O primeiro jornalista brasileiro a ingressar na China e na URSS

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Josué Guimarães (1921-1986), escritor gaúcho, nascido em São Jerônimo, em 7 de janeiro de 1921 e, aos nove anos, foi com a família para Porto Alegre. No começo dos anos 50, foi vereador pelo PTB e, em 1952, seria o primeiro jornalista brasileiro a ingressar na China e na URSS, como enviado da Última Hora. Depois ainda trabalharia nos jornais Folha da Tarde, A Hora e Diário da Noite (no Rio). Com o golpe de 1964, Josué passou a viver na clandestinidade.
Em 1972, já de volta a Porto Alegre, publicou seu primeiro romance, A Ferro e Fogo – Tempo de Solidão. Dois anos depois, mudou-se para Portugal, como correspondente da Caldas Júnior. Retornou ao Brasil e implantou no Estado a sucursal da Folha de S. Paulo, onde trabalhou como comentarista político até sua morte, em 1986. Deixou uma obra literária em que se destacam títulos como Os Tambores Silenciosos e Dona Anja.
O Acervo Literário de Josué Guimarães, material que reúne o que há de mais significativo da obra do escritor gaúcho foi transferido da PUCRS e foi transferido para a Universidade de Passo Fundo (UPF), cidade com a qual Josué teve profundas ligações por ter sido um dos idealizadores da Jornada Nacional de Literatura.
O Acervo Literário de Josué Guimarães teve seu início no momento em que Nydia Moojen Guimarães, viúva do escritor, anunciou publicamente, em junho de 1995, a vontade de ver os escritos de Josué serem conservados por pesquisadores da PUCRS. O material do acervo inclui 8.759 documentos. Em meados de 1997, com organização da professora Maria Luíza Ritzel Remédios, foi publicado o primeiro livro de ensaios e depoimentos sobre o escritor na coleção Engenho e Arte, Josué Guimarães: O Autor e sua Obra.
Chaimite, humorístico editado por Josué Guimarães durante seu exílio em Lisboa. Um capítulo pouco conhecido na extensa e diversificada obra do escritor gaúcho. O jornal foi criado, dirigido e editado por Josué, o nome do semanário faz referência a uma espécie de tanque de guerra e que, por isso, o jornal já nasceu causando confusão.
Essa confusão possibilitou a Josué escrever na legenda da capa do número 1, em 26 de fevereiro de 1976, que o Chaimite, foi “o único jornal que venceu antes de sair”.
Claramente inspirado pelo Pasquim, o Chaimite recebeu o reconhecimento dos editores do tablóide brasileiro. Ziraldo colaborou enviando desenhos, e Jaguar saudou a chegada do jornal como sendo “um filho brasileiro nascido em Portugal”.
O Chaimite teve 16 edições (quatro meses). Ao contrário de seus contemporâneos brasileiros, não morreu por falta de dinheiro, mas pelo fato de Josué – seu idealizador e dínamo – ter decidido voltar ao Brasil.

(Fonte: Zero Hora – N°15.120 – Ano43 -20 de janeiro de 2007 –CULTURA/ Márcio Pinheiro -Pág; 8)

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