Miécio Caffé, cartunista, caricaturista e dono de uma das maiores discotecas do País

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Artista gráfico brasileiro

 

Miécio Caffé (Juazeiro, Bahia, 1920 – Praia Grande, litoral de São Paulo, 11 de março de 2003), cartunista, caricaturista e colecionador da MPB baiano.

 

O artista foi um mestre do traço, que fez muito sucesso nas décadas de 1950 e 60. Caffé, ilustrou as épocas de ouro do esporte, da chanchada, do teatro de revista e dos cantores. Miécio retratou tudo isso com mestria e um traço bico de pena espetacular.

 

O caricaturista muito ativo entre os anos 1950 e 1990, que foi também um dos maiores colecionadores particulares de discos de música brasileira. Através de um hábil uso da câmera, suas caricaturas ganham vida, valorizando uma trilha sonora em que se destaca a gravação especial de Caetano Veloso da quase desconhecida marchinha A Voz do Povo (de Malfitano e Frazão), lançada por Orlando Silva em 1940.

 

Na Gazeta Esportiva, ele publicava uma página inteira em cores com as caricaturas de Eder Jofre, Pelé, Garrincha, Maria Esther Bueno, Ademar Ferreira da Silva e outros ícones do esporte. Aliás, Miécio foi o primeiro a caricaturar Edson Arantes do Nascimento, em 1958, quando o Brasil ganhou sua primeira Copa do Mundo, na Suécia.

 

No cinema e teatro fez cartazes de grandes títulos com Ronald Golias, Anquito, Otelo Zeloni, Zé Vasconcelos entre outros. E na música, além de retratar cantores e cantoras de verdade, como Emilinha Borba, Francisco Alves, Orlando Silva, Francisco Alves, Vinícius de Moraes, Lupicínio Rodrigues, Elis Regina, Carmem Miranda, Maysa… era amigo deles. Era da turma de boêmios da Aracy de Almeida, e só para se ter noção de sua importância: João Gilberto sempre o procurava quando vinha para o Brasil, para dar-lhe um abraço.

 

Baiano de Juazeiro, Miécio Caffé concebeu capas de diversos discos na década de 50 e fez caricaturas de personalidades da música como Noel Rosa, Lupicínio Rodrigues, entre outros. Caffé era também pesquisador, dono de um dos maiores acervos de discos de 78 rotações do país.

 

Além de ter sido um dos mais regulares documentaristas da evolução da MPB – desenhou Clementina de Jesus, Dalva de Oliveira, Ataulfo Alves, Chico, Gil, Caetano, entre dezenas -, Caffé era célebre por ter reunido uma das maiores discotecas do País.

 

Em abril de 1989, ele passou ao Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo sua coleção, cerca de 7 mil discos de 78 rotações por minuto. Coleções como a dos Grandes Compositores da MPB, da Abril, sempre contaram com a consultoria do grande pesquisador Miécio Caffé em seus fascículos, ao lado de nomes como José Ramos Tinhorão, Tárik de Souza, Zuza Homem de Mello e muitos outros.

 

Além da coleção de discos, ele também repassou ao MIS 683 horas de depoimentos gravados com músicos de várias épocas, livros sobre MPB e centenas de ilustrações suas.

 

Marca registrada de suas obras, sua assinatura era bastante peculiar, pois era calcada numa xícara de café, “com um ‘fê’ a mais e um acento aguado”, como ele mesmo dizia. E seu talento e carisma eram tamanhos, que tornou-se uma quase unanimidade entre os grandes nomes dos quadrinhos e do humor gráfico nacional.

Miécio Caffé faleceu no dia 11 de março de 2003, em Praia Grande, litoral de São Paulo, aos 82 anos, vítima de complicações oriundas do Mal de Alzheimer.

(Fonte: http://www.universohq.com/materias – MATÉRIAS / Por Sidney Gusman e Jal – 12 março, 2003)

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/geral – NOTÍCIAS / GERAL – CULTURA – 12 de mar de 2003)

(Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada – ILUSTRADA / MÚSICA – São Paulo, 12 de março de 2003)

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