Pioneiro da produção independente no Brasil

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Pioneiro da produção independente no Brasil

Aloysio de Oliveira (Rio de Janeiro, 30 de dezembro de 1914 – Los Angeles, Califórnia, 4 de fevereiro de 1995), ex-vocalista e líder do Bando da Lua. Cantor e compositor de excelente formação, Aloysio soube criar uma noção de som cristalino e arranjos acústicos, baseados no combo jazzístico.
Pioneiro da produção independente no Brasil, fundou em 1963, a gravadora do selo Elenco. Sons de ouro do selo Elenco, marcaram o esplendor do desenho plano e sintético da bossa nova. O projeto gráfico de César Villela refletia a intenção: o logo do selo sempre em destaque, fotos em alto-contraste preto e branco ou, no máximo, em cores básicas.

 
Aloysio embarcou para os Estados Unidos com Carmen Miranda em 1939 e excursinou por lá com a estrela por duas décadas. Os dois tiveram um longo caso secreto, até que a estrela se casou com seu produtor, David Sebastian. Com a morte de Carmen, em 1955, Aloysio ainda sustentou o Bando da Lua. Em 1956, trocou Hollywood pelo Rio de Janeiro para ajudar na consolidação do estilo da bossa nova, que então tentava aparecer. Como diretor artístico da gravadora Odeon, lançou Tom Jobim, João Gilberto e a cantora Sylvia Telles, com quem se casaria em 1960. Nesse ano, assumiu a Philips e continuou animando a nova música brasileira.

 
Por fim, ele tomou a decisão de fundar uma gravadora. Fez um empréstimo, alugou um escritório minúsculo no centro do Rio, contratou os estúdios da Rio-Som e convocou os grandes músicos bossa-novistas, como Tom, Maysa e Sergio Mendes, sem esquecer de alguns medalhões da velha-guarda, como Cyro Monteiro, Dorival Caymmi e Aracy de Almeida. Também farejou o sucesso de novíssimos talentos, do tipo Maria Bethânia e Edu Lobo.
Em 1967, quando a bossa saiu de moda, Aloysio sentiu a crise. Viúvo de Sylvia Telles (que havia morrido num acidente de carro), vendeu o selo para a Philips e regressou para os Estados Unidos. Morreu como um nostálgico guru da grande música. As gravações comandadas por Aloysio fizeram história.

(Fonte: Época, 17 de novembro, 2003 –- N° 287 –- Música/Por Luís Antônio Giron -– Pág; 118/119)

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