Bohan, antes de ingressar no mercado da moda, chegou a estudar finanças. No entanto, logo abandonou o curso e foi contratado como aprendiz de oficina na casa de alta costura Jean Patou.

Depois, Bohan começou a trabalhar na Robert Piguet, onde ficou por sete anos até decidir montar sua própria linha de alta costura, mas que durou apenas uma temporada devido à má gestão financeira, conta a biografia do autor no jornal francês Le Figaro.

Foi quando entrou na Christian Dior. Ele aproveitou que o diretor artístico da marca à época, Yves Saint-Laurent, foi cumprir serviço militar para substituí-lo dentro da casa, onde permaneceu de 1961 até o final da década de 1980.

Neste período, Bohan desenvolveu a marca internacionalmente e conquistou personalidades, conforme a biografia. Segundo o Le Monde, ele também foi responsável por ancorar a Dior no mercado de perfumaria.

Em 1961, quando Saint Laurent teve que deixar a Dior para o serviço militar, Bohan assumiu a posição e se manteve no comando criativo da casa até 1989, se consolidando como o estilista mais antigo da grife, até mais do que o seu próprio fundador.

Extremamente reservado, ele era conhecido por sua propensão a desenhar roupas para “mulheres de verdade”. “Faço roupas para mulheres reais, não para mim, nem para manequins e nem para revistas de moda. Deixo com prazer as criações abstratas para outros”, disse uma vez o estilista que vestia constantemente nomes como Elizabeth Taylor, Sophia Loren, Grace Kelly, Jackie Kennedy e Brigitte Bardot.

Marc Bohan faleceu aos 97 anos em sua casa na Borgonha, na França. A morte ocorreu na quarta-feira (6), segundo o jornal francês Le Monde.

Maria Grazia Chiuri chegou a homenagear o legado do designer na casa, em sua coleção de verão 2022.