Raoul Coutard, diretor de fotografia francês, figura emblemática da Nouvelle Vague, que trabalhou com Jean-Luc Godard, François Truffaut e Jacques Demy

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Raoul Coutard, o maior diretor de fotografia da nouvelle vague

Gênio e sinônimo de direção de fotografia da nouvelle vague francesa.

Jean-Paulo Belmondo e Jean Seberg em ‘Acossado’, obra-prima de Jean-luc Godard fotografada por Raoul Coutard

Jean-Paulo Belmondo e Jean Seberg em ‘Acossado’, obra-prima de Jean-luc Godard fotografada por Raoul Coutard

 

Ele chegou a trabalhar em 17 filmes de Jean-Luc Godard, entre eles ‘Acossado’

Raoul Coutard (Paris, 16 de setembro de 1924 – Labenne, 8 de novembro de 2016), diretor de fotografia francês, figura emblemática da Nouvelle Vague, que trabalhou com Jean-Luc Godard, François Truffaut e Jacques Demy, foi o grande fotógrafo da nouvelle vague francesa, tendo deixado seu nome sobretudo nos créditos dos filmes de Godard.

Coutard assina alguns dos principais filmes do novo cinema francês, que, na passagem dos anos 1950 para os 1960, revolucionou não apenas a maneira de fazer filmes em seu país mas em todo o mundo.

Coutard chegou a trabalhar em 17 filmes de Jean-Luc Godard, entre eles “Acossado” (1960) e “Uma mulher é uma mulher” (1961). Também fotografou “Jules e Jim – Uma mulher para dois” (1962) e “Atirem no Pianista” (1960), ambos de François Truffaut.

Ele ficou famoso por filmar com a câmera na mão (em vez de usar um tripé) e por priorizar a luz natural. Essas técnicas causaram certa controvérsia entre os profissionais da época, que argumentavam que as imagens não ficavam “limpas” o suficiente.

A Nouvelle Vague foi um dos mais importantes movimentos estéticos do cinema francês. É considerado uma das influências do Cinema Novo.

Raoul Coutard nasceu em setembro de 1924, em Paris, e chegou a trabalhar como fotojornalista. Sua primeira incursão no cinema foi em “La passe du diable” (1958), de Jacques Dupont e Pierre Schoendoerffer. Numa entrevista ao jornal inglês “The Guardian”, Coutard revelou que, na época, tinha achado que havia sido contratado para tirar fotos dos bastidores das filmagens. Apesar dessa “entrada acidental” no meio cinematográfico, ele viria a fotografar mais de 80 projetos, incluindo documentários e curtas-metragens.

 

Raoul Coutard, em foto de 2007 - (Foto: JACQUES DEMARTHON / AFP)

Raoul Coutard, em foto de 2007 – (Foto: JACQUES DEMARTHON / AFP)

 

Seu nome é mais ligado ao de Jean-Luc Godard, o genial franco-suíço, último remanescente do grupo inicial da nouvelle vague. Com Godard, Coutard fez filmes como Acossado, Band à Part, Pierrot le Fou, Alphaville, Week End à Francesa, Duas ou Três Coisas que Eu Sei Dela, Passion, Prenome: Carmem.

Mas trabalhou também com Truffaut, assumindo a direção de fotografia de filmes importantes como Jules e Jim, A Noiva Estava de Preto e Atire no Pianista, um diálogo com o cinema noir. Dirigiu também a fotografia de Z, um dos mais famosos filmes do franco-grego Costa-Gavras.

Enfim, foi homem de importância ímpar no cinema mundial. Em Acossado, em especial, definiu uma técnica de câmera na mão que aproximava o filme de ficção do clima de uma reportagem policial. Dizem que teria filmado desse jeito por instrução do próprio Godard, que queria dar um tom “jornalístico” à sua ficção.

Mas talvez seu trabalho mais lindo seja em O Desprezo, adaptado de Alberto Moravia, e que alguém já definiu como um notável documentário sobre o corpo de Brigitte Bardot.

Raoul Coutard faleceu em Labenne, em 8 de novembro de 2016. Tinha 92 anos.

(Fonte: http://cultura.estadao.com.br/blogs – CULTURA/ Por Luiz Fernando Zanin Oricchio – 08 Novembro 2016)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/filmes – CULTURA – FILMES/ POR O GLOBO – 09/11/2016)

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