Pierre Bergé, empresário francês e ex-companheiro do estilista Yves Saint Laurent

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Pierre Bergé, mecenas e companheiro de Yves Saint Laurent

 

Yves Saint Laurent e Pierre Bergé (Foto: Divulgação)

 

Bergé, cofundador e diretor durante 40 anos da marca Yves Saint Laurent, ativo militante da causa gay

 

 

Pierre Bergé em foto de 2015 posando diante da primeira exposição dedicada a Yves Saint Laurent na Grã Bretanha – (Foto: OLI SCARFF / AFP)

 

 

Pierre Bergé (Saint-Pierre-d’Oléron, 14 de novembro de 1930 – Saint Remy de Provence, sudeste da França, 8 de setembro de 2017), empresário e mecenas francês Pierre Bergé, companheiro do estilista Yves Saint Laurent (1936-2008).

Icônico parceiro profissional e romântico de Yves Saint Laurentempresário francês deixou legado para a moda, para as artes e para causas humanitárias.

Bergé nasceu em 14 de novembro de 1930 na ilha de Olerón. Ele chegou a Paris em sua juventude e se tornou um amante do pintor Bernard Buffet (1928-1999), com quem teve um relacionamento de oito anos. Em 1958, conheceu Yves Mathieu Saint-Laurent, então um jovem introvertido de grande talento, com quem compartilhou 50 anos de vida e trabalho em comum. Foi Pierre quem traçou as estratégias e ajudou Saint Laurent a criar sua própria marca e a focar na produção. Sob sua determinação, a maison se tornou a primeira grife francesa de moda a entrar na Bolsa de Valores, em 1989.

 

 

Yves Saint Laurent com Pierre Bergè (ao fundo) em desfile em Paris em 1998 – (Foto: Reprodução)

 

 

Bergé e Saint Laurent se conheceram em 1954 por intermédio de Christian Dior e formaram uma da duplas e casais mais emblemáticos da moda. O que Saint Laurent tinha de criatividade e sensibilidade, Bergé balanceava com faro para os negócios e assertividade.

Bergé, cofundador e diretor durante 40 anos da marca Yves Saint Laurent, ativo militante da causa gay, também era presidente do conselho de vigilância do grupo de imprensa Le Monde.

O relacionamento pessoal dos dois durou duas décadas. No início dos anos 1980, Pierre decidiu terminar pois não suportava mais a vida de drogas e festas de Saint Laurent. A sociedade nos negócios, no entanto, não foi abalada. Mas Pierre passou, então, a trilhar outros caminhos: decidiu atuar na política francesa (era um dos apoiadores do atual presidente Emmanuel Macron), comprou uma parte do jornal “Le Monde”, comandou a revista gay “Têtu”, trabalhou pela humanização do tratamento dos pacientes portadores do HIV e pela arrecadação de fundos para a pesquisa da cura da Aids. Em 1994, fundou a associação Juntos Contra a AIDS, atualmente Sidaction. E ainda lutou contra o antissemitismo e a xenofobia.

 

 

Yves Saint-Laurent (à esquerda) e Pierre Bergè em 2002, quando anunciaram a aposentadoria do estilista – (Foto: ERIC FEFERBERG / AFP)

 

 

Também é notória sua contribuição à cultura: de 1977 a 1981, Bergé dirigiriu o teatro de l’Athéné; e, de 1988 a 1993, presidiu a Ópera de Paris. Também foi responsável pela compra de novas obras para o Louvre e conquistou o título de Grande Mecenas das Artes e da Cultura.

Em 1993, a dupla vendeu a marca, e Saint Laurent manteve apenas a direção criativa do departamento de alta costura, onde trabalhou até 2002, quando decidiu se aposentar.

Bergé nunca desistiu do amor. Ele se casou em março com o paisagista americano Madison Cox, de 58 anos, e vice-presidente da Fundação Bergé-Saint Laurent.

Desde a morte do ex-companheiro, em 2008, Bergé vinha se dedicando à preservação de seu legado. Em 2009, leiloou parte da coleção de arte que eles formaram ao longo de mais de 40 anos. E nos últimos dois anos, vivia cuidando da abertura dos dois museus Yves Saint Laurent que abrirão as portas em outubro, em Paris e em Marrakech, cidade que inspirou algumas das mais célebres criações da maison.

Em 2014, dois filmes sobre Saint Laurent foram lançados. O primeiro deles, “Yves Saint Laurent”, retrata o começo da carreira do estilista – desde o momento em que assumiu a direção criativa da Dior até seu auge e os altos e baixos do relacionamento com Bergé, que cedeu peças originais para o figurino e ainda acompanhou a filmagem. Ele ficou emocionado com tamanha semelhança do ator Pierre Niney com Saint Laurent.

Em 2016, Bergé teve uma fortuna estimada em 180 milhões de euros, de acordo com a revista “Challenges”.

Faleceu poucas semanas antes da inauguração de dois museus dedicados ao legado de Yves Saint Laurent (1936-2008), um em Paris e outro em Marrakech, no Marrocos.

A preservação da memória do estilista e da maison era uma missão para seu companheiro, que em outubro próximo celebraria a inauguração de dois museus dedicados a seu legado, um em Paris e outro em Marrakesh, cidade que conquistou o par e inspirou algumas das mais célebres criações da maison. 1974, foi eleito presidente da Câmara de Couturiers e, em 1986, fundou o Instituto Francês de Moda.

Sua contribuição à cultura se expandia para as artes: de 1977 a 1981, ele dirigiu o teatro de l’Athéné e, de 1988 a 1993, presidiu a Ópera de Paris. Já nas artes plásticas, foi responsável, por entre outras benfeitorias, pela compra de novas obras para o Louvre. As ações lhe renderam o título de Grande Mecenas das Artes e da Cultura em 2001.

Também eram suas bandeiras a luta contra o HIV e a defesa dos direitos LGBT. Em 1994, fundou a associação Juntos Contra a AIDS, atualmente Sidaction, e nunca escondeu suas orientações políticas, sempre dando apoio a candidatos que se alinhavam com seus valores – Emmanuel Macron, eleito presidente da França em 2017, é um deles.

Não bastasse, Bergé também investiu nas comunicações, tendo fundado as publicações Courrier international e Globe. Desde 2010, era um dos acionistas majoritários do Le Monde, um dos maiores jornais da França.

Pierre Bergé faleceu aos 86 anos, em 8 de setembro de 2017, em sua residência de Saint Remy de Provence, sudeste da França, após uma longa doença, sofria de miopatia, uma doença muscular.

O ex-ministro francês da Cultura Jack Lang prestou homenagem a um “fabuloso mecenas, filantropo, esteta insaciável, empresário genial, homem de cultura e de todas as paixões”.

(Fonte: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia – POP & ARTE – NOTÍCIA/ Por France Presse – 08/09/2017)

(Fonte: http://vogue.globo.com/moda/moda-news/noticia/2017/09 – MODA NEWS – NOTICIA – 08/09/2017)

(Fonte:https://oglobo.globo.com/ela/gente – ELA – GENTE/ POR O GLOBO – 08/09/2017)

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