O primeiro astronauta negro dos Estados Unidos

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A história do primeiro astronauta negro dos EUA, e por que ele nunca pisou na Lua

 

Dwight posa segurando um modelo de um jato T-38, seu avião favorito, no dia 1º de julho de 2019 (Foto: NATHAN BAJAR / NYT)

 

Ed Dwight, hoje com 85 anos, foi das capas de revistas ao completo esquecimento
“Aqui os homens do planeta Terra puseram os pés pela primeira vez na Lua, em julho de 1969. Viemos em paz, representando a humanidade”, lia-se na placa colocada na Lua. Mas e se um negro tivesse pousado na Lua com Neil Armstrong? E se um negro tivesse proferido as palavras “um pequeno passo para o homem”, que tipo de salto para a humanidade teria sido?

Para Charles Bolden, um ex-astronauta que se tornou o primeiro administrador afro-americano da NASA, em 2009, não há dúvidas.

— Ver Ed Dwight atravessando a plataforma, entrando em uma cápsula da Apollo, teria sido espantoso naqueles dias. Teria um impacto incrível.

 

Essa é a história do primeiro astronauta negro dos Estados Unidos, e por que ele nunca pisou na Lua.

 

Um negro no espaço

Em 12 de abril de 1961, o cosmonauta soviético Yuri Gagarin se tornou o primeiro humano no espaço. No mês seguinte, em um discurso em uma sessão conjunta do Congresso, o presidente americano John F. Kennedy anunciou sua intenção de colocar os americanos na Lua, declarando necessário “se quisermos vencer a batalha que está acontecendo agora em todo o mundo entre a liberdade e tirania”.

 

 

Naquela época, o jornalista Edward R. Murrow havia se tornado o diretor da Agência de Informação dos Estados Unidos, encarregado de combater na Guerra Fria pelos “corações e mentes”. Observando o belo Gagarin fazer turnê por Brasil, Japão, Libéria e outros países — e as multidões que gritavam por ele —, Murrow teve uma epifania.

 

 

Em setembro, ele escreveu para o administrador da NASA com o que era essencialmente uma tentativa de diplomacia internacional: “Por que não colocamos o primeiro homem não branco no espaço? Se seus meninos inscrevessem e treinassem um negro qualificado, depois levassem ele em qualquer veículo disponível, poderíamos recontar todo o nosso esforço espacial para todo o mundo não-branco, que é a maior parte dele”.

Com ondas de países emergindo para fora do domínio colonial, os Estados Unidos não poderiam manter a credibilidade com Gana, Índia, Indonésia ou Nigéria, por exemplo, se grande parte da América ainda estivesse segregada.

— O mapa estava dividido entre quem era pró-soviético e quem era pró-EUA, e nossos astronautas seriam embaixadores de boa vontade — disse o historiador Douglas Brinkley, que escreveu “American Moonshot” — Estávamos divulgando suas ações para mostrar às pessoas a grandeza do experimento americano. Você coloca uma pessoa de cor no espaço e isso mostra quão nobre é a nossa democracia.

No verão de 1962, Murrow apresentou sua proposta de lançar um astronauta negro diretamente ao presidente, que a transmitiu em um memorando ao vice-presidente Lyndon B. Johnson, presidente do Conselho Nacional de Aeronáutica e Espaço, com “a esperança de que algo pudesse ser feito”. O assessor de Johnson, George Reedy, mergulhou nos prós e contras. “Não pode haver dúvida do tremendo valor para os Estados Unidos de ter um negro como astronauta em um voo espacial”, escreveu Reedy em um memorando confidencial. “No entanto”, acrescentou, a administração deveria “descartar a ideia de que a NASA poderia apenas encontrar um Negro, agarrá-lo, e fazer dele um candidato a astronauta”.

Fazer isso arriscaria um vasto número de desastres de relações públicas. O homem poderia ser reprovado, dando a impressão de que ele havia sido preparado para o fracasso. Ele poderia morrer — um risco significativo — levando à acusação de que os afro-americanos estavam sendo tratados como dispensáveis. O pior cenário, escreveu Reedy, seria se o público percebesse uma “seleção artificial”, o que prejudicaria todo o esforço.

E houve um grande problema. Como Reedy resumiu a posição da NASA, nenhum candidato afro-americano havia chegado perto de passar pelo processo de seleção da agência. A ordem executiva de Kennedy em 1961, encorajando o governo a tomar “ação afirmativa” para promover oportunidades de emprego iguais, era recente demais para afetar o grupo de pilotos negros disponíveis. Uma solução estava, explicou Reedy, “para além do escopo das atividades da NASA, e é basicamente um problema para toda a nação”.

 

 

Mesmo assim, a Marinha e a Força Aérea foram orientadas pela Casa Branca a vasculhar suas fileiras em busca de candidatos. O secretário da Força Aérea, Eugene M. Zuckert, já estava acostumado a receber ligações às 19h pedindo “uma lista de oficiais negros pelo nome, acima do posto de segundo-tenente”, para ser entregue às 6h30 da manhã seguinte. Foi o que ele disse em um relato oral em 1969. A Força Aérea voltou com uma resposta surpreendente: um jovem piloto negro estava pronto para começar a treinar na Edwards.

Em Ed Dwight, a Casa Branca havia encontrado mais do que Murrow poderia esperar: um panfleto carismático com um diploma em aeronáutica da Universidade do Estado do Arizona, com o tempo de voo exigido e as classificações de desempenho.

 

 

Uma colagem de fotos pessoais do tempo de Dwight na Força Aérea (Foto: acervo pessoal)

 

 

De coroinha a piloto

 

 

 

Quando criança, Dwight aprendeu latim e serviu como coroinha em sua paróquia católica local. Ele trabalhou em uma empresa de papel e entregou comida do restaurante de seus pais, no Kansas. Às vezes ele ganhava dinheiro limpando aviões particulares no aeroporto próximo, depois que seus donos brancos retornavam de caçadas em Wyoming.

 

 

— Desde que eu era um garotinho, ia ao aeroporto todos os dias — lembra Dwight — Comecei a estudar todos os aviões e desenhava todos os aviões. Essa era minha fantasia particular.

 

 

Dwight se alistou na Força Aérea em 1953. Ele subiu na hierarquia, de cadete em segundo e depois primeiro tenente. Quando os instrutores estavam ausentes, ele dirigia aulas de treinamento de instrumentos. Administrou exames para seus colegas pilotos e voou extensivamente em suas horas de folga. Completou cursos de correspondência em engenharia eletrônica e cálculo. Em uma avaliação, um tenente-coronel escreveu que a “agressividade de Dwight, aliada à sua capacidade ilimitada, o coloca em categoria excelente para um jovem oficial”. Outro superior escreveu: “Eu não hesitaria em nomear o tenente Dwight para me representar ou para representar as Força Aérea como profissional de relações públicas”. Além de tudo isso, ele parecia uma estrela de cinema.

Chegando ao programa de treinamento de astronautas em Edwards, Dwight sentiu como se tivesse sido pessoalmente ungido. O presidente Kennedy até ligou para seus pais para parabenizá-los, disse Dwight. Eram tempos inebriantes. Durante muitas semanas, Dwight deixaria sua esposa e dois filhos na quinta à noite e partiria de Edwards para outra etapa de uma turnê nacional de palestras, fazendo comentários em Lions Clubes e em escolas primárias, onde incentivava as crianças negras a estudar o que hoje chamamos Assuntos STEM (sigla em inglês para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). A mensagem foi clara: sou a prova da promessa de direitos civis. Se um negro pode treinar para ser um astronauta, podemos fazer qualquer coisa.

 

“Astronauta negro mira a Lua”, o New York Times proclamou. “Nativo do Kansas na linha como primeiro astronauta negro”, anunciou o Indianapolis Recorder. A Agência de Informações dos Estados Unidos enviou fotos de Dwight aos jornais: Dwight correndo para seu avião, explicando um programa de computador, contemplando modelos de nave espacial com Yeager. Dwight foi destaque em capas de revistas, aceitou prêmios nacionais da Liga Urbana e foi fotografado com Charlton Heston. Pela medida de Dwight, ele estava recebendo 1.500 cartas de fãs por dia. “Eu tinha uma secretária particular”, disse Dwight à revista Ebony em 1984, “enviava 5.000 fotos de imprensa por mês e fiz 176 discursos no primeiro ano”. Não importava que Dwight ainda estivesse a um certificado de distância de sequer se candidatar à NASA; ele era uma celebridade.

 

Ed Dwight com sua família, da esquerda para a direita: seu filho, Edward J. Dwight III, então com 5 anos, a esposa Sue Lillian, Dwight e sua filha, Tina Sheree, então com 7 anos; foto de março de 1963 Foto: George Brich / Valley Times, via Biblioteca Pública de Los Angeles

 

 

 

O racismo no dia a dia dos treinos

 

 

A crescente fama de Dwight não importava para Yeager, no entanto. Um coronel naquele ano, Yeager tinha sido uma lenda nas forças armadas desde a Segunda Guerra Mundial. Ele se juntou ao Corpo Aéreo do Exército em 1941, aos 18 anos, e começou como mecânico de vôo. No final da guerra, em que ele uma vez derrubou cinco aviões inimigos em um único dia, ele era um capitão aos 22 anos, com uma bateria de medalhas no peito, um herói.

 

 

Yeager foi para o deserto da Califórnia em 1947, quando a base, então chamada de Muroc, era pouco mais do que um leito de lago seco e um punhado de barracas improvisadas. Lá, no mesmo ano, entre os lendários pilotos dos primeiros testes, ele quebrou a barreira do som e se tornou o “homem mais veloz vivo”. Em 1962, ano em que se tornou o comandante da escola, Yeager era um aviador militar por excelência, era tão fundamental em Edwards quanto a pista de pouso.

 

 

Desde o primeiro dia, Dwight disse, Yeager queria que ele fosse embora. O coronel teve pouca paciência para a entrada da Casa Branca em assuntos militares, como explicou em sua autobiografia de 1985, “Yeager”. Dwight disse que imediatamente sentiu que não era bem-vindo, que não era do grupo.

 

— Ele disse aos caras no primeiro dia: “Podemos tirá-lo daqui em seis meses. Nós podemos quebrá-lo” — Dwight conta ter ouvido a história de um colega.

 

 

 

Depois de um fim de semana de eventos de imprensa, Dwight voaria de volta para a base, onde seus colegas de classe haviam passado os últimos dois dias com as caras enfiadas nos livros para se preparar para a semana seguinte. Além de discursos, ele enfrentou o trabalho muito típico de um soldado negro de sua geração. Quando viajava para treinamentos, os garçons se recusaram a servi-lo. Carros partiam sem ele, e as reservas de quartos de hotel misteriosamente tinham desaparecido. A combinação de aparições públicas e indignidades privadas pesava sobre Dwight.

 

 

— A desvantagem que tive foi que todos os outros caras neste programa não tiveram essa distração — disse Dwight — Eu tinha que levantar no dia seguinte, fazer um exame, e ter um desempenho igual aos outros caras que não tiveram que ir fazer 10 discursos naquele fim de semana.

 

 

A única coisa que esperava por Dwight toda segunda-feira era Yeager.

 

 

 

— Todo início de semana, pontualmente — recordou Dwight — ele me chamava em seu escritório e dizia: “Você está pronto para desistir? Isso é demais para você e você vai se matar, garoto”. Ele me chamava de garoto e eu era um oficial da Força Aérea.

 

 

Yeager nega o relato de Dwight sobre seu tratamento: ele afirma que não dizia a ninguém que tiraria Dwight do programa, que não tinha reuniões semanais com ele e que não o chamava de “menino”. Mas admite que questionou sua habilidade. “Não é ótimo que Ed Dwight tenha encontrado sua verdadeira vocação e se tornado um escultor talentoso?”, escreveu Yeager em um e-mail.

 

 

 

Dwight, no entanto, achava que o tratamento recebido era tão injusto que mais tarde ele fez acusações de parcialidade aos superiores. Yeager ficou irritado. Em sua autobiografia, ele escreveu: “O conselheiro da Força Aérea, seu principal advogado, voou para Edwards do Pentágono para assumir pessoalmente o caso. Cara, eu estava quente. Eu disse ao advogado: ‘Você tem um caso de discriminação aqui. A Casa Branca discriminou, obrigando-nos a aceitar um sujeito não qualificado. E nós o estaríamos discriminado ao fazê-lo passar só porque ele era negro’ ”.

 

 

 

Em meio ao estresse de suas obrigações de falar em público e de seu treinamento, Dwight também estava tendo problemas em seu casamento. Por insistência da Força Aérea, ele havia negociado um acordo com sua esposa, Sue Lillian, de quem ele estava afastado a essa altura. Ela se juntou a ele com seus dois filhos em Edwards, mas o relacionamento deles ficou ainda mais tenso, particularmente sob o escrutínio da mídia.

A vida na base era uma experiência alienante, e a habitual camaradagem de pilotos e esposas no clube dos oficiais ou nas churrasqueiras do quintal não era uma saída real para os Dwights. Ele encontrou consolo em ligações quase diárias com sua mãe.

— Ela levava muito tempo me dizendo como eu era incrível, como poderia fazer qualquer coisa no universo e que eu era amado — lembrou Dwight, citando o sonho de estar na capa da revista “Life”: — E as pessoas estavam se batendo para pegar uma revista quando a edição saiu. Os donos das bancas não colocaram revistas da Life o suficiente na prateleira para abastecer todas essas pessoas.

 

 

Yeager finalmente deu a ele o certificado. Apesar das preocupações iniciais sobre a capacidade de voar de Dwight, e a questão de saber se os astronautas precisavam ser pilotos, o piloto de 30 anos agora era elegível para o espaço. Como o comandante escreveu, “Dwight segurou e se espremeu ao longo do curso. Ele conseguiu seu diploma qualificando-o para ser o primeiro astronauta negro da nação”.

 

 

Agora a bola estava com a NASA.

 

 

Ed Dwight em visita à sede da Força Aérea, com um modelo do foguete Titan III e um do veículo espacial Boeing X-20 Dyna-Soar; foto tirada em novembro de 1963 Foto: Bettmann / Getty Images

 

 

 

A morte de Kennedy

 

 

 

Em outubro de 1963, a agência realizou uma coletiva de imprensa em Houston para anunciar os astronautas selecionados para a próxima turma. Os 14 homens escolhidos, incluindo Buzz Aldrin, que viria a andar na Lua, enfileirados no palco, todos de terno e gravata em fino corte. Dwight não estava lá. Ele havia sido um dos pilotos recomendados pela Força Aérea, mas, dos 271 inscritos, ele não estava entre os escolhidos.

Um repórter perguntou a Deke Slayton, diretor do setor de astronautas da Nasa: “Haveria um rapaz negro de 30 anos que vocês teriam levado em consideração?”. Slayton se inclinou para o microfone e respondeu categoricamente: “Não, não havia”. E com isso, eles saíram do palco para posar para fotos publicitárias.

 

 

Apesar dessa decepção, Dwight estava confiante de que alguém ainda estava cuidando de sua carreira e esperou pela próxima seleção, marcada para 1965.

— Washington conseguiu resolver todos os problemas que estavam surgindo — disse ele. — Até 22 de novembro de 1963.

 

 

Naquele dia, Dwight e seus colegas estavam em uma fábrica da Boeing perto de Seattle para uma simulação de missão. Dwight estava esperando sua vez no simulador, prestes a colocar seu traje espacial, quando chegou a notícia de que o exercício de treinamento foi cancelado. O presidente Kennedy fora baleado.

 

 

— Senti coração cair como se fosse tocar meus tornozelos — lembrou Dwight.

 

 

Os pilotos entraram na sala de jantar executiva para discutir as novidades. Dwight, que quando jovem se inspirara nos “Profiles in Courage” de Kennedy, comeu em silêncio sozinho. Ele podia sentir seu sonho se esvaindo. Tentou revigorar os antigos contatos de Washington.

— Eu estava preso na terra de ninguém. A equipe e todo o sistema de apoio que eu tinha pareciam ter me deixado.

Dentro de algumas semanas, a carreira de Dwight em Edwards terminou. Em janeiro de 1964, ele estava estacionado em Wright-Patterson, em Ohio.

 

 

— É esse sentimento sem esperança — disse Charles Bolden, que treinou como piloto no final dos anos 60, antes de se tornar um general e o primeiro afro-americano a liderar a NASA — Você sabe qual é o processo e sabe qual é a cadeia de hierarquia e comando, e não vê nenhuma saída.

 

 

Como Dwight, Bolden também navegou na política de Washington, indo direto ao escritório do presidente Johnson quando sua carreira estava bloqueada por congressistas do sul.

 

 

— Tudo seguiu o mesmo padrão que todos nós temos visto e que estiveram entre os primeiros a entrar em qualquer um desses programas.

 

 

 

O racismo exposto na mídia

 

 

No ano seguinte, a revista Ebony publicou um artigo que analisou o caso do astronauta negro esquecido. A peça foi seguida por artigos no The New York Times e em outros lugares, e a mídia noticiou que Dwight estava na estação aérea naval de China Lake, a cerca de uma hora de carro ao norte de Edwards.

 

 

O piloto, em sua roupa de voo, foi conduzido ao microfone. Ele ficou sozinho, piscando para um grupo de repórteres. Uma fileira de oficiais brancos, vestidos com uniformes cáqui, e aviadores, observava da parte de trás.

 

— Por que você não é um astronauta agora? — Perguntou um dos jornalistas.

 

 

— Bem, eu não poderia começar a lhe dizer — respondeu Dwight — Não tenho comentários para essa pergunta. Mas além disso, eu não farei nenhuma declaração aberta neste momento descrevendo quaisquer pressões raciais explícitas em qualquer momento durante meu treinamento em Edwards.

 

 

— Você acha que o que aconteceu com você é um revés para as oportunidades de direitos civis neste país? — Perguntou outro repórter.

 

Dwight examinou as câmeras e a fileira de oficiais atrás deles e respondeu:

 

 

 

— Eu preferiria não comentar sobre isso. — E deixou o local.

 

 

A Nasa nunca deu uma explicação completa do motivo pelo qual Dwight não foi chamado. A agência não divulgou, nem na época nem recentemente, os critérios exatos para as seleções finais dos astronautas.

 

 

Em 1966, Dwight se aposentou da Força Aérea, após 13 anos. No ano seguinte, Robert Lawrence, o segundo negro a ser um astronauta, morreu quando seu Starfighter caiu em Edwards. Quando Neil Armstrong pisou na Lua, Dwight estava morando em Denver, trabalhando na IBM. Ao contrário de qualquer outra pessoa nos Estados Unidos na época, ele diz que não se lembra onde estava quando a Águia aterrissou.

(Fonte: https://oglobo.globo.com/sociedade – SOCIEDADE / A história do primeiro astronauta negro dos EUA / Por Emily Ludolph (The New York Times) – 19/07/2019)
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