Raymond Carver, poeta e contista. Foi selecionado para a coletânea Os Melhores Contos Americanos

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Raymond Carver: bem maior do que o minimalismo

Raymond Carver (Foto: mashstories.com/Reprodução)

Raymond Carver (Foto: mashstories.com/Reprodução)

Foi um dos melhores contistas americanos do século XX

 

 

Raymond Carver (Clatskanie, Oregon, 25 de maio de 1938 – Port Angeles, Washington, 2 de agosto de 1988), poeta e contista americano. Com um trabalho voltado para a miséria dos trabalhadores dos Estados Unidos, Carver viveu o que pôs no papel.

Foi porteiro, lavrador e entregador, escrevendo nas horas de folga, sempre tendo operários como seu tema principal.

Nasceu em Clatskanie, Oregon, em maio de 1938. Casou-se muito cedo e durante anos teve de dividir seu tempo entre a escrita e trabalhos mal-remunerados, além de arcar com as consequências do alcoolismo, do qual só se livrou com quase quarenta anos. Publicou também Will you please be quiet, please?, seu primeiro livro de contos, Cathedral e Elephant, além de volumes de ensaios e poemas. 

Escritor de recursos econômicos, Carver foi por muito tempo tido como um “minimalista”, mas o rótulo não o define. Há quem argumente até que o minimalismo foi imposição de seu editor, Gordon Lish, que gostava de cortar os textos de Carver.

Em traços breves e precisos, Carver fez vigorosos retratos da vida íntima americana, tirando uma tensão inaudita de situações familiares e aparentemente banais, como a simples visita de um casal a outro em Penas.

O conto Will You Please Be Quiet, Please? (Cale a Boca, por Favor) foi selecionado para a coletânea Os Melhores Contos Americanos, em 1976.

Tabagista inveterado, Carver morreu dia 2 de agosto de 1988, aos 50 anos, de câncer pulmonar, em Port Angeles, Washington, Estados Unidos.

(Fonte: Revista Veja, 10 de agosto de 1988 – Edição 1040 – DATAS – Pág; 105)

(Fonte: Revista Veja, 8 de setembro de 2010 – ANO 43 – N º 36 – Edição 2181 – Veja Recomenda – Pág: 152)

 

 

 

 

68 Contos de Raymond Carver (Foto: Divulgação)

68 Contos de Raymond Carver (Foto: Divulgação)

Mesmo após a morte do escritor americano Raymond Carver, em 1988, a importância de sua obra não para de crescer no meio literário internacional. Mas embora ele seja cada vez mais frequentemente saudado como “o novo Tchekhov”, isto é, um novo mestre do conto, sua obra permanece publicada de forma dispersa em quase todos os países do mundo. Para que esse paradoxo editorial acabe de uma vez por todas no Brasil, foi lançado o livro 68 Contos, a mais ampla reunião das histórias de Carver existente fora dos Estados Unidos.

A seção inicial do volume reúne cinco narrativas feitas entre 1960 e 1967. Em seguida, vêm os dois primeiros livros de Carver: Você poderia ficar quieta, por favor?, de 1976, e Do que estamos falando quando falamos de amor, de 1981. Mais adiante, estão os contos incluídos em Fogos, de abril de 1983, uma miscelânea de ficção, poesia e ensaística. Surge então sua obra-prima, Catedral, que saiu em setembro do mesmo ano. Por fim, na seção “Contos recolhidos”, encontram-se cinco histórias dos anos 1980, que permaneceram inéditas em livro até 2001.

As narrativas permitem, juntamente com os subsídios fornecidos na introdução assinada por Rodrigo Lacerda, que os leitores finalmente entendam a grande polêmica que paira sobre a literatura do mestre do conto americano: a forte intervenção de seu editor, Gordon Lish, em um de seus livros mais famosos, Do que estamos falando quando falamos de amor.

Para compreender essa polêmica, este volume oferece ao leitor brasileiro a chance de, em alguns casos especialmente eloquentes, comparar duas versões de um mesmo texto, uma escrita com e outra sem a interferência de Lish. Para os aficcionados, esse exercício comparativo se completa com o livro Iniciantes, já lançado pela Companhia das Letras em 2009, no qual todas as histórias de Do que estamos falando quando falamos de amor reaparecem integralmente restauradas conforme os originais de Carver.

Mas é sobretudo aos leitores em geral que esse lançamento se dirige, e a eles 68 contos reserva o olhar incrivelmente poético do escritor sobre as cidades periféricas dos Estados Unidos e sua população de “caipiras de shopping center”, personagens traumatizados pela exclusão, em luta consigo mesmos, mas de uma generosa humanidade. Graças à aguda percepção que Carver possuía do mundo material, em suas histórias emoções vastas são comprimidas em episódios cotidianos, com naturalidade de tom e irrestrita solidariedade com as fraquezas humanas.

(Fonte: http://www.companhiadasletras.com.br)

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