Muhammad Ali, foi tricampeão mundial e campeão olímpico de boxe, considerado um dos maiores atletas de todos os tempos

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Considerado um dos maiores atletas de todos os tempos, Muhammad Ali, foi tricampeão mundial e campeão olímpico de boxe

Muhammad Ali, ex-campeão dos pesos pesados (Foto: Photo by Central Press / Getty Images)

Muhammad Ali, ex-campeão dos pesos pesados em luta com Sonny Liston, na Flórida, em 1964 (Foto: Photo by Central Press / Getty Images)

Muhammad Ali (Louisville, no Kentucky, 17 de janeiro de 1942 – Phoenix, 4 de junho de 2016), ex-pugilista americano, um dos principais nomes da história do esporte.

Muhammad Ali foi campeão mundial entre os pesados de 1964 a 1967, 1974 a 1978, e 1978 a 1979. Em 61 lutas profissionais, o americano venceu 56 (37 nocautes) e perdeu apenas cinco (quatro decisões e um abandono). 

Ele acendeu a pira olímpica nos Jogos de 1996 em Atlanta e carregou a bandeira olímpica na cerimônia de abertura dos jogos de Londres de 2012.

Único. Entre uma coleção de adjetivos para elogiar ou criticar Muhammad Alieste resume bem sua trajetória. A lenda do boxe Muhammad Ali, ex-campeão dos pesos pesados, foi o pugilista que “dançou” para escapar dos rivais, e o negro preso por não querer ir à guerra em nome dos brancos que oprimiam seu povo. O provocador das frases de efeito, e o muçulmano que não respondia a seu nome de batismo, Cassius Clay, por considerá-lo “nome de escravo”. O único tricampeão do mundo de seu esporte, e o batalhador contra a Doença de Parkinson, que o seguiu por mais de 30 anos e debilitou sua saúde até que complicações por problemas respiratórios o fizeram sucumbir.

Ali não mudou apenas o boxe com seu estilo pouco usual para um peso-pesado. Sem ele, os Estados Unidos, e, quiçá, o mundo, seriam diferentes.

Assim como provou que velocidade, movimentação e inteligência estratégica podiam vencer a força bruta dentro das cordas, mostrou que a subserviência a uma sociedade desigual e discriminatória não era a única opção. Colocou-se, assim, ao lado de heróis como Malcolm X e Martin Luther King, duas das referências políticas dos negros em seu país.
Em Nova York, com o líder muçulmano Malcon X, em 1964 Foto: Ver Descrição/Ver Descrição)

Em Nova York, com o líder muçulmano Malcon X, em 1964
(Foto: Ver Descrição/Ver Descrição)

Será difícil encontrar outro personagem com a mistura explosiva de lucidez e arrogância, talento e determinação, força e caráter. O próprio Ali sabia.

— Eu sou o rei do mundo! — gritou, aos 22 anos, quando bateu Sonny Liston para conquistar o título mundial pela primeira vez, em 1964.

De alguma forma, sua incontida falta de modéstia tinha razão de ser. Muhammad Ali deixa o trono do mundo sem sucessor.

História 

Nascido no dia 17 de janeiro de 1942, em Louisville, no Kentucky, Cassius Clay, seu nome de batismo, começou no boxe aos 12 anos. Apenas seis anos depois, já disputava uma Olimpíada, em Roma (ITA), quando conquistou a medalha de ouro entre os meio-pesados. 

Logo após a láurea, Clay tornou-se profissional e, pouco depois, em 1963, inspirado pela causa muçulmana, converteu-se à religião e passou a lutar contra o racismo nos Estados Unidos. 

A mudança em seu nome, porém, aconteceu apenas em 1964, após conquistar o título mundial dos pesados sobre Sonny Liston. Depois disso, apresentou ao mundo sua nova alcunha: Muhammad Ali. 

Em luta com Sonny Liston, na Florida, em 1964 (Foto: Ralph Morse/LIFE Images,Time Inc.,Google)

Em luta com Sonny Liston, na Florida, em 1964
(Foto: Ralph Morse/LIFE Images,Time Inc.,Google)



Além disso, começou a tornar-se conhecido por seu modo de se expressar, com frases de efeito e, muitas vezes, tidas como engraçada, como, “Voe como uma borboleta, pique como uma abelha”, e sua emblemática frase após conquistar o cinturão: “Eu sou o melhor! Eu sou o rei do mundo!”. 

Por muito tempo, Ali foi, de fato, o “Rei do Mundo”. Campeão aos 22 anos, o boxeador defendeu seu título em seis duelos, até negar uma convocação do exército americano para servir na Guerra do Vietnã, em 1967. 

Com isso, foi sentenciado a cinco anos de prisão e teve seu cinturão retirado. Liberado após uma apelação, Ali ficou impedido de lutar, até um novo recurso devolver seus direitos em 1971. 

Porém, o “Rei” ainda teria de remar muito para reconquistar seus súditos. Após voltar aos ringues, caiu diante de Joe Frazier, campeão mundial, por decisão em uma luta de 15 rounds. Em 1974, anos depois da “Luta do Século”, quando Frazier já havia perdido o título, Ali deu o troco. 

Isso o credenciou para encarar o então detentor do cinturão: George Foreman. No mesmo ano, no Zaire (hoje República Democrática do Congo), os dois se enfrentaram no duelo conhecido como “Rumble in the jungle”. O Rei havia voltado e, com ele, o título mundial. 

Em luta com George Foreman, no Congo, em 1974 (Foto: Ver Descrição/Ver Descrição)

Em luta com George Foreman, no Congo, em 1974
(Foto: Ver Descrição/Ver Descrição)



Muhammad Ali permaneceu com o cinturão até 1978, quando foi derrotado pelo jovem Leon Spinks. Um ano depois, aos 37, se aposentou, retornando em 1980 para lutar pelo título de Larry Holmes e, posteriormente, enfrentando Trevor Berbick em 1981. Em ambos os duelos, o Rei caiu. 

Um ano depois, Ali foi diagnosticado com Mal de Parkinson e, ali, começava a mais dura luta da vida do ex-pugilista. 

Engajado em causas sociais, Muhammad passou a viajar pelo mundo, mas suas aparições públicas eram cada vez menores. Em um de seus mais memoráveis momentos, foi responsável pelo acendimento da pira olímpica dos Jogos de Atlanta (EUA), em 1996. 

Nos últimos anos, Muhammad Ali ficou cada vez mais longe dos noticiários, mas, ainda assim, permanecia vivo na memória dos amantes do boxe e do esporte. Hoje, os mesmos fãs dão adeus a uma lenda e, porque não, ao “Rei do Mundo”.

Os principais pontos da trajetória do lutador

CAMPEÃO OLÍMPICO

Jovem, Ali solidifica uma vitoriosa carreira amadora, que culmina no título olímpico conquistado em 1960, nos Jogos de Roma.

“EU CHACOALHEI O MUNDO!”

Ainda com o nome de batismo de Cassius Clay, bate Sonny Liston e conquista o cinturão dos pesados. No ringue, eufórico, berra aos microfones que “chacoalhou o mundo” e que é “o maior”.

ISLAMISMO E TROCA DE NOME

Logo após a conquista, anuncia que se juntou à Nação do Islã. É rebatizado com o nome Muhammad Ali, mas jornalistas e adversários seguem lhe chamando de Cassius Clay, o que o enfurece.

CONVOCAÇÃO RECUSADA E PRISÃO

Em 1967, é chamado a lutar na Guerra do Vietnã. Vai preso, condenado em primeira instância a pena de cinco anos. Fica em liberdade enquanto o recurso vai até a Suprema Corte, mas as comissões de boxedos EUA lhe negam permissão para lutar. Fica quatro anos longe dos ringues, até que a decisão em última instância o absolve. Durante o período fora do boxe, solidifica a imagem de líder político com palestras condenando a opressão dos negros.

“LUTA DO SÉCULO” E REVANCHE

Em 1971, de volta aos ringues, Ali enfrenta o que viria a ser seu principal rival, Joe Frazier. No Madison Square Garden, em Nova York, perde, por pontos, pela primeira vez como profissional. Três anos depois, reencontra seu algoz e consegue a revanche, também por pontos.

NO ZAIRE, O SEGUNDO TÍTULO

Ali era o azarão diante do favorito George Foreman no Zaire, em 30 de outubro de 1974. Antes da luta, o agora veterano de 30 anos recebeu o apoio dos locais, que tornaram célebre o grito de “Ali, boma ye!” (Ali, mate-o). Conquistou seu segundo título após sofrer duros golpes de Foreman até desgastá-lo. Venceu por nocaute.

FRAZIER, DERROTA E TERCEIRO CINTURÃO

Em 1975, Ali volta a enfrentar Frazier em mais uma luta épica, dessa vez em Manila, nas Filipinas. Vence por nocaute técnico. Três anos depois, perde o título para Leon Spinks. Recupera-o meses depois contra o mesmo adversário e se torna o primeiro boxeador a conquistar o título três vezes.

Em luta com Joe Frazier, nas Filipinas, em 1975 (Foto: Ver Descrição/Ver Descrição)

Em luta com Joe Frazier, nas Filipinas, em 1975
(Foto: Ver Descrição/Ver Descrição)

DECLÍNIO

Em 1979, Ali anuncia a aposentadoria, mas tenta o retorno um ano depois. Na época, já apresentava tremores nas mãos e problemas para falar. Mesmo assim, luta contra Larry Holmes e é facilmente derrotado. Aposenta-se em 1981 após perder seu último combate contra Trevor Berbick.

PARKINSON E HOMENAGEM

Em 1984, Ali é diagnosticado com a Doença de Parkinson, doença comumente relacionada a traumas na cabeça. Doze anos depois, aparece trêmulo na cerimônia de abertura da Olimpíada de 1996, em Atlanta, e acende a pira olímpica, em uma homenagem emocionante.

FAMÍLIA NUMEROSA

Quatro casamentos, sete filhas e dois filhos. Ali teve uma vida pessoal agitada, mas “sossegou” com a quarta mulher, Yolanda “Lonnie” Williams, com quem se casou em 1986 e ficou até seus últimos dias.

Muhammad Ali morreu em Phoenix, 74 anos estava internado desde a quinta-feira (2) em decorrência de problemas respiratórios. Foi a última de diversas internações pelas quais passou o norte-americano nos últimos anos por problemas como pneumonia e infecção urinária. Há mais de três décadas ele sofria de mal de Parkinson, e suas aparições públicas estavam cada vez mais raras.

(Fonte: Zero Hora – ANO 53 – N° 18.432 – 4 e 5 de junho de 2016 – TRIBUTO/ Por: André Baibich – 04/06/2016)

(Fonte: http://esportes.terra.com.br/lance – ESPORTES – LANCE – 4 JUN 2016)

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