Os primeiros vírus de computador da história
Os vírus de computadores são velhos conhecidos dos usuários. Cada vez mais sofisticados, eles podem causar inúmeros prejuízos para uma máquina, incluindo a perda total de arquivos, como também vários desconfortos pessoais.
Os vírus são programas desenvolvidos para alterar de forma nociva e também clandestinamente os softwares instalados em um computador. Eles possuem comportamento semelhante ao do vírus biológico, ou seja, multiplicam-se, precisam de um hospedeiro e ainda esperam o momento mais oportuno para o ataque. Além disso, no geral, ficam bem escondidos para não serem descobertos e exterminados.
Como surgiu o primeiro vírus de computador? Identificar qual foi o primeiro vírus de computador é complicado, pois os especialistas dificilmente concordam em quem seria o pioneiro. Uma boa aposta seria o vírus “The Creeper” que surgiu há mais de 40 anos. Ele estreou em um computador de grande porte em 1971 no PDP-10, e fora criação de Bob Thomas. O aplicativo em questão era capaz de invadir a máquina e ainda apresentava no monitor a mensagem “Im the creeper, catch me if you can!” (Eu sou assustador, pegue-me se for capaz!).
Para solucionar o problema, podemos dizer também que surgiu o primeiro antivírus de computador da história, denominado Reaper.
Outra ameaça dos primórdios da computação foi o Elk Cloner, considerado a primeira praga de contaminação em massa. Foi criado em 1982 por Rich Skrenta, um garoto de 15 anos ainda na escola. A infecção foi desenvolvida para os computadores mais populares e poderosos da época, o Apple II. O programa malicioso não era, no entanto, designado a destruir os hospedeiros, e sim, causar uma dor de cabeça de leve, só em casos extremos causando perda de dados. Seu funcionamento era assim: Um poema era exibido na tela após o usuário inserir 50 vezes um disquete infectado. O Poema era o seguinte:
Apesar do The Creeper ter sido criado na década de 70, e o Elk Cloner já ter infetado vários macs anos depois, o termo “vírus” só começou a ser usado mesmo em 1984, quando, nos laboratórios da Bell Computers, quatro programadores, H. Douglas Mellory, Robert Morris, Victor Vysottsky e Ken Thompson, desenvolveram um jogo nomeado de Core Wars, baseado na ideia do primeiro vírus que falamos há pouco. Esta nova ameaça consistia em ocupar toda a parca memória RAM do computador.
Os core wars ficaram famosos nas universidades americanas onde equipes desenvolviam softwares e colocavam-os a “brigar”, vencendo quem primeiro acabasse com a memória do adversário. Eram, inclusive incentivados pelos professores, pois estimulavam os estudantes a criarem programas cada vez mais elaborados e superiores, mas até então, tudo amistosamente e sem causar dano algum.
As primeira grandes infecções de pragas virtuais, capazes de cruzar fronteiras e correr o mundo só ocorreu em 1986. Neste ano foram difundidos os vírus Brain e Bouncing Ball. Tais espécies de vírus infectaram o setor de boot dos disquetes. Após, também surgiram os vírus que infectavam arquivos com extensão EXE e COM.
O Brain foi criado por Basit Farooq Alvi and Amjad Farooq Alvi, 2 irmãos paquistaneses que queriam testar até onde sua criação podia chegar. Para isso eles colocaram, inclusive seu telefone e como podiam ser contatados por quem quer que fosse atingido por seu programa. Os criadores se defenderam dizendo que a criação original tinha sido feita para o Apple II e para ser usados em um programa de monitoramento cardíaco, para monitorar as cópias piratas dos mesmos. O problema, segundo eles, foi quando algum programador resolveu importá-lo para o sistema Dos e torná-lo um vírus. A explicação não deu muito certo e a empresa foi processada e fechada pela justiça.
Como já vimos neste post do Oficina, foi a partir do Brain que John McAfee decidiu criar o antivírus que leva seu nome e que proporciou sua conturbada vida. Clique no link à direita para ler a história completa.
O outro vírus “global” que citamos, o Bouncing Ball, ou ainda vírus Ping Pong como ficou conhecido no brasil, já que foi um dos primeiros a fazer “sucesso” por aqui. Chamado Vírus de Boot, ele instalava-se no primeiro setor do disquete (ocupando menos de 1k de espaço), e então contaminava o computador quando o usuário o iniciava utilizando um disquete previamente contaminado. Espalhava-se ao se copiar a qualquer disquete que fosse inserido em um computador infectado.
A função dele também não era destrutiva, mas era muito chato, pois ficava mandando um bolinha de um lado a outro da tela de segundo em segundo acompanhando o relógio da máquina, semelhante aos vídeo-games pong de antigamente. A bolinha era o caractere “•” da tabela ASCII e raramente causava dano às máquinas, só em algumas específicas que podiam acontecer de reiniciarem o sistema após algum tempo de execução do código malicioso.
Um outro vírus que podemos citar como exemplar dessas primeiras infecções popularizou-se em 1991, na Bélgica. Trata-se do vírus Casino que marcou a história das infecções em computadores e tornou-se famoso por ser um tanto quanto “misterioso”. Para começar, o vírus podia entrar no computador da vítima e ficar literalmente incubado até os dias 15 de janeiro, 15 de abril e 15 de agosto. Estes eram os únicos dias do ano em que ele entrava em ação.
O vírus era capaz de apagar a estrutura básica de qualquer disco DOS, em que encontrasse dados. Porém, o vírus era sádico, tipo o JigSaw dos Jogos Mortais, pois, como ele mencionava era guardada uma cópia de segurança na memória RAM do computador que o usuário poderia recuperar caso ganhasse uma partida contra ele.
Como dizia no nome do vírus, tratava-se de um jogo de casino em que, se o usuário conseguisse tirar três “L” nas 5 chances que tinha, poderia ficar tranquilo. Porém, caso não fosse possível conseguir a trinca de “L”, este, bem provavelmente, seria a última partida do usuário na máquina que seria reiniciada e precisaria ter o MS-DOS reinstalado.
(Fonte: https://www.oficinadanet.com.br – Oficina da Net› Artigos› Tecnologia – Maximiliano Meyer – 30/03/2015)
O post foi escrito com a ajuda da colega Rafaela Pozzebon.