Mercedes Baptista, considerada a principal precursora da dança afro-brasileira

0
Powered by Rock Convert

 

 

BAILARINA E COREÓGRAFA MERCEDES BAPTISTA

Artista foi a responsável pela coreografia do Salgueiro que surpreendeu em 1963

Uma das maiores representantes da cultura negra nos grandes palcos

Mercedes Baptista (Campos dos Goytacazes, 20 de maio de 1921 – Rio de Janeiro, 18 de agosto de 2014), bailarina e coreógrafa. Considerada a principal precursora da dança afro-brasileira, foi a primeira bailarina negra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Mercedes nasceu em 1921, no município de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Ainda jovem, mudou-se para a capital, onde exerceu diversas atividades profissionais até ingressar na Escola de Danças do Theatro Municipal, na década de 40, tendo a oportunidade de estudar com Maria Olenewa, Yuco Lindberg e Vaslav Veltchek.

Em 1951, fundou o Ballet Folclórico Mercedes Baptista, voltando-se para o estudo dos movimentos ritualísticos do candomblé e das danças folclóricas, introduzindo elementos da dança afro à dança moderna brasileira.

Dos sonhos aos palcos – Primeira bailarina negra do Corpo de Baile do Theatro Municipal, Mercedes sempre contava como conseguiu a realização de seu sonho. A moça que já havia trabalhado em diversas atividades profissionais, decidiu dedicar-se a dança. As primeiras lições de ballet clássico vieram em 1945 e três anos depois, Mercedes ingressou no Corpo de Baile do Theatro Municipal a partir de um concurso.

Logo na seleção, sentiu na pele a discriminação que procurava afastá-la dos palcos. No teste que consistia de cinco etapas, Mercedes não foi avisada da última prova para mulheres. Soube que disputaria com os homens, fato que não a fez desistir e que serviu para que demonstrasse ainda mais seu talento.

Coreografando verdades – Sua formação na companhia e escola de dança Katherine Dunham (1909-2006) certamente definiu os rumos do trabalho que desenvolveu no Brasil e que a colocou como a principal precursora da dança afro-brasileira. Na década de 1960, uniu sua formação erudita com a valorização da cultura negra, lançando o balé afro. Coreografou em detalhes as danças de terreiros e incluiu nos espetáculos instrumentos tradicionais das casas de axé.

Em 1963 inseriu a dança clássica no desfile da escola de samba Salgueiro, do Rio de Janeiro. Foi coreógrafa da Comissão de Frente, que dançou o minueto, num cenário composto com a igreja da Candelária ao fundo. O Salgueiro ganhou o Carnaval, com um desfile que se tornou referência, influenciando e mudando o rumo dos desfiles das escolas de samba.

Sua história de luta e superação também foi tema do livro “Mercedes Baptista – A criação da identidade negra na dança”, do escritor Paulo Melgaço. A obra apresenta como a dançarina clássica foi importante referência à valorização da cultura brasileira de matriz africana e na luta pela reafirmação do negro como artista.

Mercedes faleceu em 18 de agosto de 2014, aos 93 anos no Rio de Janeiro.

 

(Fonte: http://idanca.net – por Idança  19/08/2014)

(Fonte: http://www.palmares.gov.br/?p=33934 – Daiane Souza – )

 

 

 

 

Powered by Rock Convert
Share.