Péter Esterházy, foi o maior expoente do pós-modernismo literário da Hungria e um dos mais importantes autores da Europa

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Autor, um dos mais importantes da Hungria, esteve no Brasil em 2011 para participar da Festa Literária Internacional de Paraty

O escritor Péter Esterházy, em Leipzig, na Alemanha - 15/03/2015 (Manfred Segerer/Getty Images)

O escritor Péter Esterházy, em Leipzig, na Alemanha – 15/03/2015 (Manfred Segerer/Getty Images)

Um dos principais autores europeus contemporâneos, ele deixa mais de 30 livros publicados em 35 anos de carreira.

Péter Esterházy (Budapeste, 14 de abril de 1950 – Budapeste, 14 de julho de 2016), escritor húngaro foi o maior expoente do pós-modernismo literário da Hungria e um dos mais importantes autores da Europa. Autor deixa obra caracterizada por diversidade estilística e experimentos formais.

Nascido em Budapeste em 14 de abril de 1950, em uma das famílias aristocratas mais importantes da Hungria, que teve seus bens tomados em 1948 após a o Partido Comunista ganhar o poder. Esterházy se dedicou plenamente à literatura desde 1978, após estudar matemática na Universidade Elte, na capital húngara, e se tornou em um dos escritores húngaros mais conhecidos no mundo.

Foi estudante de Matemática e trabalhou durante quatro anos – de 1974 a 1978 – no instituto de informática do Ministério da Indústria antes de se dedicar exclusivamente à literatura.

A linguagem do autor de “Uma Mulher” se caracteriza pelo jogo linguístico, a intertextualidade e textos compostos como um mosaico. No romance “Harmonias Celestiais” (2000), por exemplo, narrou a história de sua família, antes de descobrir que seu pai foi delator durante o regime comunista. Por isso, publicou depois a “Versão corrigida” (2002).

Sua obra foi traduzida para mais de vinte idiomas, incluindo o português, pela editora Cosac Naify, e reconhecida com vários prêmios, como o Ordre des Arts et des Lettres, da França, o Prêmio Herder, da Alemanha e o Prêmio Kossuth, da Hungria.

Peter Esterhazy em foto tirada em junho de 2016 - (Foto: Balazs Mohai / AP)

Peter Esterhazy em foto tirada em junho de 2016 – (Foto: Balazs Mohai / AP)

Sua obra mais importante é “Harmonia Caelestis” (2000) em que conta a história de sua família, de seus ancestrais na época do império austro-húngaro até a perseguição pela ditadura comunista. Na mesma entrevista, ele falou sobre o livro:

— A primeira parte faz de todas as histórias a história do pai, que com isso aniquila também a figura do pai. Se todos são um pai, então não há nenhum pai. Nessa parte saltamos entre tempo e espaço. A segunda parte conta ainda a história de um pai, cuja vida apresenta um paralelo notável com a vida do meu pai. Essa narrativa é mais calma, linear, pode-se até dizer. Alguns leitores se tranquilizam com isso.

Em 2005, com o título “Revu et corrigé” (Revisto e Corrigido, em tradução livre), publicou uma nova versão de “Harmonia Caelestis” ao descobrir que seu pai havia sido um informante da polícia política durante a época comunista. Ele comentou:

— A pressão histórica era muito grande, meu pai foi quebrado. Mas eu vejo sua solidão cósmica melhor, sua dor, seu desamparo. Que eu tenho muito pelo que agradecê-lo, isso eu sempre soube. Ele foi um bom pai para mim, mas traiu a si e a alguns outros.

Considerado como a personalidade mais importante “da nova prosa húngara”, Esterházy deixa uma obra caracterizada por sua diversidade estilística e seus experimentos formais, uma prosa “cheia de vida” segundo o escritor americano John Updike.

O escritor veio ao Brasil em 2011. Na época, ele participou da Festa Literária Internacional de Paraty. Ao lado de Emmanuel Carrère, ele foi a atração da da mesa “Laços de família”, sob mediação de Paulo Schiller, tradutor do húngaro no Brasil. Na época, lamentou ter que falar em alemão pela falta de um tradutor.

— Eu venho da Hungria. Na Hungria, vivem os húngaros. Eles comem em húngaro, bebem em húngaro, dormem em húngaro e falam húngaro. Quero que vocês saibam que a razão de eu não falar húngaro aqui não é porque eu não sou um bom húngaro. É por falta de um tradutor — disse, bem-humorado.

Em 2015, o escritor admitiu que sofria de câncer de pâncreas descoberto seis meses antes. O escritor era membro da Academia Europeia de Ciências, Artes e Letras, da Academia de Arte de Berlim e da Academia de Ciências da Hungria.

Em 2011, Esterházy esteve na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) para apresentar Os Verbos Auxiliares do Coração.

Péter Esterházy faleceu na tarde do dia 14 de julho de 2016, aos 66 anos, em Budapeste.

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/livros – CULTURA – LIVROS / POR O GLOBO, COM AFP – 14/07/2016)

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(Fonte: Zero Hora – ANO 53 – N° 18.517 – 15 de julho de 2016 – TRIBUTO/MEMÓRIA – Pág: 35)

(Fonte: http://veja.abril.com.br/entretenimento – ENTRETENIMENTO – Por Da redação – 14 jul 2016)

(Com agência EFE)

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