Osvaldo Lacerda, um dos principais nomes do nacionalismo musical brasileiro

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Osvaldo Lacerda (São Paulo, março de 1927 – Taquaritinga, 18 de julho de 2011), pianista, compositor e professor de composição e teoria musical paulista. Um dos principais nomes do nacionalismo musical brasileiro, herdeiro das ideias de Mário de Andrade. Herdeiro das ideias de Mário de Andrade, ele foi um dos principais nomes do nacionalismo musical brasileiro.

Lacerda nasceu em São Paulo, em março de 1927. Começou na música pelo piano, aos 5 anos. A composição viria anos depois, em 1952, quando passou a estudar com Camargo Guarnieri, um dos defensores do que o escritor Mário de Andrade chamava de “música de caráter essencialmente nacional”. O contato com Guarnieri foi responsável por determinar os rumos de sua carreira. Herdou dele a preocupação com a produção nacional e, em 1961, foi um dos fundadores da Sociedade Pró-Música Brasileira. Em 1962, foi o primeiro brasileiro a usufruir a bolsa da Fundação Guggenheim, indo estudar nos Estados Unidos com nomes como Aaron Copland.
O retorno ao Brasil foi marcado pela participação em um embate estético lendário, que pautaria boa parte da criação musical no País na segunda metade do século 20. Ao lado de Guarnieri, ele defendeu a ideia de uma produção musical que levasse em consideração o espírito brasileiro em detrimento a “falsas teorias progressistas da música”, associadas ao austríaco radicado no Brasil H. J. Koellreutter. “Participei de debates, briguei, enquanto Guarnieri me dizia que o que eu deveria fazer era ir para casa compor. Foi o que fiz. Brigávamos, mas os dois lados estavam na mesma situação, sem ver suas obras executadas”, lembrou ele em conversa com o Estado no começo dos anos 2000.

Lacerda sempre defendeu uma música que, não importa a roupagem estilística ou harmônica, possua características próprias da música brasileira. Isso levava à formação de um arcabouço teórico segundo o qual, dizia, a música não era uma linguagem universal. “A linguagem é sempre nacional, podendo ser compreendida universalmente. Essa percepção faz toda a diferença.” A filiação, até o final da vida, à corrente nacionalista, em um momento em que compositores passavam a abarcar maior diversidade na composição, não o incomodava. Não gostava de criticar ninguém abertamente, “para não mexer em cumbucas”. E reforçava seu credo – e a importância de acreditar em algo. “O compositor precisa ser verdadeiro, não pode se agregar a nenhuma onda, que pode vir a ser uma verdadeira canoa furada.”
Osvaldo Lacerda morreu dia 18 de julho de 2011, aos 84 anos.
(Fonte: www.estadao.com.br – João Luiz Sampaio – O Estado de S. Paulo – 18 de julho de 2011)

Osvaldo Lacerda, pianista, compositor e professor de composição e teoria musical. Aluno de José Kliass e Camargo Guarnieri, no Brasil, foi bolsista da Fundação Guggenhein, que patrocinou suas aulas com Aaron Copland e Vittorio Giannini. Casado com a pianista Eudóxia de Barros, sua ex-aluna, ele foi fundador da Sociedade Pró-Música Brasileira, consultor da Comissão Nacional de Música Sacra, membro da Academia Brasileira de Música e professor da Escola Municipal de Música de São Paulo. Autor dos livros Curso Preparatório de Solfejo e Ditado Musical e Compêndio de Teoria Musical, entre outros, Lacerda deixa extensa obra de câmara calcada em textos de nossos poetas, temas nacionalistas e do nosso folclore, característica que herdou de Guarnieri. Osvaldo Lacerda morreu em Taquaritinga, interior de São Paulo, aos 84 anos.

(Fonte: www.veja.abril.com.br – Julio Cesar de Barros – 18 de julho de 2011)

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