Manuelito, foi um dos braços fortes dos “Diários Associados”, criador das peças mais representadas no Ceará: “O Morro do Ouro” e a “Rosa do Lagamar”, sucesso nas montagens originais da “Comédia Cearense”

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Manuel Eduardo Pinheiro Campos (Guaiúba, 11 de janeiro de 1923 – Fortaleza, 19 de setembro de 2007), escritor, jornalista e dramaturgo cearense, carinhosamente chamado de Manuelito.

 

Natural de Guaiúba, Manuel Eduardo Pinheiro Campos nasceu em 11 de janeiro de 1923. Figura de proa das comunicações no Estado, foi um dos braços fortes dos “Diários Associados”, dirigiu simultaneamente a “Ceará Rádio Clube” e a “TV Ceará”, canal 2, emissora pioneira no segmento televisivo. À frente destes veículos, contribuiu para consolidar o jornalismo local e alavancar a carreira de muitos profissionais da área.

 

Na seara das comunicações, Manuel Eduardo Campos foi também presidente e fundador da Associação Cearense de Rádio e Televisão (Acert) e do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Ceará.

 

Bacharel em Direito, Eduardo Campos foi fundamentalmente  um homem das letras, tendo deixado um notável legado na prosa e dramaturgia cearenses. Seu primeiro livro, “Águas Mortas” (1943), foi também uma das primeiras publicações do grupo “Clã”, importante movimento literário cearense, do qual participaram o escritor e intelectuais como Girão Barroso, Antonio Martins Filho, Artur Eduardo Benevides e Moreira Campos, dentre outros nomes.

 

Desde então, foram 70 títulos já publicados, uma marca prolífica. O mais recente, “O Lugar da Cozinha” (2006), é um estudo deliberadamente proposto para suprir o nosso desconhecido a respeito do ambiente onde, ao longo do tempo, têm fumegado os fogões. A obra é reveladora de outro lado de Campos: o intelectual de índole folclorista, apaixonado por temas como a culinária, a música e a medicina popular.

 

Sua verve artística, porém, também se estenderia ao teatro. Na arte consagrada a Dionísios, Eduardo Campos se realizou como  ator e autor, não raro, fazia também o papel de diretor de cena e até de pintor de cenários (ofício que aprendeu com Gerson Farias, importante cenógrafo do Ceará). Porém, é na condição de dramaturgo que Campos brilha mais intensamente.

 

Foi o criador das peças mais representadas no Ceará: “O Morro do Ouro” e a “Rosa do Lagamar”, sucesso nas montagens originais da “Comédia Cearense”, reencenadas posteriormente por várias outras companhias. São de sua autoria também os espetáculos “O Demônio e a Rosa” e “A Última Ceia do General”.

 

Personalidades das artes e das comunicações, Manuel Eduardo Campos também foi homem público de relevo. Entre 1965 e 1974, presidiu a Academia Cearense de Letras (ACL). Posteriormente, de 1979 a 1982, foi secretário da Cultura e Desporto do governo Virgílio Távora, tendo importante participação na consolidação do sistema estadual de bibliotecas.

 

Mais recentemente, a partir de 2003, foi presidente do Instituto Histórico, Geográfico e Antropológico do Ceará. Ali, fez do resgate da memória e da importância da entidade, fundada em fins do século XIX, seu principal projeto. Em 1990, o jornalista e escritor foi uma das personalidades agraciadas com o troféu “Sereia de Ouro” concedido pelo Sistema Verdes Mares.

 

Eduardo Campos faleceu em Fortaleza, em 19 de setembro de 2007, aos 84 anos.

(Fonte: http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/caderno-3 – DIÁRIO DO NORDESTE – CADERNOS 3 – 20.09.2007)

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