Plínio Doyle, foi o maior colecionador da literatura brasileira, biblioteca de 25 000 volumes e lembrança do enterro de Rui Barbosa

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Plínio Doyle começou a colecionar livros na década de 30

 

Plínio Doyle: biblioteca de 25 000 volumes e lembrança do enterro de Rui Barbosa

 

 

Plínio Doyle (Rio de Janeiro, 1º de outubro de 1906 – Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2000), advogado e bibliófilo, foi o maior colecionador da literatura brasileira.

 

 

O advogado e bibliófilo Plínio Doyle, nascido em 1º de outubro de 1906, no Rio de Janeiro, ficou conhecido por reunir aos sábados, em seu apartamento, amigos ligados à literatura. Os “Sabadoyles”- como passaram a ser chamadas essas reuniões pelo escritor Raul Bopp – foram criados involuntariamente por Carlos Drummond de Andrade, em dezembro de 1964.

 
Na época, o poeta, que era um dos clientes do advogado Plínio Doyle, precisou consultar livros e revistas antigas na biblioteca do amigo. Drummond voltou no sábado seguinte e, a partir daí, dava sempre uma desculpa para visitar a casa do bibliófilo. Pedro Nava descobriu para onde o poeta escapava, aos sábados, e também começou a frequentar o lugar. Outros foram chegando e, quando Doyle se deu conta, estava instalado o “Sabadoyle”.

 

 

Esses encontros restauraram, ao longo da segunda metade deste século, o sabor perdido dos antigos salões literários e continuaram a acontecer até 1998. Entre seus frequentadores estavam Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira, Pedro Nava, Otto Lara Resende e Homero Homem, além de outros nomes da literatura brasileira.

 

 

 

A paixão de Doyle pelos livros começou na década de 30. “Na minha época, um rapaz de 16 ou 17 anos não tinha a chave de casa para sair à noite. Nossa distração eram os livros”.

 
Esse amor continuou por mais de 60 anos e Doyle chegou a possuir uma biblioteca com 25 mil volumes que foi vendida para a Fundação Casa de Rui Barbosa, em 1988. Entre as preciosidades desse acervo destaca-se uma das mais completas coleções de obras de Machado de Assis, com 555 títulos e 75 traduções. Também era possuidor de 300 obras de Carlos Drummond de Andrade, 65 edições de “Memórias de um Sargento de Milícias“, todas as tiragens de Manuel Bandeira, Guimarães Rosa, José de Alencar, Rachel de Queiroz e muitos outros.

 
Apesar da convivência com a nata da literatura brasileira, Plínio Doyle escreveu somente dois livros: “Historia de revistas literária” (1976) e sua autobiografia denominada “Uma Vida” , publicada em 1999, quando estava com 93 anos.

 
Graças ao espírito de iniciativa de Plínio Doyle, estão hoje preservados para as próximas gerações os arquivos pessoais de Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, Pedro Nava, Lúcio Cardoso, José Olympio, Rubem Braga, Hélio Pellegrino e Antonio Callado.

 

 

Colecionador de raridades, Doyle formou uma biblioteca de 33 mil livros, especializada em literatura brasileira. Doyle colecionou mais de 500 volumes de Machado de Assis -tinha as primeiras edições de todos os livros do escritor.

 

 

Doyle montou uma biblioteca com mais de 25 mil livros, a maior coleção do mundo dedicada à literatura brasileira. Ele teve de comprar um apartamento no prédio vizinho para guardar seu acervo.

 

 

Durante 34 anos, foi o anfitrião de encontros semanais de escritores e intelectuais, os “sabadoyles”, como foi batizado pelo poeta Raul Bopp.

De 1964 a 1993, o bibliófilo recebia aos sábados, em sua casa em Ipanema, Pedro Nava, Carlos Drummond de Andrade e Rachel de Queiroz, entre outros poetas e escritores do País, para um bate-papo sobre literatura, cinema e música. Em 1975, até o ex-presidente Juscelino Kubitschek marcou presença. Nas reuniões, só não se falava de política nem de religião.

Em 1993, Doyle mudou-se para o bairro da Lagoa e os encontros só deixaram de acontecer em 1998, pois se sentia cansado demais para receber os convidados. Em apenas duas ocasiões não houve esses encontros em mais de três décadas.

A primeira vez foi em 1981, porque Doyle prometeu visitar sua única filha, Sofia, em Brasília, logo depois de ficar viúvo de Esmeralda. A outra foi em 1985, porque estava no hospital. Em 1999, comemorou 93 anos lançando o primeiro livro, a autobiografia Uma Vida.

Plínio Doyle era advogado diplomado pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Foi procurador da Fazenda Nacional de 1962 a 1976. Fundou, em 1972, o Arquivo-Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa. De 1979 a 1982, dirigiu a Biblioteca Nacional.

Plínio Doyle morreu em 26 de novembro de 2000, aos 94 anos, de insuficiência respiratória decorrente de uma pneumonia, no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro.

O corpo de Doyle foi enterrado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, em frente à rua onde morou na infância.

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada- ILUSTRADA / PUBLICIDADE MARISA FERRARO do Banco de Dados – 27/11/2000)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidiano – COTIDIANO / DA SUCURSAL DO RIO – São Paulo, 28 de novembro de 2000)

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados.

(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/70/tributo/por Luciana Franca)

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Advogado carioca foi amigo de escritores e bibliófilo fanático

(Fonte: Veja, 29 de setembro de 1999 – ANO 32 – N º 39 – Edição 1617 – Livros/ Por Okky de Souza – Pág: 140/141)

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