O primeiro ferreiro de que se tem notícia no Brasil

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O primeiro ferreiro de que se tem notícia no Brasil

Temeroso em perder as novas terras para os aventureiros, o rei dom João III tratou de anunciar em 1532 a divisão do Brasil em 15 generosas faixas de terras, as capitanias hereditárias, e distribui-las a nobres portugueses compromissados em explorá-las com recursos próprios – e em nome da Coroa. No entanto, construir aldeias, povoar e plantar exigia ferramentas apropriadas, mas ainda indisponíveis na colônia.
À frente da primeira expedição de colonização das terras brasileiras, o militar português Martim Afonso de Souza desembarcou em São Vicente, no litoral de São Paulo, acompanhado do mestre Bartolomeu Fernandes. Ferreiro contratado por Portugal para um período de dois anos, Bartolomeu Fernandes estava incumbido de prover a colônia com enxadas, cunhas, facões, machados, anzóis e todo o tipo de ferramentas necessárias ao trabalho rural e à montagem dos primeiros engenhos de açúcar. Auxiliado por operários e utilizando quase meia tonelada de carvão vegetal, ele conseguia produzir 100 quilos de ferro em um dia de trabalho – a matéria-prima até então vinha embarcada da Europa.
O período de contrato venceu, mas o ferreiro não conseguiria retornar a Portugal nunca mais. Durante seus últimos anos, Bartolomeu Fernandes era visto com desconfiança pela gente de Santos. Vivia martelando e manejando ferro em brasa no morro do São Bento até a sua morte. Morreu em 1580.

(Fonte: O Ofício do Fogo – Crônica da Metalurgia – Vol. 1 – Sérgio Túlio Caldas – Pág; 64)

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