Martin Amis, escritor britânico conhecido por seu estilo cáustico, erudito e sombrio, foi autor de livros como A Zona de Interesse (2014), Campos de Londres (1989), Grana (1984) e The Rachel Papers (1973), seu primeiro livro, que lhe rendeu o prêmio Somerset Maugham

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Martin Amis, autor de ‘A Zona de Interesse’

Autor, que marcou a cena literária britânica nas décadas de 1980 e 1990

Martin Amis, autor de ‘A Zona de Interesse’. (Crédito da Foto: Cortesia © Fornecido por Estadão/ DIREITOS RESERVADOS)

 

Martin Amis durante um jantar de galar no Royal Court Theatre, em Londres, em outubro de 1996 — Foto: Reuters/Arquivo

Martin Amis durante um jantar de galar no Royal Court Theatre, em Londres, em outubro de 1996 — (Foto: Reuters/Arquivo)

Aclamado autor de romances sombrios em quadrinhos

 

Martin Amis (em Oxford, no Reino Unido, em 1949 – em Lake Worth, na Flórida, nos Estados Unidos, na sexta, 19 de maio de 2023), escritor britânico, é considerado um influente romancista ao lado de escritores como Salman Rushdie, Ian McEwan e Julian Barnes. Suas obras marcaram a literatura britânica nas décadas de 1980 e 1990.

Ao todo, Amis publicou 15 romances, um livro de memórias intitulado “Experiência”, publicado em 2000, algumas obras de não ficção e coletâneas de contos. À crítica literária, ele é reconhecido pela trilogia formada por “Grana”, de 1984, “Campos de Londres”, de 1989, e “A Informação”, de 1995.

Sua obra se distinguiu pelo tom mordaz com que descrevia o cotidiano de seus personagens. O escritor se interessava, sobretudo, pelo submundo: lojas de fast-food, casas de strip-tease e revistas pornográficas. Para a conquista do próprio estilo, se inspirou nos romances de Vladimir Nabokov e Saul Bellow.

Em um de seus romances, A Zona de Interesse, filme exibido no festival de Cannes em maio de 2023, mostra a “zona de interesse” como era a maneira que os nazistas denominavam a área de aproximadamente 40 km² ao redor do enorme complexo de Auschwitz.

No Brasil, “Zona de Interesse” foi lançado em 2014, pela editora Companhia das Letras, que ganhou uma adaptação para o cinema. O filme, sobre um comandante nazista que vive próximo a Auschwitz, estreou no sábado (20) no Festival de Cannes. A expressão que nomeia a obra é uma referência ao modo como os nazistas chamavam a área de 40 quilômetros que circundava o enorme campo de concentração de Auschwitz.

O filme dirigido por Jonathan Glazer foi inspirado no livro homônimo escrito por Amis, um dos principais de sua carreira literária.

Martin Amis nasceu em Oxford, no Reino Unido, em 1949, e também chegou a viver em países como Espanha e Estados Unidos, estudou em escolas na Grã-Bretanha, Espanha e Estados Unidos, antes de ir para o Exeter College, em Oxford, onde se formou em Inglês como primeiro aluno da classe. A influência para a literatura veio de família. Seu pai, Kingsley Amis, também era escritor (autor de The Old Devils), assim como sua madrasta, Elizabeth Jane Howard.

Amis cresceu à sombra do pai, Kingley Amis, escritor reconhecido por “Lucky Jim”, publicado em 1954. Seu pai foi, primeiro, uma influência ensurdecedora. Depois, os dois começaram a seguir os próprios caminhos, tendo entendimentos distintos sobre arte e política.

A suposta rivalidade entre pai e filho alimentava os tabloides do Reino Unido e a curiosidade de todo o leitorado. Com o tempo, Martin Amis foi considerado um dos principais estilistas do pós-guerra.

Nos anos 1990, os mesmos tabloides o tornariam ainda mais conhecido. Em 1994, ele causou celeuma no meio literário ao trocar a agente Pat Kavanagh, mulher de seu amigo Julian Barnes, por uma rival. O episódio causou um estremecimento entre os dois autores. Sua presença na mídia foi estratégica. Em entrevistas, discorria sobre um vasto leque de assuntos da guerra do momento até o livro que ele lançava.

No que se restringe à literatura, Amis havia publicado dois importantes livro ainda nos anos 1970. “Os Papéis de Rachel” é um romance autobiográfico sobre um jovem sardônico e obcecado sexualmente por sua colega de classe, Rachel.

O relacionamento dos dois se passa ainda no colégio, enquanto os dois se preparavam para a semana de provas. Com o livro, o autor ganhou o prêmio Somerset Maughan e mudou de patamar, ganhando reconhecimento como um nome da nova geração.

Nos Estados Unidos, a crítica, porém, não se entusiasmou tanto com a obra em um primeiro momento, classificando-a como uma “saga de uma adolescência tardia.” Em seguida, o escritor lançaria, em 1976, “Bebês Mortos”, talvez o livro com o humor mais macabro, sobre consumo de drogas e relações sexuais numa comunidade de jovens que vivia na zona rural.

Conhecido por seu estilo cáustico, erudito e sombrio, ajudou a redefinir a ficção britânica entre os anos 1980 e 1990, ao lado de nomes como Salman Rushdie, Ian McEwan e Julian Barnes. Entre suas principais obras estão A Zona de Interesse (2014), Campos de Londres (1989), Grana (1984) e The Rachel Papers (1973), seu primeiro livro, que lhe rendeu o prêmio Somerset Maugham, da Sociedade Britânica de Autores, e também ganhou adaptação cinematográfica, em 1989.

Também foi autor de livros como Experiência (2000) e A Viúva Grávida (2010), A Casa dos Encontros (2006), O Cão Amarelo (2003), Trem Noturno (1997), A Seta do Tempo (1991) e Os Outros – Uma História de Mistério (1981).

Entre os americanos, Amis demorou a ganhar reconhecimento crítico e popularidade. No início, ele só era lembrado por outro escândalo midiático, agora envolvendo plágio. Amis acusara Jacob Epstein, filho de Barbara Epstein, a fundadora da The New York Review of Books, de copiar passagens de seus livros “Os Papéis de Rachel” em sua obra “Wild Oats”, de 1980.

Martin Amis faleceu em sua casa em Lake Worth, na Flórida, nos Estados Unidos, na sexta, 19 de maio de 2023, aos 73 anos de idade. Sua esposa, Isabel Fonseca, informou ao The Guardian que a causa da morte foi um câncer de esôfago.

(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO/ NOTÍCIAS/ por Estadão Conteúdo – 20/05/23)(Crédito: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – Folha de S.Paulo/ ENTRETENIMENTO/ NOTÍCIAS/ por (FOLHAPRESS) – SÃO PAULO, SP – 20/05/23)

(Crédito: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2023/05/20 – POP & ARTE/ NOTÍCIA/ Por g1 – 

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