Naum Gabo, escultor russo que foi pioneiro do movimento construtivista na arte, junto com Mies van der Rohe, Wassily Kandinsky, Paul Klee e Walter Gropius, ele deu uma distinção excepcional à vida cultural da República de Weimar

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Naum Gabo, escultor

Naum Gabo neste estúdio em ‘Faerystone’ Carbis Bay, Cornwall cerca de 1945. (Crédito da fotografia: cortesia TATE IMAGES/ REPRODUÇÃO/ DIREITOSA RESERVADOS)

 

Naum Gabo, nascido Naum Neemia Pevsner (Briansk, na Rússia, 5 de agosto de 1890 – Waterbury, Connecticut, 23 de agosto de 1977), escultor russo que foi pioneiro do movimento construtivista na arte.

Gabo nasceu em Briansk, na Rússia, em 5 de agosto de 1890, e era cidadão americano desde 1952. Como estudante, na Rússia e depois na Alemanha, obteve uma sólida formação em filosofia política, ciência e engenharia.

Durante seus anos (1910-14) na Universidade de Munique, Alemanha, estudou medicina antes de se voltar para a história da arte, que estudou com um dos grandes mestres do assunto, Heinrich Wtilfflin (1864-1945). Após a eclosão da Primeira Guerra Mundial, Naum Gabo e seu irmão e colega escultor Antoine Pevsner viveram na Noruega como refugiados da guerra. (A primeira exposição de Gabo foi em Oslo em 1916). Sua atitude em relação à arte, tanto naquela época quanto posteriormente, era mais próxima da do físico ou do engenheiro do que da do estudante de arte tradicional.

Relacionamento do Espaço

“Na época em que nasci e cresci”, disse ele mais tarde, “a base da vida era um novo princípio em tudo — na matemática, na física, na química e, principalmente, na bioquímica e na biofísica. Uma ideia muito, muito forte, e que ainda está comigo, era que não existe matéria morta ou matéria viva, e que não existe química orgânica ou química inorgânica. A coisa toda é uma biosfera. Está vivo. Tudo está vivo.”

Foi de acordo com essas crenças, e após um longo período de luta solitária na Noruega, que Gabo chegou a uma nova solução para a relação do espaço com a massa escultórica. Onde os escultores anteriores pensavam na escultura em termos de massa situada no espaço, Gabo pensava no espaço como “um material por si só, uma parte estrutural do objeto – tanto que tem a faculdade de transmitir volume, como qualquer outro objeto de material rígido.”

Fundada em Berlim

Após a eclosão da Revolução Russa em 1917, parecia possível que o novo regime fosse aberto às mais novas ideias em arte. Gabo e seu irmão Antoine retornaram à Rússia e, em 1920, assinaram o “Manifesto Realista”, no qual a estética construtivista foi apresentada pela primeira vez. Naum Gabo foi de fato o único autor desta famosa publicação.

Em 1922, ficou claro que a arte de vanguarda e o regime soviético não foram feitos um para o outro. Naum Gabo mudou-se para Berlim, onde logo se fez sentir como um artista ou de grande estatura.

Junto com Mies van der Rohe, Wassily Kandinsky, Paul Klee e Walter Gropius, ele deu uma distinção excepcional à vida cultural da República de Weimar. Ele levou a estética construtivista a lugares onde ninguém esperaria encontrá-la: os Ballets Russes de Serge Diaghilev, por exemplo, que o contrataram em 1926 para projetar um balé chamado “La Chatte”.

Principal no Círculo

A arte de Gabo sempre teve uma pureza e transparência de intenção que a elevou acima de todas as questões de nacionalidade ou lealdade local. Foi tão bem-vindo em Paris, para onde Gabo se mudou em 1932, quanto na Inglaterra, onde se estabeleceu em meados dos anos 1930. Não teve grande público, mas aqueles que o entenderam se dedicaram totalmente tanto à obra quanto ao propósito interativo.

A presença de Gabo na Inglaterra deu um prazer especial a Ben Nicholson e Barbara Hepworth, que na época lutavam em um clima de quase total indiferença por objetivos artísticos que tinham algo em comum com os de Gabo. Em 1937 Gabo juntou-se a Ben Nicholson, JL Martin e ao poeta e crítico Herbert leu na edição de uma publicação chamada Cirtte, que é um clássico de seu tempo.

Chegando a este país em 1946, Gabo recebeu uma exposição retrospectiva em 1948 no Museu de Arte Moderna. O construtivismo nessa época era reconhecido como um dos movimentos artísticos mais influentes deste século, e o papel primordial de Gabo em sua formulação foi ainda confirmado em 1964 pela publicação I of, uma tradução para o inglês de um livro de memórias do irmão mais novo de Gabo, Alexei, um cientista que havia permanecido na URSS e havia muitos anos sem contato com Gabo.

Cavaleiro Honorário

Gabo se estabeleceu em Middlebury, Connecticut, mas manteve contato próximo com seus amigos e admiradores ingleses. No inverno passado, uma grande exposição de seu trabalho foi realizada na Tate Gallery, em Londres. Gabo posteriormente presenteou a Tate Gallery com um número substancial de suas esculturas, modelos para esculturas e desenhos.

Foi uma questão de orgulho particular para ele que em 1971 tenha recebido o título de cavaleiro honorário da rainha Elizabeth II em reconhecimento não apenas pelo trabalho de sua vida, mas por sua estreita associação com a Grã-Bretanha. Sua última grande obra foi uma fonte para o St. Thomas’s Hospital, em Londres, inaugurada em outubro de 76.

Ele também foi membro da Academia Nacional-Instituto de Artes e Letras em Nova York e da Academia Real Sueca em Estocolmo. “Of Divers Arts”, um conjunto de palestras publicado em 1962, resumiu suas ideias e inspirações.

Naum Gabo faleceu em 23 de agosto de 1977 de câncer no Waterbury (Connecticut) Hospital. Ele tinha 87 anos.

Ele deixa a viúva, a ex-Miriam Israels, com quem se casou em 1936, e uma filha, Nina, que mora em Londres.

(Crédito: https://www.nytimes.com/1977/08/24/archives – The New York Times/ ARQUIVOS/ Arquivos do New York Times/ Por John Russel – 24 de agosto de 1977)

Sobre o Arquivo
Esta é uma versão digitalizada de um artigo do arquivo impresso do The Times, antes do início da publicação online em 1996. Para preservar esses artigos como eles apareceram originalmente, o Times não os altera, edita ou atualiza.
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