Norodom Sihanouk, ex-rei do Camboja, foi líder da resistência ao longo da invasão por parte das tropas vietnamitas

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Norodom Sihanouk (Phnom Penh, 31 de outubro de 1922 – Pequim, 15 de outubro de 2012), ex-rei do Camboja.

Sihanouk, que foi coroado rei em duas ocasiões, desempenhou a chefia do Governo durante 15 anos e também foi líder da resistência ao longo da invasão do Camboja por parte das tropas vietnamitas.

Sihanouk é considerado por muitos cambojanos a máxima autoridade moral do país.

Ele contribuiu para a independência, se aliou e rompeu com Khmer Vermelho

O ex-rei do Camboja, Norodom Sihanouk que abdicou há oito anos em favor do filho, Norodom Sihamoni, reinou entre 1941 e 1955 e entre 1993 e 2004.

O ex-monarca subiu ao trono do Camboja em 1941, quando o país era uma colônia francesa, e 12 anos mais tarde contribuiu para a independência, abdicando pouco depois em favor de seu pai para iniciar uma carreira política. Após ocupar em várias ocasiões o cargo de primeiro-ministro, voltou a ser rei após a morte do pai em 1960 e, em plena Guerra do Vietnã, foi deposto em 1970 em um golpe de estado comandado pelo general Lon Nol, apoiado pelos Estados Unidos.

Sihanouk se aliou com as guerrilhas das quais surgiria o Khmer Vermelho, que durante um tempo o utilizou como líder visível e depois o pôs sob detenção em seu palácio, até que Sihanouk se exilou na China em meados dos anos 1970. Mais tarde, ele criticou Pol Pot, líder do Khmer Vermelho, devido ao genocídio de pelo menos 1,7 milhão de pessoas nos campos de extermínio e por causa das crises de fome. Com a queda do regime comunista, Norodom Sihanouk contribuiu para o processo de paz e assumiu de novo o trono em 1993.

Dezenas de milhares de cambojanos receberam no dia 17 de outubro de 2012 nas ruas de Phnom Penh o caixão com os restos mortais do ex-rei do Camboja, Norodom Sihanouk, falecido dia 15 de outubro de 2012 em Pequim aos 89 anos.

O atual soberano e filho mais novo de Sihanouk, Norodom Sihamoni, e o primeiro-ministro do país, Hun Sen, acompanharam o féretro durante sua viagem desde a capital chinesa.

As imagens divulgadas pela televisão estatal mostraram o caixão sendo levado em um ônibus enfeitado que era escoltado por um comboio integrado por vários veículos.

Cambojanos de todas as gerações aguardaram a chegada do caixão ao aeroporto de Pochentong e nas ruas pelas quais foi transportado até o Palácio Real, situado às margens do rio Tonle Sap.

O corpo de Sihanouk será exposto ao longo de três meses no Palácio Real.

Os restos mortais de Sihanouk, que durante a última década de sua vida lutou contra um câncer de próstata, diabetes e doenças cardiovasculares, serão incinerados em janeiro de 2013 no transcurso de um funeral de Estado e seguindo o rito budista, indicou o Governo cambojano em comunicado.

O governo declarou uma semana de luto oficial e ordenou às emissoras de televisão e rádio que não transmitam programas que possam arranhar a imagem de Sihanouk.

(Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias – MUNDO – ÁSIA – 17 de outubro de 2012)
EFE – Agência EFE – Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.
(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional – Internacional – Ásia – 15/10/2012)
(Com agências France-Presse e EFE)

Relembre os fatos que antecederam o genocídio no Camboja

Queda da monarquia

O movimento comunista no Camboja surgiu em meio à luta do país contra a colonização francesa nos anos 1940, influenciado pelos vietnamitas e impulsionado pela primeira Guerra da Indochina nos anos 1950. Em março de 1970, o marechal Lon Nol, um político cambojano que já tinha sido primeiro-ministro, conseguiu depor o príncipe Norodom Sihanouk através de um golpe de estado e derrubar a monarquia, com ajuda de seus parceiros pró-americanos. Paralelamente, o Khmer Vermelho – como era conhecido o Partido Comunista de Kampuchea – ganhou força e começou a crescer.

 

Ascensão do comunismo

Nos anos 1970, o Khmer Vermelho se posicionou como um dos principais atores militares do país, especialmente ao enfrentar as forças de Lon Nol em 1973 sob a liderança de Pol Pot, líder do partido. Nesse ano, o Exército do regime, com o apoio dos Estados Unidos, bombardeou o Camboja com 500.000 toneladas de bombas, que mataram cerca de 300.000 pessoas. Com isso, muitos dos familiares das vítimas se juntaram à revolução do Khmer Vermelho, até que o partido conquistou o apoio de aproximadamente 85% do território cambojano. Mesmo assim, as forças de Lon Nol ainda conseguiram lutar contra os comunistas por dois anos, graças à ajuda americana. Em 17 de abril de 1975, o Khmer Vermelho entrou finalmente na capital Phnom Penh e libertou o país das intervenções externas, dos bombardeios e da guerra civil.

 

Evacuação para os campos

Em 1976, foi estabelecido o Estado Democrático Kampuchea, governado pelo Khmer Vermelho até janeiro de 1979. Logo que tomaram o poder, seus dirigentes forçaram milhões de pessoas de Phnom Penh e outras cidades a irem trabalhar no campo – milhares morreram durante a evacuação. A desculpa que davam à população era a iminência de um longo bombardeio americano – o que não parecia um absurdo. De 1965 a 1973, mais bombas caíram no Camboja do que no Japão durante a II Guerra Mundial, incluindo as duas bombas nucleares de agosto de 1945. Na realidade, o objetivo era construir no Camboja uma utópica sociedade agrária, baseada nos ideais maoístas, sem diferenças de classes.

 

Exploração e massacre

Os líderes do Khmer Vermelho defendiam a eliminação dos intelectuais e a reeducação dos adultos por meio do trabalho manual. O dinheiro foi extinto, assim como a propriedade privada, as escolas, os centros religiosos, as lojas e os prédios administrativos. Os direitos humanos mais básicos foram desrespeitados. A população cambojana foi perseguida, privada de alimento e executada. O simples fato de alguém usar óculos poderia valer uma sentença de extermínio. Aos poucos, o Khmer Vermelho foi transformando o país em um grande centro de detenção, que depois se transformou em um verdadeiro cemitério. Como o Camboja fechou as portas para o resto do mundo, só mais tarde a verdade cruel veio à tona. Num país de somente 7 milhões de habitantes, cerca de 2 milhões foram assassinados por seus próprios líderes, e seus corpos, empilhados em covas coletivas dos campos de matança. Muitos dos soldados do regime eram crianças.

Justiça

O principal mentor de tamanha aberração ideológica e mortífera nunca chegou a enfrentar a história. Pol Pot morreu em 1998, quando se encontrava foragido no coração da selva cambojana. Somente em 2009 os horrores daquela época começaram a ser julgados. Em julho de 2010, um dos chefes torturadores do antigo regime foi condenado a 35 anos de prisão pelo tribunal internacional – depois sua pena foi reduzida para 19 anos. Kaing Guek Eav, mais conhecido como Duch, que dirigiu um grande centro de detenção e torturas, foi o primeiro entre cinco réus da corte – o único que admitiu culpa e pediu perdão pelas nas atrocidades cometidas durante o Khmer Vermelho. Recentemente, começaram a ser julgados Khieu Samphan, ex-presidente da República Democrática de Kampuchea; Nuon Chea, número dois e ideólogo do regime; e Ieng Sary, ex-ministro de Exteriores. Ieng Thirith, mulher deste último e antiga encarregada de Assuntos Sociais de Pol Pot, não foi julgada até agora por ser considerada demente.

(Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional- MUNDO – Com agências France-Presse e EFE – Internacional – Ásia – 14/03/2013)

(Com agências France-Presse e EFE)

 

 

Rebeldes ocupam Phnom Penh

Em uma rápida investida, as tropas comunistas do príncipe Norodom Sihanouk dominaram por completo a capital do Camboja, Phnom Penh. A rendição oficial do governo foi anunciada logo após o último ataque do Khmer Vermelho.

(Fonte: Zero Hora – ANO 51 – N° 18.083 – HÁ 40 ANOS EM ZH – 17 de abril de 1975/2015 – Pág: 52)

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