Participou do primeiro desfile de moda no país

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A atriz, cantora e escritora Odete Lara na entrega do Prêmio Saci de 1957 (Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo)

A atriz, cantora e escritora Odete Lara na entrega do
Prêmio Saci de
1957 (Foto: Estadão Conteúdo/Arquivo)

 

Atriz participou de quase 40 filmes.

Participou do primeiro desfile da história da moda brasileira

Odete Lara (São Paulo, 17 de abril de 1929 – Rio de Janeiro, 4 de fevereiro de 2015), atriz conhecida das telas de televisão e do cinema que participou de quase 40 filmes e que chegou a dividir o palco com nomes como Vinicius de Moraes e Chico Buarque.

Nascida em São Paulo, em abril de 1929, Odete Lara era filha de imigrantes italianos. Ainda muito jovem, sofreu uma tragédia na vida pessoal, quando o pai e a mãe se suicidaram. Loira, olhos verdes e muito bonita começou a carreira como modelo e participou do primeiro desfile de moda no país.

Pouco depois chegou à televisão, fazendo novelas nas TVs Excelsior e Tupi. No início, como garota propaganda, até estrear como atriz. Ela recusou um convite para viver a vilã Odete Roitman na novela Vale Tudo, que seria um dos papéis mais marcantes da televisão brasileira.

Em sua carreira, Odete participou de quase 40 filmes, sendo considerada a musa do Cinema Novo, participando de produções como Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri, e O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha. Outro filme de destaque foi Moral em Concordata (1959), no qual atuou ao lado de outra musa da época, a gaúcha Maria Della Costa.

Na televisão, a estreia se deu em 1952, na recém-inaugurada TV Tupi, em uma versão da peça Luz de Gás, com Tônia Carrero e Paulo Autran. Sua última atuação foi na novela Pátria Minha (Rede Globo), em 1994, como Valquíria Mayrink, mulher frustrada por ter perdido a riqueza. 

A paulista tem no currículo mais de 40 filmes, como “Bonitinha, mas ordinária” (1963) e “Vai trabalhar, vagabundo” (1973). O primeiro filme de sua carreira foi “O gato de madame”, em 1956, ao lado de Mazzaropi, a convite do autor Abílio Pereira de Almeida (1906-1977).

Sua carreira musical foi perpetuada através de dois LPs: “Vinicius e Odete” (1963), resultado das apresentações com o poeta no espetáculo Skindô, e “Contrastes” (1966), que traz composições de Vinicius de Moraes e Tom Jobim. A atriz também trabalhou com grandes nomes da música, como Sergio Mendes, na faixa “Eles e ela”, e Chico Buarque, na canção “Meu refrão”.

 

 

Odete Lara e Vinicius de Moraes na década de 1960 - (Foto: Arquivo)

Odete Lara e Vinicius de Moraes na década de 1960 – (Foto: Arquivo)

 

 

Na TV, Odete fez sua estreia como atriz na então recém-inaugurada TV Tupi numa versão da peça “Luz de gás”, com Tônia Carrero e Paulo Autran, em 1952, e participou ainda de “A branca de neve e os sete anões”, como a Rainha Má. Entre 1953 e 1954, ficou conhecida pelo “Programa da Vanguarda”, na mesma emissora. O début em novelas aconteceu em 1965, como a Carlota de “Em busca da felicidade”, na TV Excelsior.

De volta à TV Tupi, viveu a Flora de “As bruxas”, em 1970, e a Helena, de “A Volta de Beto Rockfeller”, em 1973. Aos 63 anos, Odete fez seu primeiro papel na Globo, como a Ester, de “O Dono do Mundo” – atualmente reprisada no canal Viva. O convite veio do próprio autor Gilberto Braga, que já havia chamado a atriz para viver a vilã Odete Roitman em “Vale tudo”, papel recusado por ela. Sua última novela foi “Pátria minha”, em 1994.

Sem deixar filhos, ela foi casada com o dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, o autor Euclydes Marinho e com o diretor Antonio Carlos Fontoura.

Quando estava no auge, se converteu ao budismo, abandonou a carreira e se isolou na Região Serrana do Rio de Janeiro.

Em 1975, Odete Lara publicou Eu Nua, em que contava sua história de vida. Filha de operários, sua trajetória foi marcada por tragédias: a primeira aos seis anos, quando a mãe se matou jogando-se num poço. A outra, 10 anos mais tarde, quando o pai também se suicidou, tomando soda cáustica. No livro, ela admitia ter pensado em suicídio.

Depois do lançamento, ela deixou o Rio de Janeiro, onde morava, e isolou-se em um sítio em Nova Friburgo, dedicando-se ao zen-budismo. 

Odete Lara morreu, em 4 de fevereiro de 2015, aos 85 anos. A atriz sofreu um infarto por volta das 7h15m, em uma clínica de repouso onde morava no Rio de Janeiro desde que sofreu uma queda que resultou em uma fratura do fêmur.

“Hoje foi o dia de Odete Lara, brava guerreira, grande atriz. Odete era uma pessoa de alta espiritualidade, sua vida foi uma rosa dos ventos, atriz dos maiores diretores de cinema e teatro, encontrou um momento de tranquilidade na Califórnia, regressou, continuou a ser nossa Marlene Dietrich, a voz, a beleza e, sobretudo, a independência revolucionária”, disse o produtor cultural e amigo Fabiano Canosa.

 

 

A atriz com sua autobiografia, 'Eu nua', em 2011 - (Foto: Anderson Rocha / Agência O Globo)

A atriz com sua autobiografia, ‘Eu nua’, em 2011 – (Foto: Anderson Rocha / Agência O Globo)

 

 

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – Nº 18.011 – 4 de fevereiro de 2015 – TRIBUTO – Pág: 32)

(Fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2015/02 – NOTÍCIA – RIO DE JANEIRO – Do G1 Rio – 04/02/2015)

(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura -15240096#ixzz3QnbgAmmX – CULTURA – POR O GLOBO – 04/02/2015)
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