Primeiro brasileiro a penetrar o território guarani

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General Osório, cavaleiro exímio, o militar gaúcho destacou-se nos campos de batalha durante o Império e comandou o Exécito na Guerra do Paraguai
Nascido em Conceição do Arroio (hoje Osório) no ano de 1808, o militar era um típico gaúcho dos pampas. Desde a meninice, acostumara-se a cavalgar, manejar com destreza o laço e a bolea-deira e a se proteger do minuano sob o poncho. Aos 14 anos, o pai lhe disse que estava partindo para combater as tropas portuguesas que se opunham à Independência, aquarteladas em Montevidéu.
– Tu vais comigo. Não posso mais sustentar teus estudos. É melhor tentares carreira no Exército.
O adolescente não queria ser militar, mas obedeceu. Acabou descobrindo que a formação campeira havia sido um excelente adestramento para a guerra: a habi-lidade como ginete e a destreza nas armas fizeram dele um dos soldados mais destacados da campanha. Galgou patentes participando da Guerra da Cisplatina, da Revolução Farroupilha (ao lado dos legalistas) e do enfrentamento a Oribe e Rosas. Quando o exército paraguaio invadiu o Brasil, em 1865, o brigadeiro Osório acabou escolhido comandante-chefe das forças nacionais. No ano seguinte, primeiro brasileiro a penetrar o território guarani, conclamou os comandados:
– É fácil a missão de comandar ho-mens livres: basta mostrar-lhes o caminho do dever.
Voltaria do Paraguai com o maxilar perfurado por uma bala, mas vitorioso.
Sorte na guerra, azar no amor. A paixão malsucedida por Ana, filha de um estancieiro de Rio Pardo, encheu de amargura a juventude do militar. O romance foi proibido pelo pai da moça, que considerava Osório muito pobre para desposá-la. Como os namorados insistissem em se encontrar, o fazendeiro conseguiu que o militar fosse transferido para uma guarnição distante. De lá, o rapaz escrevia diariamente para a amada, sem jamais receber notícias – as cartas eram interceptadas pela família. Um dia, recebeu uma mensagem desesperada de Ana. Prometida em casamento a um pa-rente rico, ela suplicava que Osório viesse buscá-la. Ao apear do cavalo em Rio Pardo, o oficial de 21 anos ouviu a notícia que tanto temia:
– Ana casou-se e foi embora com o marido.
No fim da vida, Osório já esquecera os dissabores do passado. Todos o conheciam como o velhinho alegre e trocista que comandava o Ministério da Guerra (cargo no qual morreria, aos 71 anos). Uma ocasião, o imperador cochilou durante uma reunião com o militar. Osório deixou propositalmente a espada cair. dom Pedro II despertou sobressaltado com o estrondo:
– Ainda bem que sua espada não caiu no campo de batalha – provocou.
– É que ali ninguém dormia, majestade – alfinetou Osório.

(Fonte: 500 ANOS/50 PERSONAGENS)

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