Pedro Lemebel, escritor e artista chileno, um corajoso crítico do regime militar de Augusto Pinochet

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Referência da literatura homossexual chilena

 

Ganhador em 2013 do Prêmio Ibero-americano de Letras José Donoso

 

Sua obra também aborda temas como a pobreza e a marginalidade, em textos caracterizados pela provocação e pela irreverência

 

 

Pedro Lemebel (Santiago, Chile, 21 de novembro de 1952 – Santiago, 23 de janeiro de 2015), escritor, ensaísta, ativista gay e artista chileno, um corajoso crítico do regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990) e da homofobia, que nos tempos da ditadura se apresentou em uma reunião de partidos de oposição com sapatos de salto alto e uma foice pintada no rosto para ler seu manifesto “Eu falo pela diferença”.

 

– Eu não sou um maricas vestido de poeta – dizia de si mesmo Lemebel, a maior referência da literatura homossexual chilena.

 

 

O escritor e artista plástico chileno Lemebel, foi o mais renomado e irreverente expoente da literatura homossexual do país. Ganhador em 2013 do Prêmio Ibero-americano de Letras José Donoso, Lemebel é conhecido como referência da literatura homossexual chilena, mas sua obra também aborda temas como a pobreza e a marginalidade, em textos caracterizados pela provocação e irreverência.

 

Também era um reconhecido cronista e militante do Partido Comunista, sendo um duro detrator da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

 

Reconhecido como uma referência da literatura gay, subgênero que trata de questões relativas ao universo homossexual, Lemebel apareceu em público pela última vez no dia 7 de janeiro, sentado numa cadeira de rodas e com aparência muito debilitada. – A doença neste país cobra muito caro. Mas também sem drama e com um pouco de ironia, eu lhe viro a mão e eu continuo andando – disse ele. Graças ao seu estilo provocador, ele conseguiu refletir em seus textos, com um jeito insolente, a luta contra a homofobia, incluindo experiências próprias de discriminação. Mas também abarcou o tema da pobreza, que conhecia bem, pois nascera num bairro miserável de Santiago em 1952. – Fui escritor, artista visual, drogado, traficante, fiz de tudo. Para puta não levei jeito, por causa do meu corpo. Mas meu ofício é o de escrever – definiu o poeta com irreverência.

 

Pedro Lemebel faleceu em 23 de janeiro de 2015, em um hospital oncológico onde estava internado, em Santiago, de câncer de laringe. Ele tinha 62 anos.

Ele disse que o câncer tentou roubar a voz do artista e completou: “Mas quem pode deixar Lemebel sem voz? Sua voz existe e persiste”. – Pedro era um criador incansável, um ativista social, um defensor da liberdade e uma voz que nunca se apagou, representando os esquecidos, os muitos que se sentem órfãos em um país que não os representa nem os acolhe – disse, na sexta-feira, a presidente do Chile, Michelle Bachelet. O escritor, ganhador em 2013 do prêmio ibero-americano de letras José Donoso, lutava há três anos contra o câncer e morreu cercado de amigos e familiares.

(Fonte: Zero Hora – ANO 52 – Nº 18.372 – 24 de janeiro de 2015 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 35)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA – POR O GLOBO COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS – 24/01/2015)

 

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