Ozualdo Candeias, diretor do cinema marginal. Foi uma das personalidades mais originais do cinema.

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Ozualdo Candeias (Cajobi, 5 de novembro de 1918 – São Paulo, 8 de fevereiro de 2007), diretor do cinema marginal. Foi uma das personalidades mais originais do cinema brasileiro e, sem dúvida, um dos grandes do Cinema Marginal Brasileiro.
Considerado um dos pioneiros do cinema marginal com o filme “A Margem” (1967).

Ozualdo Ribeiro Candeias nasceu em Cajobi, no interior de São Paulo. Sua primeira experiência com a direção cinematográfica foi o curta “Tambau – Cidade dos Milagres” (1955), que já trazia elementos característicos de sua obra, como a retratação dos miseráveis, a ironia e a provocação. Além de “A Margem”, estão entre seus longas mais emblemáticos “As Belas da Billings” e “O Vigilante”.

O cineasta também dirigiu e produziu curtas-metragens sobre a Boca do Lixo. Com José Mojica Marins, o Zé do Caixão, dirigiu em 1968 a “Trilogia de Terror”, composta por três contos –ele assinou “O Acordo”, que fala de um pacto demoníaco pelo qual uma mãe entrega sua filha virgem ao Diabo.

Candeias também trabalhou com Marins em “Ritual de Sádicos” (1969), no qual atuou. João Silvério Trevisan, David Cardoso, Rubem Biáfora e Valêncio Xavier foram outros cineastas que contaram com sua colaboração.

Candeias morreu dia 8 de fevereiro de 2007, aos 88 anos, de insuficiência respiratória, em São Paulo.

Confira os longas-metragens de Candeias:

“A Margem” (1967)

“Trilogia de Terror” (1968), com José Mojica Marins

“Meu Nome É Tonho” (1969)

“A Herança” (1970), baseado em “Hamlet” de Shakespeare

“Zézero” (1974)

“A Opção” (1981)

“Manelão, o Caçador de Orelhas” (1982)

“A Freira e a Tortura” (1983), adaptação da peça de Jorge Andrade

“As Belas da Billings” (1987)

“O Vigilante” (1992)
(Fonte: www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada – 08/02/2007)

Ozualdo Candeias, “pai do cinema marginal”

SÃO PAULO – Morreu em São Paulo nesta quinta-feira o cineasta Ozualdo Candeias. Ele tinha 88 anos e era considerado o pai do cinema marginal, que se opunha ao Cinema Novo. Nos anos 70, Candeias aderiu às produções de filmes eróticos na chamada Boca do Lixo, em São Paulo.

Seu último filme, “O vigilante”, foi lançado em 1992. Em 2003, foi lançado um curta documentário sobre o cineasta. “Candeias: da boca para fora”, que você pode assistir aqui no site Porta Curtas, mostra a irreverência e ousadia de um dos diretores mais inventivos do Brasil. O filme de 17 minutos dirigido por Celso Gonçalves tem depoimentos de Zé do Caixão, Carlos Reichenbach, Jairo Ferreira, Inácio Araújo, entre outros.

O diretor, roteirista e produtor chamou a atenção da crítica já em seu filme de estréia, “A margem”, de 1967. O longa, aliás, batizou o movimento “cinema marginal”, de filmes de baixo orçamento produzidos principalmente na Boca do Lixo paulistana.

– Meus filmes sempre têm algo de crítica social. Cinema, para mim, tem que ter proposta crítica, cultural, ou documental. Sem isso, é vazio – disse ele em entrevista aO Globo em 2002.

Filho de agricultores, trabalhou no campo antes de se tornar motorista de caminhão e táxi. Na década de 50, já morando em São Paulo, comprou uma câmera 16mm. Filmou casamentos, batizados e viajou para o interior para tentar registrar extra-terrestres. Seu trabalho nas festas gerou o documentário “Tambaú: Cidade dos milagre”.

(Fonte: www.oglobo.globo.cultura – 09/02/2007O Globo Online – Jornal Nacional)

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