departamento de Estudos sobre Design na State University at Buffalo, onde permanece até se mudar para a Califórnia, em 1980, para lecionar história da arte na University of California at Santa Cruz. Entre 1987-88, Banham foi nomeado para a cátedra de história da arquitetura no Institute of Fine Arts da New York University, mas falece, vítima de complicações causadas por um câncer de pâncreas, antes de assumir o cargo. Mesmo hospitalizado, continuou elaborando sua aula inaugural, que foi publicada postumamente como “A Concrete Atlantis: U.S. Industrial Building and European Modern Architecture” (1989). Arquivos pessoais e de trabalho de Reyner Banham encontram-se, em parte, com a família do arquiteto, e divididos entre o Getty Research Institute e o SCI-ARC Media Archive, em Los Angeles, e o Architecture Press Archive, do RIBA (Royal Institute of British Architects).

(Fonte: http://www.cronologiadourbanismo.ufba.br)

Fonte(s)
BANHAM, Reyner. A critic writes: essays by Reyner Banham. Selected by Mary Banham, Paul Barker, Sutherland Lyall and Cedric Price. Berkeley; Londres: University of California Press, 1996.
BANHAM, Reyner. Los Angeles: a arquitetura de quatro ecologias. São Paulo: Martins Fontes, 2013. Col. Cidades. v. 1. [ver “Uma biografia a passo de corrida”, p. 231-234] COLQUHOUN, Alan. The modern movement in architecture [1962]. In: COLQUHOUN, Alan. Essays in architectural criticism: modern architecture and historical change. Cambridge; Londres: The MIT Press, 1981. p. 21-25.
FLORENCE, Luis Ricardo Araujo. Mecanismo e paisagem: Reyner Banham e a América. 2014. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU-USP, São Paulo, 2014.
GOLDBERGER, Paul. Reyner Banham, architectural critic, dies at 66. The New York Times, 22 mar. 1988. Disponível em <http://www.nytimes.com/>. Acesso em: 3 out. 2015.
THE GETTY Research Institute. CIFA (Collection Inventories and Finding Aids). Reyner Banham papers, 1877-1988 (bulk 1960-1988). The J. Paul Getty Trust. Disponível em <http://archives2.getty.edu>. Acesso em: 15 nov. 2015.
WHITELEY, Nigel. Reyner Banham: historian of the immediate future. Cambridge; Londres: The MIT Press, 2003.

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