Primeiro disco de samba-enredo

0
Powered by Rock Convert

Primeiro disco de samba-enredo: ‘Marcou o carnaval’

Carioca encontrou vinil de 1968 no meio do acervo que herdou do pai. ‘É um disco pioneiro em todos os aspectos em relação ao carnaval’.

 

1º disco de samba-enredo do RJ (Foto: Espaço Carnaval Carioca / Reprodução)

 

O primeiro disco oficial de sambas-enredo da folia carioca

 

O ano era 1968 e Chico Frota, hoje colecionador de vinis e apaixonado por carnaval, ainda nem era nascido. O Rio de Janeiro já tinha vivia uma longa história carnavalesca e, naquele ano, foi lançado o primeiro disco oficial de sambas-enredo da folia carioca. Em 2018, o álbum intitulado “Festival do samba” completou 50 anos e Frota relembrou a primeira gravação.

 

“É um disco pioneiro em todos os aspectos em relação ao carnaval. Até 1968, cada escola fazia a sua gravação separada e não tinha uma coletânea com todas elas. Então, foi uma novidade que marcou o carnaval”, apontou Chico, que achou a raridade em vinil no meio da coleção do pai.

A Mangueira foi a grande campeã daquele, com o samba “Samba, a festa de um povo”. O Império Serrano, com “Pernambuco, Leão do Norte”, ficou em segundo lugar.

Gravado ao vivo, nas quadras das escolas que faziam parte do Grupo Especial, o disco teve uma série de complicações até o seu lançamento.

Colecionador Chico Frota exibe o 1º discos de sambas-enredo de escolas gravados no Rio, de 1986 (Foto: Marcos Serra Lima/G1)

 

“Na época, as aparelhagens de gravação eram muito rústicas e tiveram que ser adequadas ao ambiente das quadras. Se gravar em um estúdio, em pleno 1968, já era complicado, nas quadras era muito mais difícil. Isso levando em consideração a estrutura das quadras que não eram nem um pouco parecidas com as que nós temos hoje.”

 

Com um acervo que ele diz não fazer ideia da quantidade, Chico tem vinis, CDs e fitas que podem contar a história do carnaval do Rio – e de sua família também.

“Não faço ideia de quantos discos, nem de quanto eles valem. Ele é uma coleção de família, que começou com meu pai, o amor da minha avó por fazer fantasias, e que foi crescendo com a minha paixão pelo carnaval. Mas, posso dizer com certeza, que tenho todos os discos do carnaval do Rio de Janeiro”, diz, orgulhoso.

De 1968 até 2018

 

Para Chico, nos 50 anos que já se passaram, muitas coisas mudaram: tanto na forma como se produzir os discos quanto na qualidade dos sambas-enredo.

“Nos últimos 15 anos de carnaval, muitas coisas mudaram com relação às gravações de sambas-enredo e as composições. Existe uma fórmula de se fazer o samba, em que os compositores seguem uma receita e fica tudo muito igual. Hoje em dia, se você não ler o nome da escola, pode ser qualquer uma. Então, esse tipo de produção padronizou demais o samba e encaretou de vez.”

Chico completa, cheio de saudosismo: “O grande sucesso desses discos, que foram produzidos até 1997, se deve por essa preocupação na produção dos discos. Depois disso, as gravações se tornaram mais engessadas e tirou completamente a naturalidade e a beleza dessas gravações. Ficou algo muito mais em formato de um produto, do que a ideia em si do carnaval. Encaretou.”

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/carnaval/2018/noticia – CARNAVAL 2018 – RIO DE JANEIRO / Por Mateus Almeida, G1 Rio – 08/02/2018)

Powered by Rock Convert
Share.