René Bittencourt, compositor, parceiro de Noel Rosa, Francisco Alves e Augusto Calheiros

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René Bittencourt (Paquetá (RJ), 23 de dezembro de 1917 – Rio de Janeiro, 21 de novembro de 1979), compositor, parceiro de Noel Rosa, Francisco Alves e Augusto Calheiros, compôs mais de 700 músicas – a primeira delas, “Felicidade”, gravada por Orlando Silva em 1939. Seu maior sucesso, porém, foi a “Canção da Criança”, a última gravação feita por Francisco Alves puco antes de morrer, em 1952. Poeta, autor de mais de 6 000 trovas e com três livros publicados, Bittencourt foi também jornalista da Revista do Rádio nos anos 50. Bittencourt morreu no dia 21 de novembro de 1979, de derrame cerebral, aos 71 anos, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 28 de novembro, 1979 – Edição n° 586 – DATAS – Pág; 162)

René Bittencourt Costa
23/12/1910 Paquetá, RJ
21/11/1979 Rio de Janeiro, RJ
Compositor. Jornalista. Empresário artístico.
Foi membro da SBACEM, atuando no conselho deliberativo e também nas suas comissões de finanças e repertório. Colaborou em várias revistas dedicadas à música e teve uma coluna na Revista do Rádio por cerca de 25 anos.
Começou animando shows de circo, de teatros e empresariando artistas. Em 1932, teve sua primeira composição gravada: o samba canção “Felicidade”, em parceria com Noel Rosa e lançado pelo próprio Noel Rosa na Columbia. Em 1939, obteve o grande sucesso de sua carreira de compositor com a canção “Sertaneja” gravada por Orlando Silva na Victor. A música acabou sendo um dos três grandes sucessos da carreira daquele cantor e a preferida dos calouros, aspirantes a cantor da época: (“Sertaneja se eu pudesse/ se papai do Céu me desse/ o espaço pra voar/ eu corria a natureza/ acabava com a tristeza/ só pra não te ver chorar…”). No mesmo ano, Manezinho Araújo gravou sua embolada “Pra fazê economia”. Em 1940, Manezinho Araújo gravou a “Embolada do esquecimento” na Odeon. Em 1941, o mesmo Orlando Silva gravou a canção “Sinhá Maria”, também na Victor.

Em 1942, compôs com Custódio Mesquita a marcha “Espera Maria”, gravada por Carlos Galhardo na Victor. Em 1944, Orlando Silva registrou a canção “Estrela Dalva” e Gilberto Alves o samba “Tapete de flor”, parceria com José Gonçalves, ambos na Odeon e, Vicente Celestino a canção “Romance da ceguinha” na Victor. Em 1945, obteve novo êxito com o samba “Senhor da floresta” gravado por Augusto Calheiros na Victor. No mesmo ano, Gilberto Alves gravou a canção “Era uma vez” na Victor. No ano seguinte, compôs com Luiz Bittencourt o choro “Minha prece”, gravado por Ericsson Martha na Victor. No mesmo ano, Gilberto Alves gravou sua “Oração a paz”. Em 1947, Augusto Calheiros gravou o samba-canção “Garoto da rua” na Victor e Vicente Celestino na mesma gravadora a canção “Altivez”. No ano seguinte, compôs com Peterpan os sambas “Quem quiser ver, vá lá” e “Meu branco” gravados por Emilinha Borba na Continental.

Em 1949, compôs com Luiz Bittencourt o samba “Se eu não disser”, gravado por Lúcio Alves na Continental. No ano seguinte, outra parceria com Luiz Bittencourt foi gravada, o samba “Mulheres falsas”, por Albertinho Fortuna na Star. Em 1952, compôs com Francisco Alves o samba canção “Contraste”, gravado por Carlos Galhardo e o samba “Um amigo e uma mulher”, gravado por Déo na Sinter. No mesmo ano, Francisco Alves, que também assinou as parcerias, lançou na Odeon a valsa “Canção de criança” que tornou-se sucesso naquele ano e a marcha “Brasil de amanhã”. Nessa gravação participaram as crianças da Casa de Lázaro. A gravação de ambas as peças é considerada a última realizada por Francisco Alves.

Em 1953, João Dias gravou a valsa “Canção dos velhinhos”; Carlos Galhardo o samba canção “Eu acuso”, também parceria com Francisco Alves e Francisco Carlos a valsa “Não custa você voltar”. Também no mesmo ano, Dircinha Batista gravou o samba canção “Não há mulheres iguais”. Em 1954, compôs com Hervê Cordovil o samba “Falaram de você”, gravado por Isaura Garcia. Em 1955, Linda Batista gravou seu samba “Prefiro ele”; Carlos Galhardo a valsa “Madre Rosa” e Paulo Tito o samba canção “Missão de amor”. No ano seguinte, a dupla sertaneja Pacheco e Paixão gravou a toada “Sinhá Maria”. Em 1957, teve o samba-canção “Prece de amor” gravado com razoável sucesso por Cauby Peixoto na Columbia. No ano seguinte, o mesmo cantor lançou “Nono mandamento”, uma parceria com Raul Sampaio que obteve grande sucesso nacional, incorporando-se ao repertório definitivo de Cauby. Também em 1958, Vicente Celestino regravou na RCA Victor o samba canção “Nono mandamento” e gravou o também samba canção “Maria da glória” e Roberto Faissal registrou a toada “Duas Marias”. No ano seguinte, o mesmo Vicente Celestino gravou o samba canção “Alma negra”.

Em 1960, Léo Vaz gravou o samba canção “Ofensa” e Luiz Gonzaga a toada baião “Testamento de caboclo”, parcerias com Raul Sampaio. No ano seguinte, Carlos Nobre gravou o samba canção “Rua não é moradia”, parceria dos dois. Em 1962 as Irmãs Maria gravaram a guarânia “Orgulho”. Em 1975 teve a composição “Canção prá mamãe”, em parceria com Paulo Tito gravada por Os Cariocas na Continental. Em 1990 o cantor Carlos José gravou “Só”, parceria com Paulo Tito.

OBRAS:

• Alma negra,

• Brasil de amanhã (c/ Francisco Alves),

• Brigas (c/ Hélio Rosa),

• Canção da criança, (c/ Francisco Alves),

• Canção dos velhinhos,

• Canção prá mamãe (c/ Paulo Tito),

• Contraste (c/ Francisco Alves),

• Dia da mamãe (c/ Raul Sampaio),

• Duas Marias,

• Embolada do esquecimento,

• Era uma vez,

• Espera Maria (c/ Custódio Mesquita),

• Estrela Dalva,

• Eu acuso (c/ Francisco Alves),

• Felicidade, (c/ Noel Rosa),

• Garoto da rua,

• Maria da Glória,

• Meu branco (c/ Peterpan),

• Minha prece (c/ Luiz Bittencourt),

• Missão de amor,

• Mulheres falsas (c/ Luiz Bittencourt),

• Não custa você voltar,

• Não há mulheres iguais,

• Nasceu Jesus,

• Nono mandamento, (c/ Raul Sampaio),

• O pranto da chuva (c/ Raul Sampaio),

• Ofensa (c/ Raul Sampaio),

• Oração a paz,

• Orgulho,

• Porque te persigo,

• Posso falar de saudade,

• Pra fazê economia

• Prece de amor

• Quem quiser ver, vá lá (c/ Peterpan),

• Romance da ceguinha,

• Rua não é moradia (c/ Carlos Nobre),

• Santas da terra (c/ Raul Sampaio),

• Se eu não disser (c/ Luiz Bittencourt),

• Senhor da floresta,

• Sertaneja,

• Sinhá Maria,

• Só (c/ Paulo Tito),

• Tapete de flor (c/ José Gonçalves),

• Testamento de caboclo (c/ Raul Sampaio),

• Um amigo e uma mulher (c/ Francisco Alves).

• AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

• CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

• EPAMINONDAS, Antônio. Brasil brasileirinho. Rio de Janeiro: Mec/Funarte, 1982.

• MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

• SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. São Paulo: 34, 1999.

• VASCONCELOS, Ary. Panorama da música popular brasileira. Rio de Janeiro: Martins, 1965.

(Fonte: www.dicionariompb.com.br)

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