Manoelito de Ornellas, poeta, jornalista, romancista e ensaísta.

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Manoelito de Ornellas: do ensaio às memórias
Manoelito de Ornellas (Itaqui, 17 de fevereiro de 1903 – Porto Alegre, 8 de julho de 1969), sociólogo e professor gaúcho, é o tradutor para o português do poema nacional do Uruguai, o “Tabaré” de San Martín. Conhecido não só pela sua modéstia como por declamar longos trechos do “Dom Quixote” de Cervantes, em castelhano, esse descendente dos fundadores de Porto Alegre é uma instituição gaúcha tão combativa quanto o herói da Mancha.

Capaz de revoltar-se contra a redução do Cavaleiro da Triste Figura a histórias em quadrinhos, ele é também capaz de colaborar anonimamente com Érico Veríssimo na reconstituição do Rio Grande colonial. O que “Casa Grande & Senzala”, de Gilberto Freyre, representa para a cultura do Nordeste, a pesquisa documentadíssima de Manoelito de Ornellas, “Gaúchos e Beduínos”, representa para a cultura do Rio Grande do Sul. Vivendo em Porto Alegre, ele evoca sua infância “de menino pobre e triste da cidadezinha de Itaqui” no primeiro volume, publicado em 15 de abril, das sua memórias: “Terra Xucra”, a que se seguirão “Mormaço” e “Estuário”.

Entre o tropel de cavalhadas (lutas de mouros e cristãos em representações folclóricas) e rodeios nas coxilhas, o autor fala de um Rio Grande do Sul campestre de inícios do século 20, uma preciosa documentação para a reconstituição do Estado hoje transformado por uma vigorosa urbanização. Monólogo com a paisagem e com os livros, “Terra Xucra” é um misto de imagens líricas e de observação de costumes dos pampas que ele ajudou a captar na literatura e na sociologia.
(Fonte: Veja, 30 de abril de 1969 – Edição nº 34 – LITERATURA – MEMÓRIAS – Pág; 59)

Nascimento de Manoelito de Ornellas, em 17 de fevereiro de 1903, em Itaqui. Além de poeta, foi jornalista, romancista e ensaísta.
(Fonte: Zero Hora – Ano 45 – Nº 15.875 – Almanaque Gaúcho – Túnel do Tempo – Pedro Chaves – 17 de fevereiro 2009 – Pág; 46)

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