Olacyr de Moraes, empresário que ficou famoso como “rei da soja”, montou grupo de 40 empresas e chegou à lista de bilionários da Forbes

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Olacyr de Moraes, empresário brasileiro que montou grupo de 40 empresas e chegou à lista de bilionários da Forbes

Olacyr de Moraes (Foto: Reprodução / Facebook)

Olacyr de Moraes (Foto: Reprodução / Facebook)

Olacyr de Moraes (Itápolis, São Paulo, 1º de abril de 1931 – São Paulo, 16 de junho de 2015), empresário que ficou famoso como “rei da soja”, nos anos 80, com sua atuação no agronegócio, e que esteve à frente de um patrimônio de US$ 2 bilhões

Olacyr Francisco de Moraes nasceu em Itápolis, no interior de São Paulo, em 1º de abril de 1931. Ele era filho de um pequeno empresário que atuava no transporte de cargas. Aos 19 anos, junto com o pai e o irmão, ele começou a carreira de empresário investindo em caminhões. Em pouco tempo, além de transportar pedras para Prefeitura, ele passou a prestar serviços para a administração municipal atuando na pavimentação das ruas.

Em 1957, ele criou com o irmão a empresa Construção e Transportes Constran Ltda, que atuou na área de engenharia pesada. O sucesso da empresa permitiu ao empresário diversificar seus investimentos: setor bancário, criação e a engorda de gado e, finalmente, no cultivo da soja.

Foi para a capital com oito anos. Entre 1980 e 1990, tornou-se um dos brasileiros mais ricos do mundo. Chegou a ter 50 mil hectares de plantação de grãos, por isso passou a ser chamado de “rei da soja“, com um conglomerado de 40 empresas e um patrimônio avaliado em US$ 1,2 bilhão pela revista Forbes.

Olacyr passou a diversificar os negócios, investiu em cana-de-açúcar, ferrovias e hidrelétricas. Criou também o banco Itamarati e a empreiteira Constran.

Quando estava no auge, ainda nos anos 90, entrou na lista dos 200 homens mais ricos do planeta da revista Forbes, com um patrimônio estimado em US$ 1,2 bilhão.

O motorista do empresário é suspeito de ter matado o ex-senador boliviano Andress Guzman em abril de 2014, em São Paulo. À polícia, o suspeito disse que o ex-senador boliviano tinha negócios com Olacyr e que Guzman teria aproveitado a doença do empresário para extorquir dinheiro dele. Na época, Olacyr não comentou o ocorrido.

Ele ficou conhecido como ‘O Rei da Soja’ após se tornou o maior produtor mundial do grão no mundo. “Durante sua carreira chegou a ter mais de 40 empresas nos setores de construção civil, agrícola e exploração de minérios”, diz o site do empresário. Atualmente, ele era dono de importantes jazidas de minérios raros na Bahia, Piauí e São Paulo.

“Olacyr de Moraes foi um dos maiores empreendedores do Brasil, desbravador e visionário, apostou no potencial agrícola do centro-oeste brasileiro investindo na pesquisa e produção de grãos e algodão em uma época em que poucos acreditavam que o solo dessa região fosse receptivo a essas culturas”, diz o site.

Olacyr de Moraes 84 anos, morreu em 16 de junho de 2015 no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele estava internado havia dois dias, segundo o jornalFolha de S. Paulo, e lutava havia um ano e meio contra um câncer no pâncreas. 

(Fonte: http://epoca.globo.com/tempo/filtro/noticia/2015/06 – O FILTRO – REDAÇÃO ÉPOCA – 16/06/2015)

(Fonte: http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/06 – Do G1 São Paulo – 16/06/2015)

Perfil de Olacyr de Moraes no Facebook tem várias frases atribuídas ao empresário (Foto: Reprodução/Facebook/Olacyr de Moraes)

Perfil de Olacyr de Moraes no Facebook tem várias frases atribuídas ao empresário (Foto: Reprodução/Facebook/Olacyr de Moraes)

 

 

 

A briga pelo espólio de Olacyr de Moraes

 

O espólio de Olacyr de Moraes, morto em junho de 2015, está sendo questionado na Justiça. Conhecido como “rei da soja”, o empresário chegou a ser dono de construtora (a Constran, vendida para UTC), banco e extensas propriedades rurais, e foi considerado um dos homens mais ricos do mundo. Mas, a partir dos anos 1990, após negócios malsucedidos, aliados ao confisco do governo Collor, Olacyr foi acumulando pesadas dívidas e viu seu império se desmanchar.

Credores do empresário entraram este ano com processo na Justiça reivindicando o bloqueio do dinheiro da venda da Ciapar, empresa que administra as fazendas dos Moraes, para o grupo AMaggi, da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, apurou o Estado. A transação, anunciada em janeiro, é avaliada pelo mercado em R$ 1,1 bilhão. As partes não informaram o valor do negócio.

Reunidos na empresa Marne – grupo de empresários italianos que já tinha créditos acumulados desde quando Olacyr ainda estava no dia a dia -, os credores alegam ter hoje cerca de R$ 300 milhões a receber. O processo está em segredo de Justiça. A Ciapar reúne as fazendas de soja, milho e algodão em Mato Grosso, com 105 mil hectares, e estava sendo administrada, desde o início dos anos 2000, por Ana Cláudia, filha de Olacyr.

 

A venda das fazendas, que já estavam arrendadas para o grupo AMaggi desde 2002, é considerada a grande aposta da herdeira para reduzir o endividamento de negócios problemáticos da família – caso da Usina Itamarati, de açúcar e álcool, com débitos de cerca de R$ 2 bilhões, segundo fontes a par do assunto. Apesar da ação movida pelos credores, a expectativa das partes é que o processo de venda não seja afetado.

O escritório Arruda Alvim & Thereza Alvim, que representa os credores, não quis se pronunciar sobre o assunto. Em nota, a AMaggi confirmou a compra de 100% das ações da Ciapar, mas “não comentará aspectos negociais e demais especificidades da transação”. O advogado Sérgio Spinelli, apontado como braço direito da herdeira, também não comenta.

Briga de irmãos. A disputa pelo espólio de Olacyr não envolve apenas credores distantes. De acordo com fontes próximas a Ana Claudia, há ainda desentendimentos entre ela e o irmão mais velho, Marcos Moraes.

 

Na divisão do bens, feita no início dos anos 2000, a herdeira ficou com os ativos rurais, enquanto Marcos preferiu ficar de fora dos negócios do pai. Anos depois, no entanto, ele acabou se tornando um dos credores relevantes do grupo. Bem-sucedido com a venda do Zip.net, serviço de correio eletrônico gratuito pioneiro no Brasil, para a Portugal Telecom (que foi incorporada pela Oi), por US$ 365 milhões, Marcos emprestou dinheiro ao pai em um dos momentos mais críticos do grupo. O valor não foi revelado.

De acordo com pessoas próximas à família, Marcos passou a cobrar a irmã pelo empréstimo e, em 2015, quando o foco da crise dos negócios estava na Usina Itamarati, teria mandado executar a dívida. Ao Estado, Marcos Moraes confirmou o empréstimo – feito a pedido de Olacyr -, mas negou que houve litígio para receber o dinheiro. “Esse assunto está resolvido”, disse, sem dar detalhes. Ana Cláudia não concedeu entrevista.

Com pouca experiência na gestão de empresas, Ana Cláudia contratou consultorias de reestruturação e profissionais de mercado para administrar os negócios do pai. No caso da Usina Itamarati, houve três trocas de comando nos últimos cinco anos. A usina, que chegou a ser considerada a maior do mundo, foi reestruturada pela consultoria Laplace entre 2015 e 2017 e ainda tenta achar um investidor. Nos últimos anos, vários grupos sucroalcooleiros olharam o ativo, mas não fecharam negócio.

 

Trajetória. Apesar dos percalços na sua trajetória empresarial, Olacyr de Moraes é apontado como um dos principais responsáveis pela expansão do agronegócio no Centro-Oeste. “Ele viu oportunidade em Mato Grosso quando ninguém apostava no Estado”, disse Alysson Paulinelli, ex-ministro da Agricultura durante o governo de Ernesto Geisel, e amigo do empresário. “Ele investiu pesado em agricultura, idealizou uma das maiores ferrovias privadas do País (a Ferronorte), mas acabou se endividando”, disse. De acordo com Paulinelli, Olacyr foi muito ativo, e o fato de não ter preparado os filhos para assumir seus negócios pode, em parte, justificar os insucessos de suas empresas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

(Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br – EDIÇÃO Nº 1068 – ECONOMIA / POR Estadão Conteúdo – 04.05.2018)

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